Sendo a raça humana composta por dois sexos (peço desculpa mas não alinho nalgumas tristes modernices que por aí andam) é perfeitamente natural que o acesso às profissões, à educação, à igualdade de oportunidades e aos mais diversos cargos seja feita de forma equilibrada entre mulheres e homens.
Infelizmente a História tem-se encarregado de demonstrar ao longos dos séculos e das diferentes civilizações que assim não é sendo as mulheres remetidas para um inaceitável plano de inferioridade a vários níveis que ainda hoje se mantém em muitos lados incluindo Portugal.
Portugal onde ainda no século passado, durante a ditadura, as mulheres não tinham o mesmo acesso ao direito de votar que os homens, onde as mulheres casadas tinham de pedir autorização aos maridos para viajarem para o estrangeiro, onde as diferenças salariais para trabalhos iguais eram significativas e em que o acesso feminino a cargos políticos era praticamente nulo.
Entre outras discriminações que se pensava serem exclusivas dos malefícios do regime mas não eram.
Porque se com o 25 de Abril muita coisa melhorou, é inegável, outras houve em que ainda há muito caminho para fazer como é o caso, a titulo de exemplo, da igualdade salarial que ainda hoje remunera de forma diferente alguns tipos de trabalho iguais.
Também na política a conquista da liberdade e da democracia não foi plenamente correspondida pela igualdade de oportunidades no acesso aos cargos partidários , de eleição para orgãos de soberania e do poder local continuando durante décadas a verificar-se um claro desequilíbrio a favor dos homens e em detrimento das mulheres.
Ao ponto de quando a pressão da opinião pública se tornou insustentável os partidos terem optado por contribuir para a questão de uma igualdade mínima através da lei da paridade que não sendo o desejável, porque encerra em si alguma discriminação, é ainda assim uma forma de obrigar à reforma das mentalidades por via legislativa.
Ou, por outras palavras, sem essa medida legal as coisas estariam bem mais atrasadas em termos de paridade.
E por isso a paridade é hoje uma realidade.
Nas eleições partidárias, nas eleições para orgãos de soberania, nas eleições para o poder local.
É uma realidade expressa na lei mas que mais do que respeitar a lei deve corresponder a princípios éticos e de decência que estarão sempre na primeira linha daqueles que consideram a política como algo de nobre.
E nobreza, neste aspecto da política, significa não serem precisas leis para aceitar aquilo que decorre da própria essência da raça humana que é a igualdade entre sexos.
Não pensar assim será perder o comboio do História.
Depois Falamos.
Sem comentários:
Enviar um comentário