Ontem vi, sem um interesse por aí além, o jogo entre Leipzig e Benfica a contar para a Liga dos Campeões que se saldou por um empate a dois golos depois de a equipa encarnada estar a vencer durante muito tempo.
Durante o jogo, que foi bem disputado mas não teve a qualidade de outros que se veem nesta prova, recordei frequentemente algumas críticas que em Portugal se fazem a alguns adversários do Benfica (e também do Porto e de vez em quando do Sporting) acusando-os de jogarem muito fechados, praticarem anti jogo e simularem lesões para queimarem tempo que foi exactamente o que o Benfica fez nos últimos minutos de jogo embora de forma pouco competente.
Pouco competente porque não evitou a recuperação do adversário e pouco competente porque algumas "lesões" foram tão mal simuladas (especialmente por André Almeida) que nenhum árbitro de qualidade acreditaria nelas.
Mas o empate , que foi justo face ao que se passou durante toda a partida, tem um responsável principal que ontem falhou em toda a linha e assim viu o seu clube afastado da Liga dos Campeões e veremos se da Liga Europa.
E esse responsável foi Bruno Lage.
Um treinador que aprecio, que tem feito um excelente trabalho no Benfica, mas que ontem não esteve à altura do que era necessário.
Porque geriu pessimamente o jogo, as substituições, as respostas às alterações na equipa adversária.
Porque já o Leipzig tinha esgotado as substituições (uma forçada pela lesão do guarda redes) , decorridos 70 minutos, e ainda Lage não tinha mexido na equipa embora um ou outro jogador já desse sinais de esgotamento.
E se a primeira mudança, troca de Vinicius por Tomas, embora tardia fizesse sentido porque era necessário refrescar o ataque para manter o adversário em algum respeito, a partir daí foram só erros que custaram o empate.
Com o Leipzig a ganhar cada vez mais lances aéreos na área encarnada , muito por força da entrada de Schick, e percebendo-se que era preciso ganhar supremacia no sector com a entrada de outro central (já que a aposta era defender a todo o custo) a verdade é que Lage nada fez e a pressão alemã tornava-se cada vez mais intensa adivinhando-se o golo a qualquer momento.
E quando ele surgiu, fruto de um penálti cometido inocentemente por Rúben Dias esquecido que os árbitros da Liga dos Campeões não são os da liga portuguesa, percebeu-se que os últimos minutos iam ser de tremenda pressão com constantes bolas cruzadas para a área o que reforçava a necessidade de reforçar a defesa com Jardel.
O que fez Lage?
Só então, com 92 minutos de jogo, fez a segunda substituição tirando Pizzi, exausto, mas em vez de colocar Jardel ou, no mínimo, Florentino para tentar pressionar logo na intermediária optou estranhamente por...Caio Lucas que até ontem tinha jogado 31 minutos na liga dos campeões (divididos por dois jogos) e 49 na liga portuguesa (divididos por três jogos) ou seja um jogador que não tem sido opção para nada .
Claro que a sua influência no jogo foi absolutamente nula.
E por isso o empate acabou por aparecer, num lance em que o "buraco" no centro da defesa foi bem visível, e se pior não sucedeu foi porque já não houve tempo.
A terceira substituição, Jota no lugar de Cervi, a minuto e meio do fim foi apenas a cereja em cima de um bolo recheado de erros por parte do treinador do Benfica porque obviamente que já nada poderia resolver.
Bruno Lage é um bom treinador, repito, mas ontem errou demasiado numa prova em que todos os erros se pagam caro.
E por isso o Benfica só se pode queixar de si próprio por uma vez mais ficar pela fase de grupos da liga dos campeões.
Depois Falamos
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