O meu artigo desta semana no zerozero.
Se há coisa a que sempre resisti , e vou continuar a resistir, é a
entrar em comparações para saber quem é o melhor jogador de sempre porque acho
que é absolutamente impossível comparar um futebolista dos anos 50 do século
passado com um futebolista da actualidade.
Tudo é diferente.
Preparação fisica, regime alimentar, medicina desportiva,
equipamentos, relvados, qualidade das bolas, metodologia de treino,
profissionalismo e tantas outras diferenças que tornam impossível dizer quem
foi o melhor de sempre.
Pelé, Eusébio, Di Stéfano, Stanley Mathews, Maradona, Cruyff,
Bekenbauer, Ronaldo, Ronaldinho, Messi, Cristiano Ronaldo, Garrincha um deles
terá sido mas não é possível compará-los.
Questão não muito diferente é,
uma vez mais em teoria porque de outra forma não é possível, escolher aqueles
que em conjunto formariam a melhor equipa de sempre de um determinado clube ou
de um determinado país.
Por exemplo de Portugal.
Entre a primeira grande competição em que estivemos, o Mundial de 1966
em Inglaterra, e o próximo europeu “saltimbanco” em mais uma péssima invenção
da UEFA qual seria o naipe de jogadores que constituiria os 23 seleccionados
capazes de fazerem a felicidade de Fernando Santos e de todos os portugueses?
Começando pela baliza, entre os guarda redes desse mundial (Carvalho,
José Pereira e Américo) e todos os que se lhes seguiram quais seriam os três
convocados para essa selecção ideal?
Damas, Vítor Baía e Rui Patrício seriam as minhas opções com a devida
licença de Bento, Silvino, Neno, Ricardo, etc.
Na lateral direita duas escolhas: Artur “o ruço” e João Pinto que foram os dois melhores laterais direitos
que me lembro de ver jogar com o devido respeito por Morais, Gabriel, Paulo
Ferreira, Pietra ou os actuais Cancelo e Ricardo Pereira.
Centrais ? Humberto Coelho, Ricardo Carvalho, Vicente e Fernando Couto
com Eurico, Rui Rodrigues , Jorge Andrade e Pepe a serem também opção.
Do lado esquerdo da defesa ainda não vi melhor que Hilário que seria
acompanhado por Dimas num sector onde a concorrência não é muita pese embora o
belo percurso que vem fazendo Raphael Guerreiro e boas prestações de Nuno
Valente, Alberto, Rui Jorge ou Inácio.
Quanto ao meio campo aí as coisas fiam mais fino porque as escolhas
são muitas e boas.
Sem grandes preocupações quanto a sistemas tácticos ou a posições
especificas digamos que tendo de escolher seis médios as opções (quase nenhuma
indiscutível) seriam:
Coluna, o grande capitão, que provavelmente é o único que merecerá uma
concordância generalizada por parte de todos os que lerem este texto, João
Alves “o luvas pretas” , Rui Costa que espalhou magia em Florença, Milão e
Lisboa, António Oliveira cujo talento ímpar foi acompanhado por uma visão de profissionalismo
muito pouco exigente, Deco que chegou, viu e venceu superando algumas
animosidades por ser brasileiro de origem e Maniche que tinha sempre um
rendimento elevadíssimo nas fases finais das grandes provas.
Claro que ficam de fora nomes de peso e que podiam discutir com os
escolhidos um lugar sem qualquer dúvida como são os casos de Jaime Graça, Rui
Barros, António Sousa, Toni, Jaime Pacheco, Costinha, Shéu e mais alguns.
O ataque ,contando com as seis vagas restantes , não deixa grandes
dúvidas.
Eusébio, Ronaldo, Figo e Futre parecem-me completamente indiscutíveis
e depois se lhes juntarmos Jordão e Chalana creio que seria um sexteto
absolutamente fabuloso em termos de qualidade.
Deixando de fora nomes como Néné, Gomes, Pauleta, Manuel Fernandes,
Simões, José Augusto, José Torres, Ricardo Quaresma, Bernardo Silva e mais
alguns.
E com a “sorte “ de Peyroteo, Travassos e Matateu não entrarem para
estas contas, por serem anteriores a 1966, porque caso contrário as escolhas
seriam mais difíceis
Esta é matéria, como tantas no futebol, em que o velho provérbio de “cada
cabeça cada sentença” tem a mais plena das aplicações porque em cada adepto há
um treinador/seleccionador de bancada e por isso se entende perfeitamente que
não hajam duas opiniões iguais quanto à totalidade dos jogadores.
Acreditando que pelo menos Eusébio, Ronaldo e Figo serão amplamente
consensuais.
Mas nunca fiando...