O PSD realizou, por estes dias, as suas jornadas parlamentares.
Nas quais, e uma vez mais, apareceu a proposta da redução do número de deputados quiçá convictos que é essa a mezinha que vai curar todos os males do sistema político.
Abomino essa ideia.
Porque está, desde sempre, mal fundamentada e porque apenas serve para adiar, talvez indefinidamente, outras reformas que essas sim são importantes para regenerar o sistema político, aproximar eleitores de eleitos e combater de forma eficaz a abstenção.
O problema não está no número de deputados que em termos europeus estão dentro da média deputado versus número de eleitores.
No serem 180, 200 ou 230.
Está na qualidade dos deputados, nas suas condições de trabalho, nas remunerações e acima de tudo no sistema eleitoral que os elege.
O PSD anda com esta treta da redução do número de deputados há muito anos e sem qualquer sucesso,
Recordo-me que em 1999 era eu deputado há poucos meses e nas primeiras jornadas parlamentares em que participei, realizadas em Setúbal, já esta peregrina ideia por lá andou tendo eu tido até oportunidade de fazer uma intervenção em que me manifestei claramente contra perante o espanto de alguns dos presentes.
Passados dezoito anos continuam com a lenga lenga em vez de se concentrarem em propostas de clara modernização do sistema político e dos sistemas eleitorais para a assembleia da república e para as autarquias locais.
O PSD é o partido de Francisco Sá Carneiro.
Um partido social democrata, reformista, que sempre se afirmou pelas rupturas que foi capaz de fazer.
Dele se esperam grandes e fundamentadas propostas para a reforma do sistema político e eleitoral e não "brincadeirinhas" em torno do número de deputados só porque alguns acharão que isso é popular e dá votos.
Não dá!
Depois Falamos.
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