quinta-feira, março 07, 2024

Semana Santa

O meu artigo desta semana no zerozero.pt

Fica já o alerta para os leitores deste texto de que ele apenas compara realidades e não é nenhum tipo de crítica a ninguém pese embora os leitores serem naturalmente livres de tirarem as suas legítimas conclusões.
Ontem no programa "4 à Grande" do zerozero.pt ,e no tema livre que me coube escolher, falei sobre a "Semana Santa" em Braga não na sua conhecida vertente religiosa mas na desportiva e no que a semana tinha trazido de boas notícias ao Sporting de Braga estabelecendo aí alguns paralelismos com o Vitória.
O primeiro assunto foi a venda de Álvaro Djaló ao Atlético de Bilbau por 15 milhões de euros e mais 5,5 milhões por objectivos que a serem concretizados farão desta venda a terceira maior de sempre do clube.
Com a nuance, importante, de Djaló ficar em Braga até final de época ajudando a equipa na luta pelos seus objectivos.
E a comparação com a transferência de André Silva para o S. Paulo é inevitável e em nada favorece o Vitória.
Jogador mais essencial ao Vitória que Djaló ao Braga (onde não é titular indiscutivel) foi vendido por cerca de 3,5 milhões de euros, grande parte dos quais nem entrarão no Vitória porque são para pagar o que se deve ao Arouca, mais comissões aos empresários, mais outras despesas previstas e previsíveis o que somado aos salários pagos ao jogador neste ano e meio leva a que se conclua que o Vitória vendeu por 3,5 milhões de euros aquilo que no total lhe terá custado (aquisição mais salários) cerca de 5 milhões de euros !
Ou seja um negócio que deu prejuízo financeiro e sem que o clube tirasse qualquer partido da valorização futebolística do jogador.
A segunda boa notícia anunciada pelo Braga nesta semana foi que o seu mini estádio, onde jogará a equipa B e a equipa de futebol feminino, ficará pronto a tempo de ser utilizado a partir da próximo época trazendo essas equipas para Braga e deixando de jogar no complexo desportivo de Fão.
Cabe aqui recordar, comparando, que quando o Vitória iniciou as obras do seu mini estádio no chamado campo 5 do complexo desportivo ainda o Braga não tinha lançado uma pedra que fosse da obra que vai estar pronta em Agosto/Setembro.
Isto enquanto as obras do mini estádio do Vitória estão paradas há dois anos e a equipa B continua a penar na Pista Gémeos Castro.
A terceira boa notícia foi a compra do "naming" do novo pavilhão do Braga peloa AMCO e doravante o edifício passará a chamar-se Arena AMCO.
Ou seja há a rentabilização do nome do pavilhão e obviamente um emcaixe importante para as modalidades do clube.
Sendo certo que este novo pavilhão do Braga é uma estrutura moderna e com valências que o do Vitória muito mais antigo não tem, o certo é que há uns anos atrás (ainda com o presidente Júlio Mendes) o Vitória, em Assembleia Geral e por aprovação dos sócios, tirou o seu próprio nome do pavilhão para lhe atribuir o nome de uma falecida sociedade comercial que ao contrário de algumas narrativas que por aí andam há muitos anos nunca fez nada de especial pelo clube embora este lhe tenha prestado homenagens incompreensíveis como esta da atribuição do nome ao pavilhão e outra bem mais recente na Gala do Centenário.
E que ganhou o Vitória com isso?
Nada!
São três exemplos que ajudam a explicar uma só realidade.
A de que o Braga cresce em termos desportivos, patrimoniais e comerciais (que arrastam inevitável crescimento associativo) a um ritmo constante enquanto o Vitória marca passo e vê a distância para o velho e eterno rival nessas áreas continuar a aumentar com o passar dos tempos.
E nem vale a pena tentarmos contrariar esta evidência agarrando-nos ao habitual prémio de consolação de que nas bancadas, no fervor associativo, no apoio às equipas somos melhores que eles porque isso sendo verdade já não é uma verdade tão diferenciadora como o foi no passado.
E não constatar isso é fechar os olhos à realidade o que é mais de meio caminho andado para não a tentar modificar.
Guimarães ainda está mais unida em torno do Vitória que Braga em torno do Braga, o Vitória ainda tem mais adeptos que o Braga, o D.Afonso Henriques ainda continua a registar maiores assistências ano após ano que a Pedreira.
Mas os clubes, tal como os verbos, tem passado, presente e futuro.
E o desafio que se põe ao Vitória e aos vitorianos é naquilo que somos melhores conseguirmos que o futuro seja igual ao passado e ao presente e naquilo em que neste momento estamos atrás o futuro seja igual ao passado mas melhor que o presente.
Porque só assim conseguitemos assumir a liderança dos clubes médios e tentar uma aproximação consistente aos três “donos disto tudo”.
É um desafio que as circunstâncias presentes tornam difícil, pelas razões atrás expostas, mas passível de ser vencido por um clube cujo potencial de crescimento é inigualável em termos de clubes médios do nosso país mas a que já não basta ter potencial porque o importante é que ele se converta numa realidade.
Com a plena consciência de que já perdemos demasiado tempo!
 

2 comentários:

Anónimo disse...

Tenho andado um bocadinho alheado do que tem feito o nosso rival vizinho, mas depois de ler este texto fui pesquisar mais um bocadinho, e a academia deles está incrível.
https://youtu.be/Y6HwUsckwFI?si=OyhmOn_H--SRyX2D

luis cirilo disse...

Caro Anónimo:
Pois está. E eles continuam a crescer. O que é bom para o futebol português porque lhes permite aproximarem-se dos três estarolas. Mau é o Vitória não acompanhar esse ritmo de crescimento para poder também ele discutir com eles os primeiros lugares