domingo, junho 11, 2023

Linhas

Não sou um saudosista, bem pelo contrário, do "Antigo Regime" e da forma como o país vivia em ditadura política e atraso cultural com uma população em que o analfabetismo atingia números astronómicos e o acesso á educação tinha limites bem conhecidos. 
Mas reconheço, com o distanciamento de (quase) meio século desde o 25 de Abril, que havia aspectos da governação e do entendimento do regime quanto ao país real em que o "Antigamente" era muito mais assertivo do que os governos da democracia.
Um deles, e bem importante, tinha a ver com a cobertura ferroviária de Portugal.
E quando se vê o mapa dos caminhos de ferro em 1974 e se compara com a realidade actual percebe-se o quanto Porugal perdeu com as desastradas politicas quanto à ferrovia que foram tomadas por governos de esquerda e de direita sem distinção ideológica mas com partilha absoluta do erro.
Então em Trás -os-Montes, na Beira Alta e no Alentejo foi uma autêntica razia com o encerramento de várias linhas e o consequente aumento do isolamento das populações e indústrias do interior e a consequente litorialização do país.
Num tempo em que no mundo se aposta cada vez mais na ferrovia e se continuam a lançar novas linhas e a modernizar as existentes no nosso país, com aquela "inteligência" tão conhecida de outras áreas, encerraram-se linhas e ramais e fez-se do comboio uma questão do litoral e especialmente das linhas do Norte e de Cascais e Sintra.
O resto é uma desoladora paisagem polvilhada pela incompetência e falta de visão de governantes e decisores políticos.
Depois Falamos.

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