No tempo da ditadura um dos sustentáculos do regime era a censura ao que se dizia e escrevia deixando passar para a opinião pública aquilo que convinha ao governo de então e procurando manter as pessoas na ignorãncia da realidade.
Censura, "visto prévio", "lápis azul" tudo eram denominações de uma mesma e condenável realidade.
O 25 de Abril acabou com a censura.
Como acabou com muitas outras formas de totalitarismo na sociedade portuguesa embora em bom rigor algumas tenham sobrevivido e até radicalizado a sua presença opressiva.
Adiante.
Acabada formalmente a censura aos jornais, rádios e televisão com a chegada da democracia e da liberdade há que reconhecer que ficaram latentes outras formas de censura que vão do poder económico ao poder político e que se manifestam das mais diversas formas nas linhas editoriais da comunicação social.
Quem acompanhar com atenção o que se passa nas televisões e nos jornais depressa perceberá do que estou a falar.
Mas há outras formas de censura, ou tentativa dela, mais presentes no dia a dia de todos nós.
Refiro-me ao que se passa nas redes sociais e muito em especial no Facebook e no Twitter.
E nem estou a falar das tropelias dos rapazinhos do Zuckenberg, dos algoritmos que ninguém percebe qual o critério, ou da inibição de publicar face ao expressar de certas opiniões que pelos vistos não agradam a esses aprendizes de censores.
Refiro-me isso sim a uma cambada de mentecaptos, idiotas, malcriados e acéfalos que vagueiam pelas redes sociais e pelas caixas de comentários dos mais diversos sites em busca de opiniões que lhes desagradem e às quais correspondem com um conjunto de insultos, alarvidades, mentiras, calúnias e sabe-se lá que mais dado que infelizmente os seus minusculos cérebros não lhes permitem discordar argumentando de forma racional e educada.
Isso acontece no contexto da política mas muito especialmente no desporto em geral e no futebol em particular.
Onde a intolerância, o sectarismo, o facciosismo, a irracionalidade atingem níveis de idiotice que nos leva a interrogarmo-nos sobre que sociedade temos e que sociedade vamos legar aos que vem depois de nós quando há gente tão primária na expressão do que lhe vai em cabeças onde o cérebro, de facto, não ocupa muito espaço.
É gente que diz mal por dizer mal, que exprime as frustrações no ataque aos que não pensam como eles, que acha que o "vale tudo" (mas mesmo tudo) é um direito que lhes assiste naquilo que pensam ser a defesa das suas cores mas que em boa verdade apenas serve para as rebaixar porque não há cor que tenha ganho de causa em ter defensores tão imbecis.
Sendo curioso que quando se vai espreitar os murais desses expoentes da imbecilidade constata-se que muito deles não publicam nada há meses, não tem opinião própria sobre nada e apenas se preocupam em ter arrasadoras e malcriadas opiniões sobre opiniões alheias.
E essas são as novas formas de censura.
Porque o objectivo desses mentecaptos é condicionar, intimidar, desmoralizar, desanimar, aqueles que não pensam como eles e através desses ataques soezes levar a que desistam de ter opinião publicada porque não estão para aturar esses comentários imbecis e malcriados.
Pessoalmente tenho vasta experiência de aturar essa gente que envergonha a raça humana.
Escrevendo amiude sobre futebol já sei o que a casa gasta quando publico algumas opiniões mais polémicas sobre o campeonato, sobre a arbitragem de alguns jogos, sobre alguns clubes e até sobre o "meu" Vitória.
Lá vem uma horda de intolerantes convicta de que só o que eles pensam ( se eles pensam de facto é outra questão...) é que está certo e tudo que seja contrário às suas opiniões é para arrasar de toda a maneira e feitio.
Não contrapondo ideias, argumentando racionalmene, expondo os seus raciocinios (se é que os tem...) mas atacando o autor do texto, colando-lhe etiquetas abolutamente estúpidas ( como a de ser adepto deste ou daquele quando toda a gente intelectualmente séria sabe que sou apenas e só adepto do Vitória) e enveredando nalguns casos por caminhos da mais pura calúnia e difamação.
Devo dizer que convivo bem com isso embora não prescindindo do meu direito á indignação.
Que passa por imediatamente bloquear o acesso dessa gente às minhas redes sociais de forma definitiva porque quem não sabe estar não pode ter segunda oportunidade de continuar no seu caminho de maldade.
São as novas formas de censura.
Que são também uma questão de falta de Educação, de Cultura e de Civismo que tem de ser firmemente combatida e sem qualquer tipo de cedência perante os prevaricadores.
Citando Dolores Ibárruri... "No pasáran" !
Depois Falamos.