Diziam os romanos que algures na Ibéria existia um povo, os Lusitanos, que não se governava nem se deixava governar e que por isso era de trato extremamente difícil e de conquista mais difícil ainda dada a extrema bravura dos seus guerreiros.
O futebol português é mais ou menos assim ou não fossem os Lusitanos nossos antepassados.
Tem grandes treinadores, grandes jogadores, selecções muito competitivas mas quanto a governar-se, no bom sentido do termo, tem as maiores dificuldades ao ponto de ter campeonatos sem verdade desportiva, distribuição de verbas televisivas com um modelo anacrónico que defende três e lesa o resto, jornalismo sem isenção nem critérios equitativos, constantes polémicas por tudo e por nada e sempre com os mesmos protagonistas e modelos organizativos que não promovem nem desenvolvem as competições.
E também por isso há um exôdo cada vez maior de treinadores e jogadores para outros campeonatos, o que lhes permite ganharem mais dinheiro e participarem em competições com outra qualidade, do que paradoxalmente beneficia a selecção nacional que tem a esmagadora maioria dos habituais convocados a jogarem em realidade competitivas muito mais exigentes e que os preparam muito melhor para os jogos do onze nacional.
Mas olhemos os treinadores.
Área em que Portugal tem hoje muitos e bons profissionais, com carreiras de sucesso no país e nas quatro partidas do mundo, que não temem comparação com os seus colegas de outros paises.
Nos últimos cinquenta anos qual foi a realidade?
Sem grandes preocupações em termos de rigor cronológico, ana para a frente ano para trás, pode-se dizer-se que os anos 60 e 70 tiveram três nomes de proa que foram a grande referência de muitos que se lhes seguiram.
José Maria Pedroto, Fernando Vaz e Mário Wilson.
Também, embora noutro plano, António Medeiros e Joaquim Meirim
Depois no final dessa década e pelos anos 80 surge uma outra geração, já mais alargada, de nomes bem conhecidos.
Artur Jorge, Manuel José, Toni, Manuel Cajuda, Vitor Oliveira, António Morais, Jesualdo Ferreira, . Fernando Santos e Jorge Jesus.
Depois vem uma geração de professores, como Carlos Queiroz e Manuel Machado, e de ex grandes jogadores como António Oliveira, João Alves, Humberto Coelho , Augusto Inácio, António Sousa e Jaime Pacheco.
Também José Peseiro.
Mas é neste século que se dá o grande "boom" de treinadores portugueses.
A reboque do fenómeno José Mourinho, o mais bem sucedido de sempre, aparece toda uma nova geração de treinadores de grande potencial e mais do que potencial muitos deles já com resultados relevantes em Portugal e no estrangeiro.
Leonardo Jardim, Rui Vitória, Vitor Pereira, Paulo Bento, Luís Castro, Carlos Carvalhal, Domingos Paciência, Pedro Caixinha, Pedro Martins são os primeiros a darem nas vistas e a obterem resultados mas logo atrás aparecem jovens "lobos" em busca do sucesso.
Paulo Fonseca, André Vilas Boas, Sérgio Conceição, Abel Ferreira, Nuno Espírito Santo, Paulo Sousa, Marco Silva, Bruno Lage.
Todos eles com trabalhos de valia nos clubes onde estiveram ou estão.
E depois mais alguns em busca do seu lugar ao sol:
Ivo Vieira, Pepa, João Henriques, Miguel Cardoso, João Pedro Sousa, Daniel Ramos, Petit, Vasco Seabra e o surpreendente Rúben Amorim.
Em suma referi estes cinquenta nomes referentes aos últimos cinquenta anos, mas aqui poderiam caber naturalmente outros, como a prova da evolução quantitativa do futebol português em termos de treinadores e da certeza que nessa área do futebol Portugal está muito bem.
E isso é sempre algo que merece realce.
Depois Falamos.
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