sexta-feira, fevereiro 26, 2021

Clássico

Um jogo entre Vitória e Boavista não tem nada a ver com um jogo entre Vitória e Braga nem nada que se pareça.
Com os nossos vizinhos de Trás Morreira há uma velha rivalidade polvilhada de episódios em que uma vezes nós saímos por cima e outras saíram eles e com todo o sabor de um despique entre duas comunidades próximas.
E entre dois clubes que são profundamente rivais mas que ao longo das respectivas Histórias já se ajudaram um ao outro em momentos importantes.
É um derbi no verdadeiro sentido do termo.
Com o Boavista é diferente.
É um clássico do futebol português mas sem aquelas características que tem os derbis e que lhes dão um encanto especial.
Porque um Vitória vs Boavista é sempre um jogo marcado pela recordação de vários episódios desagradáveis que ao longo dos anos fizeram com que ambos os clubes vivam de costas voltadas e sem que exista entre as respectivas massas associativas qualquer vestigio de mínima simpatia.
E neste caso é claramente o Vitória que tem , de longe, as maiores razões de queixa.
Aqueles que como eu estiveram no Municipal em 1975 ,no dia do primeiro grande roubo num Vitória-Boavista perpetrado pelo famigerado Garrido, e nas Antas em 1976 no dia em que o mesmo pulha nos roubou uma Taça de Portugal com outra arbitragem vergonhosa sabem bem do que estou a falar.
Para os mais novos que não assistiram a isso bastará recordar os tempos do famigerado "Apito Dourado", em que os dois clubes disputavam acerrimamente o quarto lugar e em que ao Vitória não bastava ser melhor que o Boavista ( tinha de ser muito melhor e mesmo assim...) para ficar à sua frente na classificação, para perceberem as razões porque ainda hoje quando o adversário é este há muitas e boas razões para os vitorianos estarem desconfiados do que lhes pode aparecer pela frente. Em suma hoje é para ganhar.
Não só porque ganhar a este adversário tem sempre um gostinho especial mas também porque qualquer outro resultado seria péssimo e deixaria o Vitória a uma distância quiçá irremediável do quinto lugar.
Depois Falamos.

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