Tenho a maior simpatia pessoal por João Bosco da Mota Amaral.
Fui seu colega no Parlamento e posso atestar que é um Senhor, na verdadeira acepção do termo, pela finura,educação,elegância e cordialidade no trato.
Um verdadeiro Senador.
Foi um grande presidente do governo regional dos Açores e um grande presidente da Assembleia da República entre 2002 e 2005.
E por isso fiquei contristado pela entrevista que hoje deu ao Diário de Notícias.
Em que mostra ressentimentos contra o governo e Passos Coelho, contra o Presidente da República e até contra o próprio PSD que me parecem injustos e derivados mais de uma insatisfação pessoal com algumas atitudes perante ele tomadas do que com uma efectiva correspondência com a realidade.
Ao ponto de deixar cair uns elogios a António Costa , ao PS e ao seu programa eleitoral, que estes nunca lhe agradecerão e que apenas contribuem para prejudicar uma imagem impoluta que tem perante os militantes do PSD depois de quatro exemplares décadas de vida partidária e politica.
Eu percebo que Mota Amaral esteja triste com Passos Coelho depois de este em 2011 não o ter convidado para voltar a ser presidente da Assembleia da República.
Não tenho a mínima duvida que exerceria o cargo com uma competência que a primeira opção (Fernando Nobre) nunca teria e com um sentido de Estado que a segunda opção (Assunção Esteves) manifestamente não possui.
Mas foi uma decisão politica,legítima, tomada por quem tinha poder para o fazer.
Mas o que não compreendo mesmo é que Mota Amaral se revele tão agastado por o PSD/Açores desta vez não o convidar para encabeçar a lista de deputados.
Mota Amaral é deputado desde 1969.
Ou seja há 46 anos.
Os primeiros cinco ainda na Assembleia Nacional da ditadura, onde integrou a ala liberal, e desde 1976 encabeçou sempre as listas do PSD/Açores.
E se é verdade que entre 1976 e 1995 não ocupou o lugar de deputado por presidir ao governo regional dos Açores é igualmente verdade que desde 1995 e até à actualidade tem sido sempre deputado.
Sempre ao longo de vinte anos.
E portanto acho que embora em termos intelectuais mantenha o mesmo brilhantismo de sempre, e a sua capacidade politica não esteja em causa, é natural que o PSD/Açores queira proceder a uma renovação das suas listas e afirmar outros protagonistas para os combates futuros.
Penso que o próprio Mota Amaral, reflectindo a frio sobre tudo isto, acabará por compreender que desta vez não teve razão.
E manterá a sua disponibilidade para ajudar o seu partido de sempre em combates em que o seu contributo é indispensável dado ser uma das grandes referências morais e cívicas do PSD.
Depois Falamos
P.S Espero é que as estruturas do PSD no continente tenham a mesma coragem e ímpeto renovador do PSD/Açores...
3 comentários:
Caro Luís,
Concordaria com uma limitação de mandatos (semelhante à que já existe para os autarcas) aplicada aos deputados?
Atentamente,
José Miguel Rocha
Caro Luis Cirilo,
É por haver casos como o deste que eu defendo que um Deputado não pode estar mais do que três legislaturas. consecutivas. este já anda pelo parlamento ainda antes do 25 de Abril e como tal sente-se o dono daquilo facto que até compreendo pois são quase 50 anos no parlamento
Caro José Miguel:
Sim. Sem qualquer duvida. Acho que com a actual lei eleitoral nenhum deputado devia poder fazer mais de três mandatos consecutivos. Se um dia tivermos os circulos uninominais,como defendo de há muito,então aí será o povo a definir quantos mandatos cada deputado pode fazer.
Caro cards:
É também essa a minha opinião. Três mandatos e depois regresso ás suas profissões.
Enviar um comentário