Fundado por três homens que se tinham conhecido e destacado na contestação ao antigo regime, militando na "ala liberal" da antiga Assembleia Nacional, não teve vida fácil desde a sua primeira hora.
Num tempo de revolução em que a moda era ser marxista, ser de esquerda ou extrema esquerda, um partido social democrata que não perfilhava esses valores ideológicos ou esses posicionamentos estratégicos naturalmente que se transformava um alvo fácil para aqueles que por convicção ou simples oportunismo advogavam outras vias.
E por isso num tempo em que nos comícios do PS se gritava "Partido Socialista, Partido Marxista" (lembro-me bem...) o então PPD defendia valores que sendo hoje consensualmente aceites na sociedade portuguesa na altura eram uma heresia contra revolucionária.
Estado de direito, defesa da iniciativa privada, pluralismo sindical, liberdade de imprensa, entre muitos outros.
E por isso o PPD teve se abrir o seu caminho, lutar pelas suas ideias, afirmar a sua razão num cenário extremamente difícil em que até a adesão à Internacional Socialista (o normal num partido social democrata) foi recusada devido ao veto do PS muito cioso da sua presença exclusiva nessa organização.
Mas ás vezes Deus escreve direito por linhas tortas e esse quase isolamento internacional do PPD serviu para o transformar no partido mais português de Portugal com um quadro de militantes transversal a toda a sociedade portuguesa e do qual fazem parte pessoas de todo o país , de todas as profissões, de todas as origens.
Passaram quarenta e um anos.
De grandes vitórias e algumas derrotas, de grandes alegrias e algumas tristezas das quais a mais terrível foi a morte de Francisco Sá Carneiro, de momentos de grande unidade interna e outros de profundas divergências que acentuaram bem a grande democraticidade interna do partido.
Nestes 41 anos o PPD/PSD teve 17 lideres.
Uns eleitos em congresso, outros em eleições directas, outros ainda substituindo líderes temporariamente afastados por razões diversas.
Aqui se recordam os seus nomes:
- Francisco Sá Carneiro
- Emídio Guerreiro
- António Sousa Franco
- José Meneres Pimentel
- Francisco Pinto Balsemão
- Nuno Rodrigues dos Santos
- Carlos Mota Pinto
- Rui Machete
- Aníbal Cavaco Silva
- Fernando Nogueira
- Marcelo Rebelo de Sousa
- José Durão Barroso
- Pedro Santana Lopes
- Luís Marques Mendes
- Luís Filipe Menezes
- Manuela Ferreira Leite
- Pedro Passos Coelho.
Na foto que encima este texto estão oito deles.
Seis já faleceram e Cavaco Silva, Durão Barroso e Rui Machete não estiveram na cerimónia em que ela foi tirada por razões facilmente compreensiveis em relação aos dois primeiros.
Passados 41 anos o PSD continua a servir Portugal.
Não virando as costas ás suas responsabilidades, dizendo presente quando é necessário resolver os problemas que outros criaram, pondo ao serviço do país um capital de experiência e conhecimento acumulado em quatro décadas difíceis e exigentes.
Orgulhando-se dos seus líderes, sabendo que os militantes são o seu mais valioso património, consciente de que os seus governos foram os melhores da democracia.
Parabéns PSD.
Depois Falamos
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