quinta-feira, fevereiro 13, 2014

Sintra, Gaia e Porto

A propósito das expulsões de António Capucho e Marco Almeida do PSD tenho lido comentários nas redes sociais e na blogosfera (incluindo neste blogue) procurando demonstrar que são três casos idênticos no que concerne à derrota do PSD nas ultimas autárquicas.
Nada e mais errado.
Tem apenas dois pontos comuns:
Um é o PSD ter perdido nas três autarquias que são respectivamente a segunda, terceira e quarta maiores autarquias do país.
O outro fica para a conclusão desta publicação.
As diferenças, essas sim, são muitas.
Sobre Sintra está tudo dito.
O então vice presidente da câmara, Marco Almeida, com o apoio da concelhia anunciou disponibilidade para ser candidato e a distrital com a conivência da nacional ao mais alto nível vetaram.
Arranjaram um candidato que nada tinha a ver com aquilo" o o resultado é conhecido.
Em Gaia foi diferente.
O presidente de câmara , por força da lei de limitação de mandatos, tinha de sair (se não fosse a lei, e ele quisesse ser candidato,ganharia com uma perna ás costas) e na sua vereação não tinha ninguém para ser candidato ganhador.
Convidaram um ex autarca de Gaia, residente e com fortes ligações ao município, para uma candidatura que tinha tudo para ser ganhadora mas manobras de bastidores na concelhia, falta de autoridade e coerência de quem formulou o convite e um conveniente "lavar de mãos" da direcção do partido levaram ao anular do convite e a uma escolha absurda também ela de resultado conhecido.
No Porto foi bem diferente.
O presidente da câmara de Gaia, e ex presidente do PSD, manifestou disponibilidade para ser candidato e recolheu apoio da concelhia, da distrital e da nacional.
Tudo nos conformes e um processo de escolha legitimo e inatacável.
Perdeu.
Mas não por ser mau candidato.
Por erros de estratégia ? Por uma campanha mal feita? por uma organização incipiente?
Talvez um pouco de cada.
De certeza que algumas figuras do partido, nomeadamente no finca pé errado quanto á impossibilidade de ser candidato face á lei de limitação de mandatos, também ajudaram.
Curiosamente uma delas, das mais mediáticas na contestação à candidatura, vai agora encabeçar a lista PSD/CDS ao parlamento europeu.
O que nos leva, a concluir, ao segundo ponto comum ás três derrotas.
A absoluta impunidade com que escaparam a qualquer tipo de sanção aqueles que dentro do partido, e na sua alta direcção, foram altamente responsáveis quer por escolhas erradissimas quer pela forma como não souberam/quiseram dar uma resposta clara aos que dentro do partido minaram candidaturas que podiam ser ganhadoras.
É uma diferença de critérios brutal.
Entre as expulsões de António Capucho e Marco Almeida e o fechar de olhos aqueles( e foram vários) que no Porto, nomeadamente, tudo fizeram para impedir o PSD de ganhar.
E essa diferença de critérios faz toda a diferença na credibilidade daqueles que pretendem agora dar lições de moral a quem já andava no PPD ainda os "moralistas" gatinhavam no infantário.
Depois Falamos

2 comentários:

Anónimo disse...

é o que se chama preto no branco!
o que para um vitoriano como você nem admira.
Mas estou de acordo.
Este PSD não tem emenda.

Rui Luis Melo

luis cirilo disse...

Caro Rui Luis:
Emenda talvez ainda tenha.
Mas não vai ser fácil