sexta-feira, agosto 17, 2012

Está tudo doido?

Com o agravar da situação económico-social de muitos portugueses, por força de uma crise que teima em não passar, era mais ou menos previsível que viéssemos a assistir em Portugal a uma radicalização das formas de contestação ao poder politico a exemplo do que se vai vendo noutros países da União Europeia.
A primeira amostra disso, muito por força dos profissionais da contestação mas não só, deu-se com a forma como presidente da república (menos) e membros do governo (mais) tem sido vaiados e até insultados em diversos pontos do país a que se deslocam.
Já sabemos que por detrás dessas manifestações estão os tais profissionais da contestação (esmagadoramente ligados á CGTP) mas seria um erro reduzir isso apenas a sindicalistas que fazem da contestação modo de vida.
Não.
Há de facto na sociedade portuguesa uma crescente onda de descontentamento, de insatisfação (raiva até) contra as condições de vida e as dificuldades que não param de aumentar e que tornam o dia-a-dia num exercício cada vez mais penoso de quase sobrevivência.
E claro que a já tão desprestigiada classe politica paga as favas de tudo isso embora esteja bem longe de ser a única responsável pela actual crise económica.
Relembrarão os menos esquecidos que foram manobras especulativas da banca americana, em volta do crédito imobiliário, que levaram a tudo isto.
Mas para o cidadão comum isso pouco interessa.
É nos governos que se centra a sua atenção e a sua exigência de uma saída para a crise.
Daí a contestação.
Que assume formas diversas, muitas delas compreensíveis e normais em democracia, mas que quando ultrapassa certas marcas resvala para a pura demência e para a criminalidade até que devem merecer severa repressão (não há que ter medo das palavras) por parte das autoridades.
O que uma auto proclamada “comissão contra as portagens na via do infante” anda a fazer pelo Algarve começa a inserir-se nesses parâmetros.
Desde logo porque quando se pagam portagens no país todo (e aqui na região norte então é um ver se te avias…) ninguém percebe por que razão no Algarve isso não devia acontecer.
Falta de alternativas?
A nacional 125 está saturada?
Experimentem um dia esses contestatários fazerem o percurso Viana do Castelo- Porto pela estrada nacional (atravessando Esposende, Póvoa de Varzim, Vila do Conde, Maia) e verão a sorte que tem lá pelo “reino dos Algarves”.
Mas nem é essa a questão.
O que está em causa é a forma como decidiram manifestar-se.
À porta das casas do Presidente da República e do primeiro-ministro, cidadãos que para além dos cargos que ocupam tem direito á sua vida privada, levando as coisas ao ponto de importunarem da forma conhecida a família de Pedro Passos Coelho quando esta se dirigia para a praia.
E aqui é tempo de dizer basta e de punir aqueles que levam a sua liberdade para além dos limites permitidos pela liberdade dos outros.
Sob pena de isto acabar mal…
Como na Grécia por exemplo.
Depois Falamos

4 comentários:

Luis Melo disse...

Quando essa noticia chegou a Londres escrevi isto no twitter: "Manifs em frente casa de férias de Cavaco e Passos Coelho?... O pessoal deixou de ter noção e respeito pela vida privada das pessoas. Enfim!"

Anónimo disse...

Bla bla...paleio de politico

Nao esperava nada mais....

quando uns culpavam (e bem) essas manobras especulativas da banca americana, lembro o cirilo que culpavam o ex primeiro ministro...mas como as coisas continuam agora ainda sem correr bem (com governo da sua cor) ahh e tal foram manobras da banca americana...haja paxorra....Quanto a Grécia....daqui a uns tempos falamos pois tal como la...num conhecido país nordico...apos colocarem na cadeia os responsaveis pelo estado em que colocaram aquele país, e darem uma nega a troika...veja o crescimento desse mesmo país....
se nao sabe de que país falo, caro cirilo pesquize....

espero eu que haja um novo 25 de abril neste país, e que coloquem na cadeia esses politicos que por aqui andam (ou tresandam), quem se lixa no meio disto tudo é sempre o mexilhão...até um dia.....

Depois falamos

luis cirilo disse...

Caro Luis:
Vivemos num tempo em que as pessoas (algumas pessoas) acham que vale tudo. Penso que isto não vai acabar nada bem.
Caro Anónimo:
De facto o bla bla de anónimo é fácil. Ter opinião e dar a cara por ela é mais dificil. As responsabilidades da banca na crise são uma coisa; a péssima governação de Socrates e Cia outra.
Pessoalmente estou á vontade.
Porque quando entendo criticar o governo do meu partido...critico.
Dando a cara.
É a diferença entre mexilhões de casca aberta e mexilhões de casca fechada!

Anónimo disse...

Mas a minha opinião vale o que vale....
já fiz aqui comentarios prefeitamente identificados e eles nem sequer foram publicados...talvez porque toque na ferida, mas como aqui esse tipo de comentarios (os que tocam) só sao publicados os anonimos, talvez porque seja mais facil apelidar de covardes por nao estarem identificados, porque como se vê caro cirilo, o que interessa nao comenta vc...e o meu comentario acima é bem exemplo disso...

PS: quanto ao socrates, eu sei muito bem que ele teve a sua cota parte de culpa, mas o que se dizia na altiura, por vc incluido, a culpa era so dele, tente arranjar um post, comentario, noticia sua onde aponta outros culpados que nao o socrates (isto no tempo que ele era PM)

ass:
O anonimo do avental