terça-feira, agosto 07, 2012

Cinema...

Gosto verdadeiramente de ir ao cinema.
Sempre gostei.
Desde a meia dúzia de anos de vida que me habituei a frequentar as salas de cinema que são o único lugar onde se pode apreciar verdadeiramente toda a dimensão dos filmes.
Quem já tiver visto em cinema e na televisão filmes como “A Guerra das Estrelas” (qualquer um dos seis da saga), “Apocalypsis Now”” ou “África Minha”, para citar apenas três exemplos, perceberá bem o que estou a dizer face á diferença abissal entre as duas hipóteses.
Teatro Jordão e cinema S. Mamede em Guimarães ou Cine teatro Garrett e Póvoa Cine na Póvoa de Varzim (durante as férias) eram salas que frequentava regularmente e nas quais vi filmes absolutamente fantásticos que recordarei pela vida fora.
Hoje as salas de cinema, a qualidade dos filmes, o som, os ecrãs em que são projectados são muitíssimo melhores e permitem ver cinema com uma qualidade que não existia no passado mas que não obstava a que existisse um enorme entusiasmo pela 7ª Arte.
Paradoxalmente hoje vou menos ao cinema.
Por falta de tempo, é verdade, mas por outra razão também.
A “fauna” que hoje infesta muitas salas e que torna a ida ao cinema numa imprevisibilidade que não me agrada e me faz pensar várias vezes antes de tomar a decisão de ir.
Gente de várias idades mas com um ponto em comum que os torna verdadeiramente indesejáveis.
A falta de educação e a absoluta incapacidade de respeitarem os direitos dos outros.
Que numa sala de cinema são tão só o direito de ver um filme em sossego absoluto de molde a poder disfrutar em pleno do espectáculo.
Uns falam alto durante o filme com a companhia do lado.
Outros fazem comentários em voz alta como se os restantes espectadores fossem uns acéfalos que precisassem que o filme lhes fosse explicado.
Outros ainda acham-se no direito de falarem ao telemóvel ou mandarem SMS numa impossibilidade absoluta de irem ao cinema apenas para verem um filme.
Meses atrás vi um filme, já não recordo qual, em que um grunho sentado na fila a seguir à minha passou mais de metade do filme a mandar SMS. Que terá o idiota ido fazer ao cinema?
E depois há as pipocas e os pipoqueiros.
Esse hábito maldito de ir para o cinema comer e beber.
Em que para além do desagradável ruído das ditas pipocas a serem remexidas no balde se junta, quantas vezes, a forma ruminante como alguns as comem fazendo gala de que os desgraçados em volta se apercebam bem do que estão a fazer.
De facto ir ao cinema hoje, para além do preço dos bilhetes ser pouco convidativo, obriga a um exercício de pura sorte.
Que é a de ter ou não na sala gente que está lá apenas e só para ver o filme.
Depois Falamos

2 comentários:

Defreitas disse...

Ah Caro Amigo : A sociedade evolui mas por vezes a educação e os bons costumes retrogradam. O Civismo é um dos pilares da sociedade mas ele está, como a sociedade, em crise.
O Civismo é um valor civilizador que se vive no quotidiano e é a marca da pertença a uma mesma colectividade, ao serviço duma mesma nação ou dos mesmos ideais.
Não creio que todos pensem que pertencem à mesma nação!

Ao ler a sua mensagem , pensava na mensagem recebida hoje duma pessoa amiga que vou visitar na ilha de Jersey na próxima semana, viuva dum amigo e colega recentemente falecido. Assaltaram-lhe a casa e a senhora está inconsolável porque lhe roubaram preciosidades que só tem valor para ela e que foram acumuladas ao longo duma longa vida. A casa ficou vazia e o coração ,desfeito. Num pais de alto nível de educação!

Entre os direitos do Homem, seria preciso incluir o direito ao civismo superior, o direito de sufocar face às torpeças irrespiráveis, o direito à moral cívica, o direito aos valores fundamentais da pessoa humana.

Claro que só pode haver direitos para cada um,que se os outros se reconhecem o dever de os respeitar.

Freitas Pereira

luis cirilo disse...

Caro Freitas Pereira:
Não posso estar mais de acordo.
E essa falta de civismo, mais uma falta de educação cada vez mais visivel, constituem um retrocesso civilizacional que as proximas gerações vão pagar caro