quinta-feira, março 29, 2007

Os Grandes...Brincalhões.



Os grandes portugueses,todos nós,são uns grandes brincalhões.

Assim se pode entender a votação no concurso da RTP, "Os Grandes Portugueses",que deu a vitória a Salazar (alguma vez havia de ganhar uma eleição),o segundo lugar a Cunhal e o terceiro a Aristides de Sousa Mendes.

Com o devido respeito,e sem querer arvorar-me num qualquer Scolari de figuras históricas,é perfeitamente evidente que nenhum dos três pode aspirar a figurar no pódio dos melhores da nossa História.

Por razões diferentes,por percursos bem diversos,pelo resultado que da acção de cada um deles resultou para Portugal.

Aristides,um homem notável e um humanista extraordinário,seria desconhecido da maioria dos portugueses até á realização do concurso e,para além do mérito pessoal,terá beneficiado da excelente "defesa" feita por Jose Miguel Judice.

Alvaro Cunhal,resistente contra a ditadura e intelectual de mérito,combateu energicamente em Portugal aquilo que defendeu com igual energia na União Soviética,na Checoslováquia,na Polónia ou na Hungria. O partido unico,a existencia de uma oligarquia dirigente,a ditadura como forma de transformação da sociedade.

Para ele o ditador Salazar era abjecto e o ditador Estaline um exemplo a seguir !

António de Oliveira Salazar governou Portugal durante dezenas de anos,recuperando as finanças públicas no inicio mas desperdiçando os imensos recursos das ex colónias para modernizar o país.

Evitando a entrada de Portugal na II Guerra Mundial mas não sabendo evitar os 13 anos de guerra em Africa com tudo de mau que dela resultou.

Deixando um pais a viver em ordem e segurança,ao preço da tirania e da falta de liberdade,mas inculto,pacóvio e atrasado.

"Os grandes portugueses" foi apenas e só um concurso do qual não se podem extrair grandes ilacções para além do próprio contexto.

Não duvido que em Cunhal votou a máquina do Partido Comunista com a disciplina habitual.

Em Salazar terá votado uma verdadeira coligação;uma minoria de saudosos do passado,percentagem razoável de brincalhões,muitos que queriam evitar que Cunhal ganhasse e,provavelmente, uma imensa maioria dos que quiseram demonstar o seu descontentamento com a politica,os politicos e o rumo que o país está a levar.

E esse será o unico sinal que vale a pena reter para além do concurso.

Não por saudosismo do passado,mas por saturação do presente e falta de esperança no futuro.

Por mim,votei em D.Afonso Henriques.

Sem ele não haveria portugueses,Portugal e muito menos o concurso.

Depois Falamos

9 comentários:

Gonçalo Capitão disse...

Luís:

Encetei no "lodo" uma longa (e, também por isso, pouco cativante) série de textos sobre o assunto.

Mesmo não tendo ido além do 2º de 6 textos, quanto ao valor que dás ao concurso e ao aviso que fazes sobre a necessidade de o não desprezar, creio que estamos de acordo.

O salazarismo não existe. O descontentamento sim! A maioria da classe política portuguesa agrava-o, pese embora o povo não esteja isento de culpas. Evitamos fazer a parte que nos cabe.

Eleger Salazar, como direi no último capítulo (já os esbocei em tópicos, para seguir um fio lógico), foi um exercício que os portugueses adoram: atirar a pedra e esconder a mão...

SicGloriaTransitMundi disse...

Eu já tinha escrito/defendido há muito que só valia a pena votar em D. Afonso Henriques!!!...Porque sem ele não éramos sequer um país!!!...

Abílio Leite disse...

É verdade, sim senhor. Se não fosse o D. Afonso Henriques ainda hoje andavamos de turbante e sandálias.

Maria Manuel disse...

Pois eu não acompanhei o referido concurso de escolha dos melhores Portugueses. Apenas me apercebi de tal por mero acaso no dia da eleição e comunicação publica dos resultados. Apercebi – me do formato e do conteúdo do referido concurso e fiquei “com os cabelos em pé”. Como é possível comparar o incomparável? É isso mesmo como é que alguém minimamente honesto intelectualmente pode comparar individualidades tão distintas e tão importantes na trajectória da nossa história?!!!! Pois logo de inicio a formatação está errada. Só se houve com este concurso apenas um fundo pedagógico dar a conhecer, pela rama, homens de relevo à Nação. De qualquer forma uma ideia é transversal o Nacionalismo. Parece-me curioso como num tempo em que se fala e tenta implementar uma história europeia e um conceito de unidade europeia se desenvolvam concursos tão Nacionalistas…não que eu não o seja, mas não deixa de ser interessante uma meditação sobre tal. Outra meditação curiosa é o nosso eterno sebastianismo…pois é giro constatar o nível de saudosismo por quem (neste caso Salazar) à 20 anos atrás foi banido e queimado na fogueira inquisitiva do preconceito pró - esquerda. Giro é ver e lei os intelectuais de esquerda sobre o tema…no mínimo curioso. Pois sinto que em boa verdade mais do que uma saudade ou descontentamento é um tentar espiar culpas de uma relação mal resolvida ao estilo paternal.

brincalhao179 disse...

olá companheiro realmente somos umns grandes brincalhões

brincalhao179 disse...

olá companheiro quer possamos aceitar ou não somos mesmo um Portugal brincalhão

brincalhao179 disse...

e até breve.

brincalhao179 disse...

até breve companheiro

Anónimo disse...

Mais vale tarde do que nunca:
"mas inculto,pacóvio e atrasado".

Será que mais de 3 décadas passadas o povo está melhor ?