Os grandes portugueses,todos nós,são uns grandes brincalhões.
Assim se pode entender a votação no concurso da RTP, "Os Grandes Portugueses",que deu a vitória a Salazar (alguma vez havia de ganhar uma eleição),o segundo lugar a Cunhal e o terceiro a Aristides de Sousa Mendes.
Com o devido respeito,e sem querer arvorar-me num qualquer Scolari de figuras históricas,é perfeitamente evidente que nenhum dos três pode aspirar a figurar no pódio dos melhores da nossa História.
Por razões diferentes,por percursos bem diversos,pelo resultado que da acção de cada um deles resultou para Portugal.
Aristides,um homem notável e um humanista extraordinário,seria desconhecido da maioria dos portugueses até á realização do concurso e,para além do mérito pessoal,terá beneficiado da excelente "defesa" feita por Jose Miguel Judice.
Alvaro Cunhal,resistente contra a ditadura e intelectual de mérito,combateu energicamente em Portugal aquilo que defendeu com igual energia na União Soviética,na Checoslováquia,na Polónia ou na Hungria. O partido unico,a existencia de uma oligarquia dirigente,a ditadura como forma de transformação da sociedade.
Para ele o ditador Salazar era abjecto e o ditador Estaline um exemplo a seguir !
António de Oliveira Salazar governou Portugal durante dezenas de anos,recuperando as finanças públicas no inicio mas desperdiçando os imensos recursos das ex colónias para modernizar o país.
Evitando a entrada de Portugal na II Guerra Mundial mas não sabendo evitar os 13 anos de guerra em Africa com tudo de mau que dela resultou.
Deixando um pais a viver em ordem e segurança,ao preço da tirania e da falta de liberdade,mas inculto,pacóvio e atrasado.
"Os grandes portugueses" foi apenas e só um concurso do qual não se podem extrair grandes ilacções para além do próprio contexto.
Não duvido que em Cunhal votou a máquina do Partido Comunista com a disciplina habitual.
Em Salazar terá votado uma verdadeira coligação;uma minoria de saudosos do passado,percentagem razoável de brincalhões,muitos que queriam evitar que Cunhal ganhasse e,provavelmente, uma imensa maioria dos que quiseram demonstar o seu descontentamento com a politica,os politicos e o rumo que o país está a levar.
E esse será o unico sinal que vale a pena reter para além do concurso.
Não por saudosismo do passado,mas por saturação do presente e falta de esperança no futuro.
Por mim,votei em D.Afonso Henriques.
Sem ele não haveria portugueses,Portugal e muito menos o concurso.
Depois Falamos
9 comentários:
Luís:
Encetei no "lodo" uma longa (e, também por isso, pouco cativante) série de textos sobre o assunto.
Mesmo não tendo ido além do 2º de 6 textos, quanto ao valor que dás ao concurso e ao aviso que fazes sobre a necessidade de o não desprezar, creio que estamos de acordo.
O salazarismo não existe. O descontentamento sim! A maioria da classe política portuguesa agrava-o, pese embora o povo não esteja isento de culpas. Evitamos fazer a parte que nos cabe.
Eleger Salazar, como direi no último capítulo (já os esbocei em tópicos, para seguir um fio lógico), foi um exercício que os portugueses adoram: atirar a pedra e esconder a mão...
Eu já tinha escrito/defendido há muito que só valia a pena votar em D. Afonso Henriques!!!...Porque sem ele não éramos sequer um país!!!...
É verdade, sim senhor. Se não fosse o D. Afonso Henriques ainda hoje andavamos de turbante e sandálias.
Pois eu não acompanhei o referido concurso de escolha dos melhores Portugueses. Apenas me apercebi de tal por mero acaso no dia da eleição e comunicação publica dos resultados. Apercebi – me do formato e do conteúdo do referido concurso e fiquei “com os cabelos em pé”. Como é possível comparar o incomparável? É isso mesmo como é que alguém minimamente honesto intelectualmente pode comparar individualidades tão distintas e tão importantes na trajectória da nossa história?!!!! Pois logo de inicio a formatação está errada. Só se houve com este concurso apenas um fundo pedagógico dar a conhecer, pela rama, homens de relevo à Nação. De qualquer forma uma ideia é transversal o Nacionalismo. Parece-me curioso como num tempo em que se fala e tenta implementar uma história europeia e um conceito de unidade europeia se desenvolvam concursos tão Nacionalistas…não que eu não o seja, mas não deixa de ser interessante uma meditação sobre tal. Outra meditação curiosa é o nosso eterno sebastianismo…pois é giro constatar o nível de saudosismo por quem (neste caso Salazar) à 20 anos atrás foi banido e queimado na fogueira inquisitiva do preconceito pró - esquerda. Giro é ver e lei os intelectuais de esquerda sobre o tema…no mínimo curioso. Pois sinto que em boa verdade mais do que uma saudade ou descontentamento é um tentar espiar culpas de uma relação mal resolvida ao estilo paternal.
olá companheiro realmente somos umns grandes brincalhões
olá companheiro quer possamos aceitar ou não somos mesmo um Portugal brincalhão
e até breve.
até breve companheiro
Mais vale tarde do que nunca:
"mas inculto,pacóvio e atrasado".
Será que mais de 3 décadas passadas o povo está melhor ?
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