sexta-feira, maio 23, 2025

Simples

Não tenho idade, paciência nem tempo para sequer tentar enveredar por raciocínios políticos, complexos, elaborados, cheios de nuances como às vezes se vêem por ai. 
Deixo isso para alguns dos comentadores televisivos que tanto trabalho dão ao comando da minha televisão. 
Prefiro raciocínios simples sem serem simplistas. 
O centro e a direita tem hoje uma enorme maioria no parlamento dado que o povo resolveu dar-lhes uma segunda oportunidade depois de não terem aproveitado na plenitude a dada em 2024. 
E não só deu como a reforçou dando mais de dois terços dos lugares no hemiciclo. 
Desta vez é preciso saber aproveitar. 
Do meu ponto de vista assim: 
1) A AD deve governar sozinha dado que uma coligação com a IL para nada serve aritmeticamente e com o Chega não é possível não só porque o " não é não " o impede mas também porque a campanha feita pelo Chega o impossibilita dado ter ultrapassado as marcas da razoabilidade e do bom senso nos ataques a Luis Montenegro e à AD. Nenhum eleitor da coligação perceberia e aceitaria que quem fez cartazes com Montenegro ao lado de Sócrates viesse a aparecer ao lado de Montenegro no governo. E por isso tal como na campanha o Chega soube ir para a porta da casa de família de Luis Montenegro também por agora terá de ficar à porta da sua casa politica que é o governo. 
2) Isso não obsta a que AD e Chega, que tudo indica será o maior partido da oposição, não estabeleçam acordos parlamentares em torno de matérias importantes como a eleição do presidente da assembleia da República, o programa de governo e o orçamento de estado. Sendo absolutamente desejável que também a IL participe nesses acordos. Obviamente que ninguém pede a esses dois partidos que deixem de ser oposição mas apenas que demonstrem um sentido de Estado que também os credibiliza. Todos ganharão com isso. 
3) Aproveitando essa maioria de dois terços as três forças políticas não podem perder a oportunidade de fazerem a tão necessária revisão constitucional para modernizarem o documento e lhe retirarem a carga ideológica que ainda possui. 
Aí será desejável que o PS também seja parceiro activo se a sua nova liderança despir o radicalismo destes últimos anos. 
Se não o fizer então AD, Chega e IL devem avançar de igual forma com o processo prescindindo do PS. Não podem é uma esquerda e uma extrema esquerda absolutamente minoritárias serem forças de bloqueio de um processo que não precisa delas para nada. 
Repito a terminar o que escrevi no início. 
O povo deu ao centro e à direita uma segunda oportunidade. 
Se não a aproveitarem é muito improvável que haja uma terceira nos próximos largos anos.
Depois Falamos.

Nota: Sei bem que no PSD há quem continue a achar que o PS deve ser parceiro preferencial para acordos parlamentares e revisões constitucionais. Tenho dificuldade em perceber porquê. O PS cada vez que governa faz asneira grossa que depois tem de ser o PSD a resolver. De bancarrotas a serviços públicos no caos passando por classes profissionais revoltadas entre muitas outras coisas. De resto que confiança merece um partido que atirou pela janela décadas da sua História para se aliar com partidos totalitários e assaltar um poder que para ele não resultou de uma vitória eleitoral mas de uma geringonça contra natura? Creio que nenhuma!

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