sexta-feira, maio 16, 2025

Cirúrgico

Esta sondagem divulgada ontem pela RTP não difere no essencial de muitas outras que a comunicação social tem dado a público nos úlimos dias e que se caracterizam essencialmente por coincidrem nalguns aspectos.
Todas dão a vitória à AD.
Nenhuma dá a vitória ao PS.
Todas mostram a diferença entre AD e PS a crescer.
Nenhum coloca a AD sozinha na maioria absoluta.
Depois há algumas variações quanto aos outros partidos, que pouco interessam em termos de governo porque alguns (BE, CDU , PAN) em linguagem futebolística jogam para não descerem de divisão enquanto o Livre joga para uma posição tranquila , a Iniciativa Liberal garantiu a Liga Conferência mas quer mais, o Chega vai à Liga Europa porque a "Champions" é um sonho que apenas é consentido a AD e PS.
Contudo nalgumas sondagens a soma de AD e IL raia a maioria absoluta e é aí que talvez ainda seja possível alterar o panorama das sondagens e conseguir uma governo com maioria.
Não tenho que dar conselhos a ninguém mas se estivesse no lugar dos dirigentes de campanha da AD pensaria certamente em concentrar um derradeiro esforço de apelo ao voto nos indecisos e nos abstencionistas.
Pedro Pinto, líder parlamentar do Chega, dizia ontem com toda a razão que neste momento quem já decidiu ir votar também já decidiu em quem vota e o que resta de campanha já não terá grande influência.
É verdade.
Mas também há uma ainda razoável franja de indecisos, que as sondagens reflectem, e aqueles (demasiados)  que tradicionalmente se abstém ou desta vez não tencionam votar e que são quase metade dos eleitores inscritos.
E é para esses que do meu ponto de vista vale a pena fazer um esforço cirúrgico de captação de voto que permita à AD um governo de maioria.
Tentar convencer eleitores do PS ou do Chega a mudarem agora o sentido de voto não me parece eleitoralmente compensador. É tarde.
Mas convencer os indecisos a votarem na AD e e os abstencionistas das vantagens para o país de ter um governo estável para quatro anos parece-me ser aquilo que ainda pode fazer a diferença entre uma legislatura tranquila  e a continuação da instabilidade nos próximos anos com tudo que isso tem de negativo para Portugal.
Indecisos e abstencionistas podem bem ser o "ovo de Colombo" da conquista de uma maioria para governar.
Depois Falamos.

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