sábado, outubro 09, 2021

Excelência

Já por várias vezes escrevi sobre esta equipa do Vitória de 1974/1975 que foi uma das melhores  que me lembro de ver jogar perfeitamente à altura de outras que ficaram para a nossa memória colectiva como a de 1968/1969 ou a de 1986/1987.
Foi também uma equipa muito injustiçada.
Desde logo pela "justiça " federativa que a perseguiu durante toda  a época ficando para história a revolta gerada nos adeptos com os castigos ao goleador Jeremias que o retiraram de sete jogos do campeonato e provavelmente lhe negaram uma classificação bem melhor.
Mas também pela destino gerado por essa"injustiça", e pela arbitragem de um patife cjhamado Garrido que no último jogo do campeonato a privou de um apuramento europeu mais que merecido, que lhe retirou a justiça de alcançar uma classificação consentãnea com o seu valor.
Foi, apesar dessas injustiças, uma equipa que ficou para a História do futebol português.
Porque pela primeira (e última) vez o quinto classificado do campeonato teve o ataque mais goleador da prova algo que nunca tinha acontecido nem voltou a acontecer.
Tal como nunca tinha acontecido nem voltou a acontecer uma equipa conseguir marcar mais golos num campeonato do que Benfica, Sporting e Porto e algumas houve que conquistaram título, segundos, terceiros e quartos lugares.
Era uma equipa de grandes jogadores e que dava prazer ver jogar.
Jeremias um dos melhores pontas de lança da nossa História, Tito o maior goleador de sempre do Vitória, Abreu um craque vindo da formação e que brilhou durante muitos anos no nosso meio campo e que chegou a internacional A, Romeu extremo talentoso e goleador que jogou nos quatro maiores clubes de Portugal e foi internacional A por vários a começar pelo Vitória, Pedrinho um extremo rápido e marcador de golos, Custódio Pinto um médio goleador e dos melhores cabeceadores de sempre do futebol português, Osvaldinho um lateral muito adiantado para o seu tempo e que foi internacional A, Torres um central intratável na marcação, Rui Rodrigues um dos melhores centrais portugueses dos anos 60 e 70, Ramalho um lateral que se projectava muito bem no ataque e Rodrigues que foi um grande guarda redes, dos melhores de sempre do Vitória, e ainda podia ter sido melhor se a partir de certa altura não lhe faltasse alguma motivação.
E estes são os da fotografia.
Na qual não estão Alfredo que jogava á direita e à esquerda como lateral ou extremo, José Carlos um central excelente na marcação, Artur um polivalente que jogava em qualquer lugar da defesa e do meio campo e era especialista na narcação individual, Brito um central brasileiro que não se afirmou no Vitória mas fez boa carreira noutros clubes, Sousa um guarda redes de bons recursos e movimentos espectaculares, Almiro um dos grande médios que vi jogar no Vitória, Zequinha um extremo de excelente qualidade que preferiu a sua carreira de médico dentista ao profissionalismo do futebol, Ernesto um médio combativo e de bons pés, Pedroto em início de carreira mas mostrando as qualidades que o fariam triunfar anos mais tarde, Barreira um guarda redes oriundo da formação e que poucas oportunidades teve tapado por Rodrigues e Sousa, Jorge Gonçalves um excelente ponta de lança brasileiro a quem as lesões afastaram prematuramente de uma carreira que podia ter tido outra projecção.
Foi, de facto, uma equipa de excelência.
Com oito jogadores oriundos da formação.
Muito bem treinada por Mário Wilson jogava um futebol espectacular, de grande cariz ofensivo e que bem merecia ter alcançado outro reconhecimento.
Mas não teve sorte.
Até na taça de Portugal em que viria a ser injustamente afastada numa eliminatória espectacular com o Porto em que depois de um primeiro jogo inesquecível na Póvoa de Varzim (empate 3-3) viria a perder o desempate em Braga por 2-3 ,depois de estar a perder por 0-3, e com um onze longe do habitual face aos castigos resultantes do jogo na Póvoa.
Nada disso obsta a que fique na memória das que a viram jogar como uma das melhores de sempre do Vitória.
Depois Falamos.

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