O Vitória não tem uma das melhores equipas dos últimos dez anos nem nada que se pareça.
O Vitória não tem melhor equipa que o ano passado por esta altura e ,infelizmente, a que tem é claramente mais fraca.
O Vitória tem um plantel constituído de forma deficiente e leviana, com jogadores importantes que saíram a não serem devidamente substituídos, com reforços a chegarem a conta gotas e fora de horas (e alguns ainda tem de provar que são reforços...), com empréstimos desejados a nunca se consumarem como era fácil de prever, ,com lacunas em todos os sectores menos na baliza, com jogadores dispensados e cedidos que tinham lugar no plantel, com um treinador obrigado a coser uma manta de retalhos e dando a clara sensação de estar algo perdido nessa tarefa.
À luz de tudo isto é fácil perceber que após um empate com um mediano Salzburgo o Vitória tenha perdido com um Konyaspor que no campeonato português da época passada não se classificaria de certeza absoluta nos cinco primeiros lugares.
Mas este Vitória é uma equipa frágil, que entra nos jogos " a medo" e que só tem uma atitude minimamente ambiciosa quando se encontra em desvantagem e tem de ir em busca da recuperação do prejuízo.
Ontem foi mais do mesmo.
Face a um adversário acessível, mesmo a "este" Vitória "auto enfraquecido", a equipa entrou a ver no que paravam as modas e pese embora ter sido a primeira a criar um lance de relativo perigo depressa se percebeu que os seus medos e fantasmas assolariam se o adversário marcasse.
Como isso aconteceu, num lance em que a inocência da defensiva vitoriana foi gritante, depressa se percebeu que vinha aí mais um "drama" já conhecido de todos os vitorianos e que passaria por uma equipa sem rotinas ofensivas, sem pontas de lança goleadores, ter de recuperar uma desvantagem sabendo que para isso teria de arriscar e portanto expor-se defensivamente num tempo em que a defesa,especialmente nas laterais, não inspira grande tranquilidade.
Com o segundo golo, construido através da "avenida Konan" , chegou a recear-se que o drama se avolumasse porque as substituições ao intervalo apenas serviram para avolumar temores (felizmente não confirmados) dado o treinador ter recorrido, num caso por lesão de Pedro Henrique, a dois jogadores com zero minutos de competição esta época o que naquele cenário europeu e num jogo em ambiente adverso podia ser ...desastroso.
Felizmente não foi embora fique por entender a razão da saída de Wakaso que como de costume estava a ser dos melhores jogadores da equipa.
No esforço final em busca do empate Pedro Martins não encontrou melhor "coelho" para tirar da cartola do que meter um extremo, para juntar ao dois que já estavam em campo, tirando o inoperante Estupiñán e deixando no banco o ponta de lança Texeira (Rafael Martins voltou para a bancada) continuando assim o processo de destruição anímica dos seus avançados.
Mau demais para o que o Vitória e os vitorianos merecem esta carreira na Liga Europa que com dois jogos disputados, face a adversários completamente acessíveis, se cifra no magro pecúlio de um ponto conquistado.
Quando se vê a carreira que o quinto classificado do ultimo campeonato está a fazer na mesma Liga Europa temos cada vez mais razões para olharmos com tristeza este Vitória que está "assim" sem nenhuma necessidade.
Agora, com uma dupla jornada com Marselha pela frente, só valerá a pena pegar na calculadora se a equipa melhorar consideravelmente nas próximas semanas porque caso contrário vamos ter quatro jogos para cumprir calendário.
É triste!
Depois Falamos.
4 comentários:
Este jogo reflete a história do VSC na UEFA... falta de estofo internacional. Equipa cheia de medo, sem garra, nem ambição.
Mas de qualquer forma, estão de parabéns, pois estão quase a ultrapassar o número de jogos do Alan na UEFA em representação do SCB. O Alan fez 63 jogos pelo SCB e o VSC disputou ontem o seu 62.º jogo europeu oficial.
A diferença entre o quarto e o quinto classificados da época passada é que o primeiro fica todo contente em ir às provas europeias ("Estamos lá") e jogar (i.e., perder) contra equipas de prestígio (Celtic, Barcelona, Lazio, At. Madrid), enquanto que o segundo só se contenta com prestações condignas e resultados históricos (Bayern, Arsenal, Liverpool, Benfica, Kiev, Parma, Hoffenheim, Marselha, Paris SG).
Já agora para sua informação, o SCB já ganhou 17 jogos fora em jogos da UEFA (Galatasaray, Besiktas, Birmingham, Parma, Hoffenheim, Sevilla, Sion, etc, etc, etc) enquanto que o VSC tem apenas 1 (uma) vitória.
Não há nesta apartado qualquer comparação possível entre os dois clubes.
Caro jj:
São factos.
A que até acrescento um: O Braga este ano já ganhou tantos jogos na Liga Europa como o Vitória nos últimos vinte e um anos.
As coisas são o que são.
Mas largos dias tem 100 anos e não há mal que sempre dure.
Últimos 21 anos não foram 2 triunfos!
Vencemos o Wisla por duas ocasiões em 2005, Midtyland em 2011 e o Rijeka em 2013.
Quanto a jogos europeus, o VSC ontem fez o sexagésimo jogo europeu.A UEFA não contabiliza os 8 jogos na antiga Taça Cidade com Feiras ( precursora da TAÇA UEFA), senão teria sido a partida 68.
Se na antiga TAÇA UEFA, o Vitória se batia bem (eliminou clubes como Sparta de Praga, Atlético Madrid, Real Sociedad, Parma, Standard de Liége), na Liga Europa as prestações são pouco condizentes com os pergaminhos do Clube.
Urge o Clube catapultar-se para outras performances!
Caro Anónimo:
Eu sei que não.
Mas o Braga este ano já jogou plai offs e também ganhou.
De qualquer forma o que importa é que em termos europeus o nosso palmarés é claramente inferior ao dos nossos vizinhos. E embora custe há que reconhecê-lo
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