Há muitos anos atrás uma banda que já não existe, os Jafumega, cantavam uma música-Ribeira- cujo refrão era “...a ponte é uma passagem,para a outra margem...” e que fez grande sucesso nesses tempos.
Hoje nas eleições autárquicas em Guimarães também há uma “Ponte” que separa de forma inultrapassável duas margens que nada tem a ver entre elas.
De um lado está a margem da decência percorrida por todos quantos tem da politica uma visão assente em ética, valores, coerência e respeito por companheiros e adversários enquanto do outro lado se situam todos aqueles que acham simplesmente que na política e na vida...vale tudo.
Mas não vale.
Em 2013 a freguesia de Ponte era governada pelo PS dando sequência anteriores vitórias socialistas nessa freguesia.
Nesse ano a coligação “Juntos por Guimarães” apresentou uma candidatura liderada por um cabeça de lista cujos méritos pessoais e profissionais não discuto, também porque não os conheço, mas que politicamente não era rigorosamente ninguém por ser completamente desconhecido das lides políticas.
Foram a coligação e André Coelho Lima que lhe deram a oportunidade aparecer e ser alguém na politica vimaranense.
Durante quatro anos o presidente de junta e a sua equipa governaram a freguesia tendo tido da parte da coligação e dos partidos que a compõe todo o apoio, toda a solidariedade, todas as oportunidades de promover a imagem (do presidente de junta bem entendido) por considerarem que era um quadro político capaz, leal e no qual valia a pena apostar.
Recordo a propósito a vinda a Guimarães do Professor Marcelo Rebelo de Sousa, durante a sua campanha presidencial, e em que no almoço realizado foi dada ao presidente de junta uma notoriedade e um protagonismo manifestamente acima do que seria normal precisamente no âmbito dessa ideia de que era um político para o futuro e com futuro.
Ao longo desses quatro anos em todos os contactos, em todas as reuniões em que esteve presente, em todas as conversas que manteve com André Coelho Lima e restantes dirigentes da coligação nunca o presidente de junta manifestou uma discordância, uma divergência, uma opinião diferente.
Nomeadamente no grupo parlamentar do PSD, de que fazia parte, e onde nunca lhe foi conhecida qualquer divergência com a orientação política seguida.
Nenhuma!
Tudo parecia decorrer , pois, na maior das normalidades dentro do que deve ser a relação entre um eleito e a força política que o elegeu.
Parecia…
Porque em simultâneo com essa atitude “às claras”o presidente de junta, no negrume da “noite” , andava em negociações com o PS, em grandes negociações com Domingos Bragança, num
”namoro” eticamente obsceno que dificilmente podia deixar de resultar num “casamento” para as autárquicas de 2017.
Deve dizer-se que em abono da verdade há muito tempo que algumas atitudes amáveis a raiarem a pura bajulação do presidente de junta para com Domingos Bragança e em simultâneo atitudes descorteses para com André Coelho Lima indiciavam que à primeira “cavadela” apareceria grande “minhoca” que é ,como se sabe, um verme invertebrado.
E como se sabe que nesta matéria de “comprar” autarcas de outros partidos o PS de Guimarães nunca foi de cerimónias, nem que para isso tenha de por de lado os seus próprios camaradas das freguesias onde vai fazer essas “aquisições”, havia mais que razões para estar de pé atrás com as movimentações numa das margens da Ponte.
Bastava ver a página de Facebook do presidente de junta para se perceber o “negócio” que se desenhava entre ele e Domingos Bragança.
Mas em nome de um personalismo de que o PSD não abdica, e da recusa em fazer falsos e eventuais injustos juízos sobre terceiros (mesmo quando paulatinamente iam existindo cada vez mais razões para isso…), esperou-se uma definição por parte do presidente de junta que ao longo dos últimos meses nunca disse aos dirigentes da coligação que não seria por ela candidato.
Mas um dia, quando já não podia adiar mais, lá assumiu o segredo mais mal escondido da politica vimaranense e afirmando-se candidato pelo PS não resistiu a numa de subserviência , sabujice e ingratidão lançar um ataque pessoal mentiroso e desavergonhado ao André Coelho Lima através da comparação dele e de Domingos Bragança com personagens do mundo futebolístico não atingindo sequer o ridículo de que se cobriu ao enveredar por esses caminhos.
Percebo que quem nasce para dar 8 não possa dar 80 em termos de intelecto, de elegância, de correcção nos procedimentos e portanto lhe fuja a boca para a facilidade da linguagem futebolística, quando quer justificar o injustificável, mas nada explica o tratar mal quem sempre o tratou bem.
Felizmente Ponte tem outra margem.
A margem da decência.
Na qual se reuniram diversas pessoas de vários partidos,e outras sem partido, que não se conformando com a imagem que o presidente de junta estava a dar da freguesia nas suas trocas e baldrocas político partidárias resolveram convergir no essencial e deixando de lado naturais divergências partidárias (as que militam em partidos obviamente) uniram-se em volta de um projecto comum para a sua freguesia apostadas em contribuírem para o seu progresso pelo mérito próprio da comunidade e não por razões de outra ordem.
Sob o sugestivo nome de “O Nosso Partido é Ponte” e lideradas por Diana Fernandes, uma pessoa inteligente, dinâmica e profunda conhecedora da sua freguesia, esse grupo de cidadãos protagoniza uma candidatura independente das forças partidárias que tem como objectivo primeiro, único e ultimo o desenvolvimento da vila de Ponte sem que para tal necessitem de vender a alma ao diabo ou recorrerem a um qualquer “alfaiate” da politica que as ajude a virar a casaca.
“ A ponte é uma passagem para a outra margem” cantavam os Jafumega.
No dia 1 de Outubro os eleitores de Ponte terão,também eles,a oportunidade de levarem a sua freguesia para a outra margem.
A da decência.
Apoiando Diana Fernandes e a sua equipa!
2 comentários:
Caro Cirilo:
Realmente a 'estória' que conta vai sendo cada vez mais vulgar. A falta de ética, dignidade, e já agora, honestidade campeiam.
Cara il:
Este é um caso particularmente chocante de ingratidão e falta de lealdade. Pode ser que os eleitores o castiguem
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