sexta-feira, setembro 15, 2017

O Nosso 14

Pela primeira vez na história das competições europeias uma equipa iniciou um jogo sem nenhum europeu no onze inicial.
Um facto descoberto pelo jornal inglês Daily Mirror e rapidamente reproduzido por imprensa europeia e mundial tal o insólito do sucedido.
Uma triste estreia que calhou em azar ao Vitória, um clube que vem fazendo da formação e do aproveitamento dos talentos das suas camadas jovens uma  "bandeira", mas que na noite de ontem contradisse por completo essa "bandeira" alinhando onze afro-americanos (e depois entrariam mais dois) mais parecendo estar a disputar a Copa América ou a CAN do que a Liga Europa.
Embora tenhamos de compreender que depois de nos últimos anos terem sido vendidos tantos jovens portugueses da nossa formação (Ricardo, Paulo Oliveira, João Pedro, Tiago Rodrigues,Josué, etc) a "árvore dos talentos" não consiga repôr ao mesmo ritmo as baixas sofridas como, aliás, sempre escrevi desde 2013.
E se isso, a utilização simultânea de onze afro-americanos, já é mau por várias razões pior se torna quando constatamos que toda essa aposta em jogadores importados rendeu bem pouco em termos exibicionais e de resultados.
Como infelizmente vem sendo norma esta época.
Individualmente:
Douglas: Fica ligado ao resultado pelas enormes responsabilidades que tem no golo com uma saída dos postes em que ficou a meio do caminho. No resto teve pouco que fazer também graças à fraca pontaria dos adversários.
Vitor Garcia: Aguentou-se bem não comprometendo a defender e integrando-se no ataque sempre que possível.
Jubal: Não comprometeu mas evidenciou dificuldades quando a bola era metida nas suas costas.
Pedro Henrique: Fez o golo e partilhou das dificuldades do colega de sector.
Konan: Francamente mal. Um inicio de jogo a agarrar-se à bola, a querer driblar e tudo a sair-lhe mal com a equipa a ser apanhada em contra pé. Condição fisíca deficiente,especialmente perceptível quando precisava de recuperar a posição e o fazia a ritmo de "jogging", está longe do jogador da época passada. Muito trabalho pela frente.
Wakaso: Boa exibição a dar agressividade à intermediária e a recuperar bolas. Até agora a mais acertada das contratações.
Célis: O mais inconformado dos vitorianos sempre a empurrar a equipa para o ataque e com boa colaboração defensiva. Um bom jogo.
Hurtado: Uma exibição muito discreta num dia em que a equipa precisava do melhor Hurtado. Fez o cruzamento para o golo e pouco mais. Lamentável a forma como saiu, a passo, aquando da substituição dando ares de vedeta que a exibição infelizmente não confirmou.
Rincón: Um dos que está a fazer a pré temporada e em processos de adaptação a uma nova realidade. E isso reflectiu-se numa exibição esforçada mas nada mais.
Texeira: Uma exibição esforçada em que se fartou de ganhar lances aos centrais mas depois nunca teve a ajuda necessária dos colegas na segunda bola. Sem cruzamentos e últimos passes eficazes não teve ensejo de rematar. Creio que rende mais jogando num esquema de dois pontas de lança jogando ligeiramente atrás do colega.
Raphinha: Um jogo discreto.
Foram suplentes utilizados:
Kiko: A um jovem de 20 anos a fazer a sua terceira aparição na equipa A não era justo pedir-lhe que pusesse "ordem" numa "casa" em alguma desordem e num meio campo que não conseguia ligar jogadas.Não comprometeu mas também não pôde ter a influência que o treinador gostaria.
Heldon: Trouxe algum,pouco, irrequietismo mas sem qualquer influência no desenrolas do jogo.
Rafael Miranda: Entrou nos instantes finais para ajudar a segurar o empate o que de alguma forma diz tudo sobre como o jogo correu para o Vitória.
Não foram utilizados:

Miguel Silva, João Aurélio, Marcos Valente e Sturgeon

Melhor em campo: Célis

Depois deste arranque a meio gás na Liga Europa a equipa tem de se concentrar no campeonato e em especial na difícil deslocação a Braga onde vai encontrar o velho rival moralizadissimo pelo triunfo na Alemanha face a um adversário que vinha de derrotar o Bayern de Munique.
O Vitória entra com um ponto de avanço na classificação e é de desejar que no mínimo saia com o mesmo ponto para que a equipa ( e os adeptos) aí encontrem um facto de moralização para os difíceis compromissos que se avizinham.
Depois Falamos

3 comentários:

Anónimo disse...

Boas Sr Cirilo.
Antes de mais dizer que concordo consigo em tudo, menos num ponto. Hurtado, ele saiu a passo não por "ares de vedeta" mas sim por um toque que teve e que até foi isso que lhe fez sair de campo. Pouca gente reparou mas foi ele que pediu para sair pois não conseguia mais. No banco, inclusive esteve a fazer gelo.

De resto concordo a 100%. E inclusive ambos os pontas-de-lança que temos são melhores a jogar num esquema de 2 avançados... E dos 5 que temos o melhor de todos é mesmo o Jacques Haman sem dúvida alguma aquele que mais se encaixa no estilo do Vitória.

Cumprimentos.

Anónimo disse...

Tem toda a razão, no entanto será que o dayle mirror se preocupa com o campeonato inglês?! É que já vi chelsea e arsenal a alinharem sem nenhum inglês. Mas é mau...

Cumprimentos

FF

luis cirilo disse...

Caro Anónimo:
Não sabia desse detalhe. Mas mesmo assim podia ter sido mais lesto. O Haman não conheço mas sei que na equipa B tem mostrado qualidade. Pode ser que tenha uma oportunidade.
Caro FF:
Sem ingleses sim mas sem europeus não. Mas a questão fundamental é que mesmo com essa "anormalidade" de onze afro americanos a equipa não rende nada do que se esperava. E para fazer o que ela tem feito não eram preciso estrangeiros.