Quando os
anos se aproximam do seu final é um hábito arreigado o fazerem-se escolhas
daquilo que de mais importante se passou no decorrer dos 365 dias e que de
alguma forma marcou esse período.
Nessa
perspectiva escolhi seis assuntos que do meu ponto de vista marcaram 2016.
Três
políticos, dois desportivos e um ligado à música.
Começando
pela política nacional creio que o acontecimento mais relevante do ano foi a
eleição de Marcelo Rebelo de Sousa como presidente da República confirmando que
ao contrário do que alguns dizem Portugal não é um país que vota “fatalmente” à
esquerda.
Depois de
dez anos de presidência de Aníbal Cavaco Silva o país votou de forma clara
noutro ex presidente do PSD para o mais alto cargo da nação o que mostra bem que
em cada momento os portuguese sabem escolher quem melhor os pode representar.
Na política
internacional destacaria dois momentos:
Um é a
eleição de António Guterres para secretário-geral da ONU.
Dando
sequência a dez anos de excelente trabalho no alto comissariado para os
refugiados, contrariando a moda que queria que o SG fosse mulher e do leste
europeu, o ex primeiro-ministro soube no tempo de campanha convencer os países,
e especialmente os que integram o Conselho de Segurança, que ele era a pessoa
certa para o exercício do cargo.
E conseguiu.
Sendo o
primeiro português no mais alto cargo internacional o que tem de ser
considerado como excepcional face ao país de que é natural e que sendo credor
de um importante papel mundial em séculos passado é hoje praticamente
irrelevante.
O outro
facto internacional que merece destaque é a eleição de Donald Trump como
presidente dos Estados Unidos.
Uma eleição
“sui generis”, só possível num sistema eleitoral como o americano em que o
eleito teve quase menos três milhões de votos que a derrotada, e em que Trump
além de Hillary Clinton derrotou também as sondagens, os comentadores e todas
as previsões.
Espera-se
agora, mas com pouca esperança, que o presidente seja melhor que o candidato o
que não deveria ser nada difícil mas o que as escolhas para o governo tem vindo
a demonstrar que não é nada provável.
No desporto
destaco também dois momentos:
Um é a
conquista do Europeu pela selecção nacional de futebol.
Com o sabor
particularmente agradável de ganhar a final face à França, tantas vezes a
“besta negra” da nossa selecção, país organizador da prova perante o gáudio e a
alegria imensa de todo um povo (terá sido para os nossos emigrantes em França
um dos momentos mais alegres das suas vidas) e a incredulidade horrorizada dos
franceses que julgavam a final como “favas contadas”.
Foi também a
conquista internacional que faltava à brilhantíssima carreira de Cristiano
Ronaldo que tendo ganho tudo a nível de clubes ainda lhe faltava um grande
êxito internacional pela selecção.
O outro
momento que destaco é a conquista da medalha de bronze nos Jogos Paralímpicos
por Manuel Freitas Mendes.
O primeiro
vimaranense e vitoriano a ganhar uma medalha olímpica saiu do anonimato para a
primeira fila dos grandes atletas portugueses fruto de um trabalho, uma
dedicação, um espírito de sacrifício que tiveram no Rio de Janeiro o merecido
prémio e o tornaram num justo ídolo para todos os seus concidadãos.
E um exemplo
de que vale a pena lutar por um sonho.
Finalmente o
momento ligado à música.
E que é de
todos os que escolhi o único em que o fiz pela lado mais negativo e do qual
2016 não deixará boas memórias.
Neste
fatídico ano deixaram-nos David Bowie, Prince, Leonard Cohen e George Michael.
Quatro
enormes talentos, quatro músicos que deixaram uma obra que será recordada,
quatro “baixas” para o mundo da música e das artes para as quais não há
remédio.
E alguns
deles ainda muito novos para tão triste desenlacem.
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