Expressões...

Tenho o hábito antigo, que reforçei quando lá estive, de assistir a debates parlamentares.
Considero-os um exercício de inteligência, de capacidade oratória, de velocidade de raciocínio e de estilo de argumentação.
Pelo parlamento vi passar grandes oradores nestes 38 anos de democracia parlamentar.
Salgado Zenha, Amaro da Costa, Santana Lopes, António Guterres, Almeida Santos, Francisco Louçã entre muitos outros que deixaram marca nos debates.
Depois de ver muitos e muitos debates, ao vivo e na televisão, comecei a achá-los demasiado previsíveis e passei a interessar-me por outros detalhes.
Como a expressão facial do orador, o tom de voz ou o tipo de olhar.
E impressiona-me, e muito, a diferença que nessa matéria existe entre PSD e CDS de um lado e PCP e BE do outro com o PS a dar para os dois lados conforme quem fala.
E isto não é de hoje nem sequer particularizo ninguém.
Mas a verdade é que á esquerda se vêem constantes expressões de raiva, de fúria, de acinte, quase diria de ódio pelos opositores políticos.
Em cada intervenção parece que o que importa é esmagar o adversário,derrotar o inimigo, impor a opinião de qualquer forma..
Diria que nessa matéria, também perceptível nos votos de pesar que uns votam e outros se recusam a votar (veja-se os casos recentes de Jaime Neves vs Hugo Chavez), esses partidos ainda vivem no século 19 em plena luta de classes.
É pena.
Porque a razão que por vezes tem é ofuscada pela raiva com que a expõe.
Depois Falamos