Um tema que ressurge ciclicamente é o da moralização da politica.
Seja á boleia de investigações jornalísticas, seja em função da mistura entre partidos e empresas públicas, seja no licenciamento suspeito e apressado de grandes empreendimentos,seja na questão dos vencimentos dos titulares de cargos políticos ou dos sinais exteriores de riqueza de alguns políticos.
Tudo serve para denegrir a actividade politica e os seus agentes.
Em muitos casos, a maioria, sem qualquer razão.
Noutros com razão,com julgamentos e condenações nos orgãos competentes.
Sempre entendi,e continuo a entender,que os políticos e a politica são o reflexo da sociedade que temos sem que se lhes possam assacar mais virtudes e defeitos que ao comum dos cidadãos,das empresas,das actividades sociais.
Mas a politica tem má fama e paga por isso.
E uma das coisas que mais contribui para a má fama da actividade são as mudanças de partido interpretadas por alguns políticos.
A nível nacional, distrital ou local.
Sempre com o argumento de que eles são os mesmos e os partidos de que saem é que mudaram.
Argumento de quem tem má consciência como é evidente.
E os exemplos são inúmeros.
Mário Soares,Vital Moreira,Freitas do Amaral, José Sócrates,Santos Silva,Paulo Portas,Pacheco Pereira entre muitos outros são exemplos de políticos que antes de militarem nos actuais partidos (ou de servirem em governos de cor diferente da sua origem partidária) estiveram noutras áreas ideológicas.
E o povo,que está na politica como no futebol e não entende mudanças de clube que não seja por razões de dinheiro, acha que os políticos são uns "vendidos".
Não é verdade,embora nalguns casos pareça.
E quando isto é transposto para o plano local, câmaras e freguesias,com a inevitável proximidade ás populações ainda agrava essa má imagem.
Por isso entendo,vá lá com o conforto de 34 anos de militância na JSD/PPD/PSD,que alguma coisa tem de ser feita.
E um primeiro passo seria impedir legalmente que um deputado,presidente de câmara,vereador,presidente de junta e mais alguns casos tipificados, pudesse numa eleição ser candidato por força politica diferente daquela pela qual tinha sido eleito anteriormente.
Com isso se acabaria com as transferêrencias de partido e com o assédio a que alguns autarcas são sujeitos em período pré eleitoral.
Com claro prejuízo para a imagem da democracia, dos partidos, do sistema politico em geral.
E essa é uma questão á volta da qual os partidos bem podiam entender-se.
Depois Falamos
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5 comentários:
talvez por uma questão de estratégia tenha omitido o nome do seu amigo, DURÃO BARROSO.
Para quem tanto apela à moral...
Já Sá Carneiro dizia: "A politica sem risco é uma chatice mas sem ética é uma vergonha."
Caro Anónimo:
Se reparar eu citei alguns nomes e referi que existiam muitos outros.
Um dos quais é Durão Barroso sem duvida.
Agora está enganado quantos aos apelos á moral; eu constato factos e proponho ideias não faço apelos.
Porque não é imoral mudar de partido.
Imoral é mudar de partido e manter os lugares.
Cara Dri:
E FSC tinha toda a razão.
Nisso e em muitas outras coisas.
Tenha paciência mas não concordo.
O povo é que tem de fazer essa sangria,nas urnas.
Os politicos é que tem de ter mais carácter,nos partidos.
Caro Jose Alves:
Povo e partidos cada qual com seu papel.
Mas tal como os partidos tem que perceber os sinais que vem do povo também este não se pode demitir de ajudar a mudar o que está mal.
E isso faz-se participando.
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