
Este livro encerra para mim um mistério que nunca terá solução.
A razão pela qual tendo-me apercebido da sua publicação em 2014, sendo de um género literário - biografias - que muito aprecio e tendo eu trabalhado nove anos no grupo BCP, não o comprei e li logo na altura.
Porque biografando o eng. Jorge Jardim Gonçalves , figura lendária do BCP ( já o era no tempo em que lá trabalhei entre 1989 e 1998) dado o seu extraordinário papel na fundação do banco e do grupo e na sua ascensão até ser a maior instituição financeira portuguesa, tinha uma natural curiosidade em ler a sua biografia.
A verdade é que não o comprei na altura e foram precisos passar onze anos (!!!) para me voltar a lembrar do livro porque por feliz coincidência o vi algures na internet e naturalmente não voltei a incorrer no erro de o esquecer como em 2014.
Comprei-o.
E só posso dizer dizer três coisas.
Que é uma obra extraordinária, que conta magnificamente a vida de uma personalidade absolutamente invulgar e que é seguramente das melhores obras biográficas que li em toda a minha vida e já li muitas.
Nela está em corpo inteiro o eng. Jorge Jardim Gonçalves.
O homem na sua especificidade, o crente em Deus, o herói de guerra,, o neto, o filho, o marido, o pai e o avô, o mais importante banqueiro de toda a história da democracia portuguesa, o fundador de um grupo financeiro que chegou em Portugal e em vários outros países a ter um total de mais de trinta mil funcionários, o homem poderoso que durante três décadas influenciou a vida económica, financeira e às vezes política de Portugal.
Por ele e pela sua vida pessoal e profissional passam muitas outras personalidade nacionais e internacionais de relevo de que o livro dá nota
Todos os presidentes da República de Ramalho Eanes a Aníbal Cavaco Silva, praticamente todos os primeiros ministros da democracia (e enquanto estudante ainda conheceu Oliveira Salazar) , líderes politicos como Álvaro Cunhal, religiosos como João Paulo II, empresários como Belmiro de Azevedo e António Champalimaud, banqueiros como Cupertino de Miranda, Artur Santos Silva ou Ricardo Salgado.
É um livro extraordinário, sobre um homem não menos extraordinário, redigido com imenso talento e uma escrita magistral por Luís Osório.
Daqueles livros que deixa pena, muita pena, de se chegar à última página e não haver mais para ler.
Que é de leitura obrigatória, mas prazenteira, para quem quiser conhecer aspectos relevantes do Portugal de finais do século XX e primeiros anos do século XXI.
Depois Falamos.
Nota: Não posso dizer que tenha conhecido o eng. Jardim Gonçalves. Cumprimentei-o socialmente numa ou noutra ocasião em eventos do banco, participei em várias reuniões de quadros por ele presididas e assisti ao nascer e crescer da lenda admirativa em torno da sua figura.
Foi essa personalidade lendária, mas bem real, que fui encontrando ao longo deste livro.
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