Acompanhei com pouco interesse, devo dizê-lo, as eleições presidenciais no Brasil.
Nenhum dos candidatos me pareceu à altura do que um país como o gigante sul americano (ou qualquer outro em bom rigor) necessita, menos ainda nestes tempos complexos que o mundo vive, pelo que o interesse foi mesmo residual.
Mesmo quando um dos candidatos foi vitima de um atentado que o impediu de fazer campanha mas em nada terá prejudicado a sua votação.
Percebi que em Portugal havia muita gente a arrepelar os cabelos com a hipótese de Bolsonaro ganhar, nalguns casos os mesmos que se mantém em enorme silêncio face ao que se passa na Venezuela, outros que achavam que nem um nem outro serviam e também os que legitimamente entendiam que Bolsonaro era o melhor.
O Brasil votou.
Em Liberdade.
E a primeira volta deu um claro triunfo a Bolsonaro com cinquenta milhões de votos contra os trinta milhões de Haddad, a vitória em 16 Estados contra nove do seu opositor e uma percentagem de 46% contra os 29% do candidato do PT.
Ou seja em condições normais Bolsonaro vencerá a segunda volta o que, aliás, todas as sondagens indicam com larga margem e ao abrigo de qualquer margem de erro.
E assim sendo essa será a vontade do povo brasileiro que é naturalmente tão legítima como a de qualquer outro pese embora alguns que se acham sempre no direito de pensarem pelos outros com base numa ridícula arrogância pseudo intelectual.
Sei o que Bolsonaro pensa e propõe pelo que em pouco ou nada estou de acordo com ele.
Mas ele tem o direito de pensar assim.
E se aqueles que como eu acham que o sistema eleitoral americano está errado face aos tempos presentes (mas esse é problema dos americanos e de mais ninguém), e lhes custou ver Hillary Clinton ter mais três milhões de votos que Trump e não ser eleita, mas sem por em causa a legitimidade de quem venceu como não aceitar a vitória de um candidato que teve cinquenta milhões de votos e mais vinte milhões que o seu oponente?
Como se dizia dantes, curiosamente também por alguns que não reconhecem aos brasileiros a capacidade de escolherem os seus destinos, é preciso respeitar a vontade popular.
Mais nada.
Depois Falamos
P.S. A vitória previsível de Bolsonaro tem também outro significado, em linha com o que se vem passando na Europa, que é o de mostrar sociedades cansadas dos partidos tradicionais e desejosas de novas propostas políticas.
Assunto a que voltarei.
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