A vida, toda ela e não apenas a política, é dinâmica e por isso é sempre muito ingrato avaliar o passado à luz do presente quando as circunstâncias, as pessoas, os condicionalismos mudaram e às vezes de forma radical.
É um pouco como avaliar os Descobrimentos à luz de critérios, valores e pressupostos éticos actuais.
Não faz qualquer sentido.
E por isso nunca me arrependi, em já muitos anos de vida política incluindo o ser cidadão eleitor desde 1979, das opções que fiz em cada momento por entender que elas eram as melhores e as que mais correspondiam ao meu pensamento e posicionamento.
E isso aplicou-se quer a eleições nacionais (autárquicas, legislativas e presidenciais) quer a eleições europeias em que de uma forma geral votei sempre no partido em que militei durante 43 anos ou nos candidatos por ele apoiados embora aqui ou ali com alguma....dificuldade.
A única excepção, tanto quanto me recordo, foram as presidenciais de 1991 em que pela única vez na vida me abstive porque era absolutamente incapaz de votar quer em Mário Soares quer em Basílio Horta,os principais candidatos, quer num dos outros candidatos que a elas concorreram.
Também nas eleições internas do partido em que fui militante optei sempre por um dos candidatos à liderança (naquelas em que havia mais que um candidato) e devo dizer que aí nunca tive razão para me arrepender independentemente de eles terem sido ou não eleitos.
Houve até casos, como José Manuel Durão Barroso e Luís Filipe Menezes, em que primeiro perderam e depois ganharam.
Noutras eleições, como por exemplo autárquicas e presidenciais, já tive uma ou outra vez (remotas e recentes) boas razões para me arrepender mas não o faço pela simples razão, atrás exposta, de que no momento em que votei entendia serem a melhor opção!
Depois percebi que me tinha enganado e que me tinham enganado, porque pareciam uma coisa e eram outra, mas foi...depois!
E desses pouquíssimos casos, pese embora o tempo que já passou (32 anos) , aquele em que estou mais perto do arrependimento foi o voto em Freitas do Amaral nas presidenciais de 1986.
Porque no momento pareceu-me a melhor opção mas de lá para cá foram desilusões atrás de desilusões com um personagem que é um exemplo acabado de falta de coerência ideológica e de enorme oportunismo político.
Nunca perceberei, mas em bom rigor também para nada me interessa, como é que alguém que foi vice primeiro ministro de Francisco Sá Carneiro conseguiu depois ser ministro num governo de José Sócrates e andar permanentemente de braço dado com uma esquerda e uma extrema esquerda que passaram anos a insultá-lo , a hostilizá-lo e até a perseguirem violentamente o partido de que foi líder noutros tempos.
Depois Falamos
2 comentários:
Caro Luis Cirilo
Não o quero perto do arrependimento. Quero-o bem dentro do arrependimento.Trata-se duma das mais sinistras personagens da política pós 25. E ainda por cima com raízes
em Guimarães. Valha-nos Deus ...
Quim R.
Caro Quim R:
Seja feita a sua vontade na esperança de que apareça por cá muito mais vezes
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