Passado o período estival e feito um compasso de espera a ver no que paravam as modas da nova época desportiva, e especialmente no que ao futebol concerne, é tempo de voltar às crónicas que muito tempo atrás o Luís Paulo Rodrigues me deu a honra de convidar a fazer para o zerozero.
E por isso hoje abordarei quatro temas diferentes e de plena
actualidade.
O primeiro tem a ver com aquilo a que se pode chamar “época nova e
pecados velhos”.
Refiro-me naturalmente ao futebol que em toda a Europa, sem qualquer
dúvida e de bem longe, mais polémicas envolve ao ponto de elas serem quase uma
obrigatoriedade (fomentada ,é certo, por alguns jornais e televisões porque
polémicas....vendem) sem a qual o nosso futebol não seria o que é!
Ao fim da primeira jornada já se discutiam árbitros e arbitragens,
nomeações e erros do VAR, sempre com os clubes do costume,especialmente Benfica
e Porto porque o Sporting andava entretido com os seus próprios problemas, a
contribuírem para o desprestigio e descredibilização de um futebol que já anda muito
por baixo nessas matérias.
É absolutamente impressionante como os dirigentes desses clubes não
percebem o mal que andam a fazer ao nosso futebol com essas polémicas, essa
conflitualidade permanente, essa constante troca de acusações que apenas os colocam
num ridículo de que infelizmente nem se apercebem.
O segundo tem muito a ver com o primeiro e versa a questão das
polémicas em volta dos famigerados e-mails divulgados pelo Porto e pertencentes
ao Benfica.
É uma questão que seria simples noutro país mas ameaça arrastar-se sem
fim à vista no país das polémicas ao sabor de investigações que parecem não ter
fim e de um empurrar de culpas entre as partes envolvidas.
A questão é simples.
Houve um hacker que roubou ao Benfica correio privado?
Puna-se conforme as leis.
Houve quem pagasse ao ladrão para obter os documentos?
Puna-se conforme as leis.
Esses mails revelam a prática de crimes diversos pelo seu
proprietário?
Puna-se conforme as leis e neste caso também as leis desportivas.
Não vejo onde está a dificuldade!
O terceiro ponto tem a ver com a selecção nacional que depois de um
Mundial algo amargo, e em que ficou a sensação de que podíamos ter ido bem mais
longe, regressou à competição participando na novel Liga das Nações que é uma
invenção da UEFA para as federações (e ela própria naturalmente) ganharem mais
dinheiro à custa dos clubes que são quem paga aos jogadores e que os veem
sujeitos a um desgaste cada vez maior época após época.
Com Ronaldo de férias em termos de selecção foi oportunidade de
Fernando Santos convocar muita gente nova para os jogos com a Croácia e com a
Itália, o primeiro particular e o segundo oficial, devendo dizer-se que a
resposta dos convocados foi positiva porque depois de um jogo “entretido” (como
diria o grande Quinito) com a Croácia fizeram uma boa exibição face aos
italianos conquistando justa vitória e deixando no ar a estranha impressão de
que Portugal é mais forte com Ronaldo mas joga melhor sem ele!
Os próximos jogos, se Ronaldo continuar de “licença sabática”,
confirmarão essa impressão ou não.
Ainda em relação à selecção de salientar a par das justas chamadas de
Cláudio Ramos, Rony Lopes, Bruma e Pizzi a facilidade com que jogadores do
Benfica vão à selecção depois de três ou quatro bons jogos pelo clube como foi
o caso de Gedson Fernandes.
Recordo-me que em tempos no último ano de André André no Vitória,
antes de se transferir para o Porto, estava ele a fazer uma época
extraordinária onde já levava uma dúzia de golos marcados mais algumas
assistências perguntaram a Fernando Santos porque razão nem para um jogo
particular era convocado.
A resposta é para mim inesquecível e o angustiado “ E quem tiro?” diz tudo sobre quem de facto tem influência
nos bastidores.
Resta dizer que no final dessa época André foi transferido para o
Porto e de imediato convocado para um jogo particular da selecção e que o seleccionador
nunca teve essas angústias quanto ao referido Gedson e a outros jogadores como
Renato Sanches que à sete meses não fazia um jogo oficial mas foi chamado.
O quarto ponto tem a ver com as curiosas escolhas de UEFA e FIFA
quanto a melhores jogadores.
No Mundial a FIFA escolheu Modric como melhor jogador o que não sendo
injusto porque de facto fez uma boa prova foi escolha que podia ter recaído sem
qualquer problema em mais três ou quatro jogadores no minímo.
Agora foi a UEFA a considerar o mesmo Modric como melhor jogador da
Europa na última época o que não pode deixar de ser considerado como uma
decisão bizarra , pese embora a aparente democraticidade do colégio eleitoral,porque
tendo o croata feito uma boa época houve quem tivesse feito bem melhor
nomeadamente no próprio Real Madrid.
Com Cristiano Ronaldo à cabeça.
A dias de sabermos quem a FIFA vai considerar o melhor do mundo ( e
depois mais para diante veremos quem será o “Bola de Ouro”)resta a curiosidade
de ver se a “moda” Modric se mantém ou se de facto a escolha vai premiar quem
foi mesmo o melhor do mundo em 2017/2018.
Porque se a escolha voltar a ser Modric teremos de nos lembrar
irresistivelmente daquilo a que os espanhóis chamam a “mão negra” e que é a
explicação para fenómenos aparentemente inexplicáveis e de que se suspeita que
tenham sido manipulados de forma oculta.
Só que neste caso Modric parece,cada vez mais, que a mão não é negra
mas sim...”blanca”.
2 comentários:
Como "cronista" do site Zero Zero, o Sr. Luís Cirilo podia alerta-los para alterar o V.Guimarães por Vitória Sport Clube.
Caro Anónimo:
Vai-se tentando mas o caminho não é fácil. São hábitos muito antigos
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