Meia dúzia de linhas sobre o meu tempo de tropa.
Depois de quatro meses e meio em Mafra,onde fiz recruta e especialidade (armas pesadas-morteiros), acabei colocado no campo militar de Santa Margarida no então denominado Batalhão de Infantaria Mecanizado (Bimec) onde estive cerca de um ano porque nesse tempo,1981/1982, o serviço militar obrigatório durava dezasseis meses e mais uns "trocos".
Para os que conhecem Santa Margarida não será novidade dizer que fica longe de tudo e que a melhor ligação é o comboio da linha da Beira Baixa que para num apeadeiro na base da colina onde fica o campo militar ou então a opção estrada hoje muito mais facilitada com a A-23 que passa relativamente perto.
Ainda assim devo dizer que gostei, tanto quanto se pode gostar de algo que se faz por obrigação, do tempo que lá passei porque fiz amigos, tive experiência de vida que não esqueço e as condições de alojamento e alimentação eram bastante razoáveis em função do que se via noutros quartéis.
A verdade é que tendo saído de Santa Margarida em Agosto de 1982 nunca mais lá voltei até esta semana.
No tempo em que integrava a Comissão de Defesa do Parlamento chegou a estar programada uma visita ao campo mas depois,por razões que já não recordo, acabou por ser cancelada com grande pena minha que bem gostava de lá voltar.
Esta semana, por mero acaso e à boleia de um jantar em casa de amigos que moram a 500 metros do campo militar, tive oportunidade de voltar a Santa Margarida por alguns minutos.
Voltei a cruzar os portões, a percorrer a longa avenida até à igreja, a ver (por fora) as unidades militares, as agências bancárias, o cine teatro, o posto de combustíveis , a farmácia, o centro de saúde e a estação dos CTT.
E,é claro, a espreitar o "meu" Bimec.
A parada, os aquartelamentos,o parque de viaturas blindadas.
Curiosamente decorridos trinta e seis anos não encontrei grandes diferenças com duas excepções:
Muito menos militares (nem sentinelas tem nas portas de armas dos quartéis) e as estradas interiores em bastante pior estado por clara falta de manutenção.
Foi um reencontro com a minha história militar.
Espero um dia lá voltar e visitar com outro detalhe o "meu" Bimec porque ficaram coisas por ver e revisitar.
Mesmo assim foi um momento para mais tarde recordar.
Depois Falamos.
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