Desfiliei-me esta semana do PSD depois de 43 anos de militância iniciada em 1975 na JSD.
Fi-lo depois de uma reflexão demorada, profunda, naturalmente dolorosa mas tão objectiva quanto possível.
Nela pesaram, inevitavelmente, as estruturais divergências com o rumo actual do partido, a condescendência deste perante o governo, a estratégia que vem sendo seguida que leva à subalternização ao PS, o confundir propostas do PSD com as da esquerda radical, o posicionamento autoritário perante militantes que se exprimem em Liberdade, as trapalhadas das várias posições em volta da substituição da PGR entre outras atitudes que julgava impossíveis de acontecerem no partido que foi de Francisco Sá Carneiro...mas aconteceram!
Não lamento nem por um minuto os 43 anos que passei no PSD onde vivi momentos fantásticos, conheci pessoas extraordinárias e fiz imensas amizades.
Mas depois de concluir que tinha chegado o tempo de sair não perdoaria a mim próprio se nele permanecesse mais um minuto que fosse.
E aí chegado entendi que era hora de agir e formalizei a desfiliação.
Com tristeza mas de consciência tranquila.
A Vida continua!
4 comentários:
Caro Cirilo:
Nem sei o que dizer. Já sabe que o que diz, eu subscrevo. Ainda não entreguei o cartão, mas...depois falamos
Imagino que tenha sido uma decisão difícil, mas, francamente, era mais que esperada.
Os Partidos não se confundem com aqueles que conjunturalmente são os seus dirigentes. Por essa ordem de ideias não adianta haver partidos políticos. O imediatismo dos dias que correm leva muita gente a decisões precipitadas. Creio que a sua assim o terá sido como a de outros companheiros que têm seguido o mesmo caminho. O tempo, esse grande conselheiro, nos dirá se um dia vai arrepender-se ou não desta decisão ou se eu me arrependerei de ter feito este comentário. Um abraço e votos de muitas felicidades
Cara il:
Creio que pelas nossas trocas de opiniões neste espaço já teria percebido que isto podia acontecer. Foram demasiados acontecimentos e factos em muito pouco tempo. Mas depois falamos.
Caro luso:
Difícil sem duvida. Esperada? Sim. Admito que já andava a pensar nisto há algum tempo.
Caro Tiago:
É evidente que em todas as decisões há uma margem de erro. Neste caso devo dizer que foi uma decisão longamente ponderada e em que procurei ser tão objectivo quanto possível na quebra de uma ligação com mais de quatro décadas. O tempo, esse grande Mestre, dirá do acerto da mesma. Um abraço
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