É um livro cuja leitura aguardava com muita curiosidade.
Escrito por Vítor Matos, jornalista da revista "Sábado", é uma investigação jornalistica independente feita aos bastidores dos dois maiores partidos políticos portugueses (PSD e PS) que procura demonstrar como se constroem as teias de poder dentro dos aparelhos partidários e como algumas figuras aparententemente insusceptíveis de o conseguirem chegam a cargos extremamente importantes dentro das hierarquias partidárias.
Li-o com imenso interesse.
Até porque versa um conjunto de situações que já eram conhecidas pela imprensa mas que não tinham até agora sido investigadas e descritas com o pormenor a que este livro chega.
Li com interesse redobrado, como muitos compreenderão, o capitulo 1 da parte III em que é versada a disputa pela liderança do PSD entre Luís Filipe Menezes e Luís Marques Mendes em que estive envolvido como apoiante do primeiro.
E embora nem tudo tenha sido exactamente assim pode dizer-se que o livro descreve com bastante rigor muitos dos aspectos daquela que terá sido a mais "cientifica" das disputas pela liderança que alguma vez um partido politico português alguma vez conheceu.
Um livro muito interessante em suma.
E embora não tenha uma visão tão negativa como o Vítor Matos sobre o que é a realidade dos partidos partilho da ideia de que eles (partidos) tem de fazer um sério esforço de reorganização interna, de reforma estatutária de abertura à sociedade.
Porque com esta ou aquela imprecisão, este ou aquele exagero, o livro é um retrato real do que são PSD e PS.
A "critica" de fundo que este livro merece é mesmo só se debruçar sobre PSD e PS podendo fazer crer aos mais distraídos que estes dois partidos são os depositários exclusivos de todos os vícios e todos os males do sistema partidário.
E não são.
Mas pode ser que o Vítor Matos um destes dias decida alargar a investigação a outros partidos e a outras áreas da nossa vida politica.
É homem para isso!
Depois Falamos
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