Neste ambiente surreal que se vive na politica portuguesa, em que um trio de partidos derrotados nas eleições quer vencer na secretaria a vontade dos eleitores, eis que se anuncia mais uma atrocidade.
O trio da batota que se prepara para fazer o que em 40 anos de democracia nunca foi feito, ou seja não deixar governar quem ganhou as eleições, ainda não está satisfeito com esse assalto despudorado a um poder que as urnas lhe negaram e prepara-se para negar outra prática que existe desde 1976.
Que é a do presidente do parlamento ser indicado pelo maior grupo parlamentar.
Como aconteceu, por exemplo, durante os governos de Guterres em que Almeida Santos presidiu ao Parlamento mesmo sem o PS ter maioria absoluta ou no segundo governo de Sócrates em que Jaime Gama continuou a presidir mesmo com o PS a perder a maioria absoluta.
Na ultimas eleições, ganhas peça coligação "Portugal à Frente", o partido com maior grupo parlamentar continua a ser o PSD com 89 deputados seguido pelo PS com 86.
Naturalmente que devia ser o PSD a indicar o presidente do Parlamento independentemente do que vier a acontecer quanto à formação do governo face à batotice em curso.
Mas não.
Ansioso pelo poder absoluto o PS também quer violar essa regra e indicar o presidente do Parlamento.
Fazendo tábua rasa (mas isso vindo de António Costa já não admira) de quarenta anos de respeito democrático por uma regra que nunca ninguém infringiu.
E indicando para o lugar uma figura como Ferro Rodrigues que há muito que anda a mais na politica e que nada, mas nada mesmo, aconselha para um lugar com essa responsabilidade.
É a mais completa falta de vergonha.
O despudor absoluto vindo de um partido que sob a desgraçada liderança de António Costa mais não consegue do que negar-se a si próprio e rasgar todos os compromissos que ao longo de décadas ajudou a construir e soube cumprir no essencial.
Um dia, mais cedo do que tarde, vai pagar por isso um preço elevadíssimo.
Pena que até lá tenhamos de pagar todos , e bem caro, esta tentativa de salvar a carreira politica (também não tem outra...) de António Costa.
Depois Falamos
P.S. O presidente do Parlamento é eleito por votação secreta como o PSD e Fernando Nobre bem perceberam em 2011.
Quem sabe se em 2015 o ultimo a rir não vai ser o que ri melhor...
9 comentários:
Com a esquerda permanentemente de costas voltadas as duas comadres da direita estavam muito cómodas com as "tradições", tanto que a possibilidade de uma maioria parlamentar, mais não fosse legitimada por um regime de base parlamentar, está a indignar muito boa gente. À direita, a Constituição é só para quando dá jeito...
O Sr. Cirilo diz que António Costa quer o poder a toda a força. Não será antes a direita que não quer largar o poder por nada ? Paulo Portas até já dava o nº 2 do governo, mas parece que o António Costa não vai em tretas.
Parece que as tradições já não são o que eram e finalmente vai cumprir-se o 25 de Abril !
Caro Anónimo:
bela piada a sua.
parece que se esqueceu de quem ganhou as eleições.
E não foi o PS nem os partidos da esquerda radical.
Foi mesmo a coligação PSD/CDS.
Quanto ao 25 de Abril parece que, realmente, para si ainda não aconteceu.
Continua na clandestinidade do anonimato mas é dos que quer dar lições de democracia.
Por amor da santa. Vamos lá ver se nos entendemos:
Ponto 1: O PAF ganhou.
Ponto 2: O PPC devia ser indigitado 1º ministro? Sim
Ponto 3: Tem maioria parlamentar? Nâo.
Ponto 4: Algum dos outros partidos estão disponiveis para negociar e viabilizar um eventual orçamento/plano de governo? Não
Ponto 5: Existe uma alternativa governativa? Sim
Ponto 6: O Presidente da República pode fazer considerações que excluam partidos legais de eventuais responsabilidades governativas? Não
Ponto 7: Continuamos num pais tacanho, empoeirado, acabrunhado e amedrontado, em regime de ocupação, governado e manipulado por elites colaboracionistas? Sim
Ponto 8: Existem sinais de mudança? Sim
Ponto 9: A história acabou? por sombras...não
Com os melhores cumprimentos e viva a democracia parlamentar e republicana.
AMC
Qualquer partido pode propor um candidato que será depois eleito democraticamente ou não?! Isso é a democracia. O "doutor" Relvas, figura incontornável do psd foi o primeiro a falar no nome de Ferro Rodrigues para o cargo, daí nao entender o espanto.
Cumprimentos
FF
Caro AMC:
Pela sua lógica viva mas é a batota e o golpismo.
Cada um come do que gosta.
E o Presidente da República fez um discurso de homem de Estado.
Aplaudo por inteiro.
Caro FF:
A prática sempre foi o partido com mais deputados escolher o presidente da Assembleia.
Mas a sede d epoder da esquerda batoteira e golpista já nem isso respeita
Prezo em saber que é contra a batota, mas a favor de palhaçadas! Pois foi o que sempre se fez, estes anos todos na AR. Uma palhaçada autentica: votar "secretamente" a brincar para eleger um Presidente que era indicado.
Caro Anónimo:
Está enganado. Completamente enganado.
O que se fez durante 40 anos foi interpretar correctamente a vontade dos eleitores.
Não foi nenhuma palhaçada.
Ou é estranho que o grupo parlamentar com mais deputados indique o presidente do parlamento?
Não vale a pena tentarem desviar as atenções da batota em curso.
Caro Luis Deve se estar a esquecer que em 1984 o partido mais votado foi o ps e o presidente da assembleia era do psd (fernando Monteiro do Amaral)...Em 1981 partido mais votado PSD, presidente assembleia (Francisco de Oliveira Dias) CDS...Cumprimentos
Caro Mario:
Em 1984 não houve eleições. Havia era um acordo de legislatura (Bloco Central) no âmbito do qual a presidência do Parlamento seria do PS(Tito de Morais) na primeira metade e do PSD (Fernando Amaral) na segunda. E foi isso que aconteceu.
Em 1981 PSD e CDS concorreram coligados (na AD) e portanto foi a coligação que com o acordo do PSD indicou Oliveira Dias.
Em ambos os casos que refere a vontade do partido mais votado foi respeitada.
Agora não.
Enviar um comentário