Confesso que sou daqueles que se está positivamente nas tintas para o facto de o Presidente da República estar ou não presente nas comemorações do 5 de Outubro.
Sou republicano ,que fique bem claro, mas reconhecendo o papel extraordinário da Monarquia na construção de Portugal ao longo dos séculos, na conquista e reconquista da sua independência, no criar de um país que tem as mais velhas fronteiras da Europa.
Mas acho simplesmente ridiculo andarmos mais de 100 anos depois a festejar uma mudança de regime que,ainda por cima, assentou num regícidio e na imposição pela força de um novo regime que em boa verdade nem se sabe se era aquele que o país desejava.
A República não se cinge aquela cerimónia , aqueles "cromos" repetidos que todos os anos vão para lá exibir as fatiotas novas, nem à Câmara de Lisboa como epicentro de um regime.
É muito mais que isso nos valores que encerra.
De resto esta polémica, artificial e restrita aqueles que falam um politiquês que o povo não quer entender porque nada lhe diz, sobre a presença de Cavaco Silva nas cerimónias de segunda feira encerra duas hipocrisias que não podem passar em claro.
A primeira é que os mais incomodados com a ausência de Cavaco e o seu discurso na cerimónia são precisamente os mesmos que não perdem uma oportunidade para criticar os discursos do Presidente da República.
Se fala...criticam!
Se não fala...criticam na mesma!
Vá-se lá entendê-los...
A segunda é que num país que festeja a mudança de regime a 5 de Outubro de 1910,e a reconquista da independência em 1 de Dezembro de 1640, mas não festeja a conquista da independência a 24 de Junho de 1128 as prioridades estão de tal forma trocadas que a ausência do PR nas celebrações de segunda feira não tem importância rigorosamente nenhuma.
É mais festa menos festa, é mais festeiro menos festeiro, é mais circunstância menos circunstância.
A esmagadora maioria dos portugueses quer lá saber disso para alguma coisa...
Depois Falamos.
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