quinta-feira, outubro 29, 2015

Maré Baixa...

Não andam famosos os tempos para o PS no distrito de Braga.
A golpada interna em que Costa fez a Seguro o que se tinha comprometido por escrito a não fazer deixou marcas no PS distrital nomeadamente em algumas concelhias que para não perderem o "barco" do novo poder tiveram de dar impensáveis cambalhotas políticas mudando os seus apoios ao sabor de um inegável oportunismo.
E isso teve reflexos na lista de deputados.
Em que para mostrarem a fidelidade(recente mas intensa) a Costa o PS distrital com a colaboração de algumas concelhias (em processos...sujinhos,sujinhos,sujinhos) "saneou" deputados próximos do anterior líder num processo de depuração interna mais típico dos novos amigos do PS do que do "velho" e tolerante Partido Socialista.
A campanha eleitoral também não correu bem ao PS.
Falta de mobilização, falta de entusiasmo, falta de "chama", falta de participação dos próximos candidatos.
Não foram poucas as feiras e mercados em que tive oportunidade de presenciar os encontros (amistosos e com fair play democrático é bom que se diga) entre numerosas e entusiasmadas comitivas da PAF e pequenas e melancólicas comitivas do PS.
Foi assim em Celorico, em Guimarães, em Famalicão, na Póvoa de Lanhoso, em Barcelos.
Os resultados eleitorais manifestaram-se em linha com o atrás exposto.
A PAF venceu as eleições em 13 dos 14 concelhos do distrito ( e algumas dessas vitórias com um significado que se projecta no futuro) e o PS viu-se limitado a uma pequena vitória em Vizela que é mais noticia pela excepção do que pela relevância. 
A PAF elegeu dez deputados ( oito do PSD) e o PS manteve os sete de 2011 vendo o deputado perdido pela PAF ser conquistado pelo BE e não pelo partido que se afirmava como alternativa de poder.
Mas as má noticias não se ficaram por aí.
Já depois das eleições o PS viu na Câmara de Amares (ganhas pelo PS em 2013) o presidente retirar pelouros aos seus vereadores e atribui-los,incluindo a vice presidência, aos vereadores do PSD até então na oposição o que terá certamente repercussão nas autárquicas de 2017.
Mas a cereja em cima desde bolo de desgraças chegou esta semana.
Na eleição da nova direcção do grupo parlamentar do PS o respectivo líder,Carlos César, não deu nenhuma das 12 (DOZE) vice presidências a deputados eleitos por Braga.
Nem uma para amostra.
Tanta fidelidade a Costa, tanta cambalhota política nas secções, tanto saneamento dos "hereges seguristas" e no fim nem uma vice presidenciazinha...
Uma falta de peso político tão grande quanto inesperada.
Penso, e é isso que realmente importa na óptica do PSD (porque os problemas do PS o PS que os resolva), que há aqui uma grande oportunidade para transformar 2017 num ano em que o partido obtenha no distrito um resultado histórico em termos de conquista de presidências de câmara.
Porque nunca,tanto quanto me lembro, teve pela frente um PS tão dividido, tão enfraquecido, tão carente de peso político nas estruturas nacionais.
Há que aproveitar a oportunidade.
Depois Falamos.

4 comentários:

Anónimo disse...

Perdemos todos com as golpadas e contra-golpadas dos politicos em geral !
Enquanto isso o país vai cumprindo a sua !tradição" milenar de continuar indefinidamente adiado !

luis cirilo disse...

Caro Anónimo:
Meter tudo no mesmo saco pode dar jeito mas não é justo.
Porque nesse atraso do país, que é verdadeiro em vários aspectos, há responsabilidades muito diferentes.
De resto quem não sabe respeitar os seus próprios companheiros de partido dificilmente respeitará os cidadãos em geral.

Anónimo disse...

São a maioria dos politicos que se metem nesse saco.
Não faço jeitos,nem campanhas por determinados contra alvos determinados,mas não estou a favor das ditaduras partidárias de todos os partidos,que obrigam à tal "disciplina de voto",ou "consenso util" como alguns lhe chamam,em detrimento da liberdade dos membros dos partidos,sejam do governo,ou da oposição.

luis cirilo disse...

Caro Anónimo:
A disciplina de voto é admissível em momentos fundamentais: Programas de governo,orçamentos de estado, moções de confiança ou de censura. Para lá disso acho que a consciência do deputado deve sobrepor-se a qualquer directiva partidária