segunda-feira, setembro 17, 2012

Anedótico...


Factos:
Um funcionário do Vitória, por frases dirigidas a responsáveis do Estoril na passada jornada da 1ª liga, foi punido com um mês de suspensão e 1300 € de multa.
Em 72 horas!
A relevância pública do acontecido foi zero.
Em Março deste ano, no final do Benfica-Porto, o treinador encarnado teceu duras críticas a um elemento do trio de arbitragem (o que em termos de regulamento disciplinar é bem mais grave do que acontecido no jogo do Vitória) em conferência de imprensa e com a relevância pública que se sabe e que apenas contribui para agravar o caso como é óbvio.
178 dias depois foi punido com 15 dias de suspensão (a serem cumpridas na conveniência do próprio e do seu clube durante uma paragem do campeonato!!!) e 1500 € de multa.
Isto é simplesmente escandaloso!
E traduz bem a máxima de George Orwell segundo a qual “todos os animais são iguais mas uns são mais iguais que outros”!
Aguardo pela reacção da APAF.
E, já agora, do conselho de arbitragem e do Sr. Vítor Pereira (seu presidente) sempre tão expedito a pronunciar-se noutras circunstâncias.
Depois Falamos

P.S. Num futebol com outros critérios de rigor e seriedade o presidente do conselho de disciplina, um tal Herculano Lima, teria sido sumariamente demitido depois da declaração de voto (vencido) que fez neste caso.
Porque reiterando as acusações de Jorge Jesus, e até agravando-as em termos de suspeição e motivos da mesma, não fez aquilo que era da sua competência e obrigação: mandar instaurar um processo de inquérito ao árbitro assistente e remeter o caso para o ministério publíco tão certo se mostrou da existência de motivações ocultas para a não marcação de um fora de jogo…

5 comentários:

Paulo Ricardo disse...

Vivemos num país ("futebolísticamente" falando) onde o "sorteio" tem as condicionantes que tem para proteger 3 clubes, onde se chega ao ridículo do 1ª, 2º e 4º classificados do ano anterior não poderem jogar entre si nas primeiras jornadas. Onde se pára o campeonato para proteger os "meninos" que vão jogar na Europa, entre outros casos tão ridículos que nem vale a pena chamar para aqui. Como tal esta situação é mais uma de muitas. Esperemos que as mentalidades comecem a mudar e que os clubes que a imprensa teima em chamar pequenos se unam para limpar a escumalha que impera na LPFP.

Anónimo disse...

Concordo com tudo, sem dúvida, mas não consigo deixar de pensar o seguinte: as funções de um director de comunicação não passam por insultar os árbitros ou falar com eles em modos menos próprios!

José Pinto disse...

Caríssimo Cirilo,

Haverá sempre dois pesos e duas medidas. Quer seja no futebol, quer seja noutro ramo qualquer. É ridiculamente normal. Vê-se todos os fins de semana muitos arbitros a protegerem jogadores, dada a sua relevância no panorama mundial. Portanto, a determinação com que cada decisão é tomada tem sempre em conta o grau de importância do jogador ou do Clube em questão. Dadas as recentes classificações, o Vitória é um top 6 do Campeonato, logo terá de pagar principescamente. Quem errou foi o funcionário do Vitória que não soube conter a sua fácil escolha por palavras pouco agradáveis e não o VSC. Não que o Estoril não mereça no plano teórico, por se ter tornado numa escola de anti-jogo, mas é sempre considerada uma agressão verbal que deverá ser tão punida e exemplar, como uma agressão física. Na maioria das ocorrências, é por palavras que se chega à agressão física. E se tivesse sido aplicada uma multa insignificante, as palavras passariam a ser consideradas irrelevantes, uma vez que a distência que separa um palavrão da agressão é muito curto. A jurisprudência do Conselho de Disciplina é tão aceitável como o seu espanto perante multa de tamanho valor numa altura em que todos os tostões são contados. Ainda bem que o ser humano tem capacidade de aprender com os próprios erros e corrigir atitudes que podem prejudicar instituições. Mau seria se o tal funcionário voltasse a cometer o mesmo erro duas vezes...

Francisco Guise disse...

Caro Luís Cirilo,

Eu até concordo com o fundamento do post. Até percebo o que queres dizer. E tens toda a razão na dualidade de critérios que é utilizada para com os chamados "grandes". É conversa que já vem de longe... Ainda te recordarás, concerteza.
Mas há uma coisa que eu não posso concordar, e tu também não concordas, tenho a certeza absoluta, embora compreenda e aplauda a tua atitude como dirigente máximo do nosso Vitória. É tão simples como isto. Um funcionário está lá para trabalhar e não para insultar. Essa atitude ao Treinador, ao Director Desportivo, a um Dirigente, ainda poderia admitir, ainda que condenável. Agora a um funcionário? É de louvar, que os funcionários do nosso Vitória também sejam Vitorianos. Mas as funções são para ser cumpridas. E acho sinceramente que a Direcção deve reflectir sobre este caso. E como se costuma dizer, não deve ter mão leve. O Vitória é um Clube prestigiado e profissional e esse mesmo profissionalismo exige-se aos funcionários. De outra forma, aquilo que a Direcção poderá ter em mente para colmatar estes casos no futuro, serão como o título do filme " E tudo o vento levou."
O que se passou com o Jorge Jesus é a todos os títulos ridiculo, no mínimo. Quanto ao castigo ao funcionário acho que esteve bem. Dentro dos "timmings". O contrário é que está mal.
Concerteza que a missão do funcionário naquele jogo não era insultar o árbitro... Portanto que faça o trabalho dele, que é para isso que é pago, e para o qual o sócios do Vitória contribuem.
Desculpa a minha franqueza, mas não passa disso mesmo.

Francisco Guise

luis cirilo disse...

Caro Paulo Ricardo:
Há um longo caminho pela frente.
Mas que será feito.
Caro Anónimo:
Como é evidente.
Caro José Pinto:
Palavras sensatas sem duvida que subscrevo. O problema está nos dois pesos e duas medidas.
Caro Francisco:
Não discordo.
E claro que o timing certo é o aplicado ao funcionário do Vitória não ao treinador do Benfica.