segunda-feira, setembro 03, 2012

Amuos e Outras Coisas...

Não sei se há ou não uma crise entre PSD e CDS no seio da coligação e portanto com reflexo na própria acção governativa.
Não sei e pouco me interessa.
Porque a crise que me preocupa, tal como à esmagadora maioria dos portugueses, é a “outra” a tal que nos empurra para o lote dos países mais atrasados deste desorientada Europa e que tem nefastas consequências na qualidade de vida dos cidadãos deste país cada vez mais periférico.
E para essa é que bem gostava de ver o governo apontar um caminho credível e consistente e o PS deixar-se de banalidades e “sound bytes” e apontar uma alternativa se é que a tem.
Para os “estados de alma” da coligação é que, como para os do Cristiano Ronaldo, já não há paciência nenhuma tal a frequência com que se vão repetindo nos últimos tempos e ameaçam continuar nos próximos.
Não sei se a razão está de um ou outro lado.
Embora compreenda bem o desconforto do CDS face ao anúncio do “ministro sombra” Borges quanto à RTP e perceba que ao PSD desagrade, e muito, que o assunto Portas/Submarinos volte á superfície numa das emersões cíclicas.
Nada de novo e nada que não se esperasse!
Por isso olho com alguma nostalgia para trás.
Para trás deste governo que ainda me parece não ter encontrado o seu rumo e para trás dos governos de Sócrates que nos levaram (claro que a conjuntura internacional também contribuiu mas as asneiras domésticas foram decisivas) a este estado desgraçado em que hoje vivemos.
E vou ter ao mais injustiçado governo do século XXI.
O liderado por Pedro Santana Lopes.
Que tinha como ministro nomes como Bagão Félix, Álvaro Barreto, Nuno Morais Sarmento, Aguiar Branco, Graça Carvalho, Paulo Portas, António Monteiro entre outros.
Um governo que também cometeu erros mas que durante a sua curta vigência fez reformas, lançou obra, mostrou ter um caminho.
E, convém não esquecer isso porque contribui para ajudar a explicar o que lhe sucedeu, um governo que demonstrou não ter medo de mexer em interesses instalados se lhe tivessem dado tempo para tanto.
Um governo de gente jovem mas também um governo de gente com “cabelo branco” com tudo que isso significa de experiência, de sensatez, de entendimento da “res publica”.
Um governo que dispunha de uma maioria estável e coesa no Parlamento mas que foi vítima de uma conspiração sinistra entre um presidente da república fraco, uma oposição sem sentido de estado, uma comunicação social sedenta de “sangue” e o baronato despeitado do PSD que não se importou de contribuir significativamente para o derrube de um governo do seu próprio partido!
Embora para alguns desses barões a sigla PSD signifique “Possibilidade Sacar Dinheiro” e não Partido Social Democrata!
Adiante.
E se hoje recordo isto é precisamente porque me parece que o PSD tem de aprender com os seus próprios erros.
Deixou que gente sua (?) ajudasse a derrubar um governo seu dando o poder ao PS mas a sanção para esses prevaricadores foi nenhuma.
Pelo contrário.
Alguns foram promovidos dentro do partido, outros (nalguns casos coincidentes) já andam por este governo ou nas suas imediações próximas e pode dizer-se que para eles o “crime” compensou largamente.
Pelo caminho, e em vez de se unir em volta de PSL que herdara o governo de Durão Barroso numa situação complexa e merecia ter uma segunda oportunidade liderando a oposição, foi clara a vontade de muitos em se verem livres dele o mais depressa possível.
Sem qualquer vantagem para o partido diga-se de passagem!
A História é conhecida de lá para cá.
Cinco lideres em sete anos, pelo caminho em mais uma bela “manobra” de algum baronato a câmara de Lisboa oferecida ao PS, e chegamos ao momento actual em que perante um governo maioritário mas com algumas gritantes fragilidades se espera do PSD, pelo menos, uma coesão em torno do líder e primeiro-ministro que o ponha a salvo de ciladas como a que vitimou o governo de Pedro Santana Lopes.
É que, não sei se já repararam, o “caldinho” (e respectivos “cozinheiros”) que se formou para derrubar PSL já arde novamente.
Para já em lume brando.
Mas arde…
Depois Falamos

P.S. Claro que se os militantes do PSD não fossem olhados por alguns governantes como portadores de doenças infecto contagiosas isso também ajudava á tal coesão…

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