Nesta triste história dos voos da Cia,em que infelizmente são mais os que ficam mal na fotografia do que aqueles que se podem orgulhar de sair bem de todo este imbróglio,importa destacar pela negativa a posições de alguns eurodeputados portugueses.
Bem sabemos que a Cia,os Estados Unidos,a guerra do Iraque e o terrorismo são assuntos mediáticos,que dão exposição pública e rendem umas fotos nos jornais e uns minutinhos de televisão.
Também sabemos que esta sub comissão do Parlamento Europeu não é particularmente levada a sério na maior parte dos paises por onde peregrina,sendo Portugal excepção,jornalistica,apenas e só por existir um verdadeiro culto do sensacionalismo á volta de tudo e á volta de...nada !
Mesmo assim,em torno deste assunto restam-me uma perplexidade e uma curiosidade.
A perplexidade tem a ver com Ana Gomes.
Sendo os embaixadores paradigmas de sensatez,serenidade,diplomacia,tento na lingua,sentido das conveniências e discrição como é possivel que esta senhora,que é o contrário de tudo isso,tenha alguma vez sido embaixadora de Portugal fosse onde fosse ?
A curiosidade tem a ver com Carlos Coelho.
Será que a revisão do programa do PSD,de que é um dos responsáveis,vai traduzir estas suas recentes posições sobre os Estados Unidos e sobre as formas de combate ao terrorismo ?
E já agora outro curiosidade: o PS já demarcou da sua eurodeputada deixando-a positivamente a falar sózinha.
Muito bem !
E o PSD ? Reve-se nas posições de Carlos Coelho ?
Ou não devia,também ele PSD ter marcado já as devidas distâncias ?
Depois Falamos
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7 comentários:
Sabe Luis Cirilo é que marcar posição implica trabalho, estudo, conhecimento e outras actividades que passam pelo acto de tomada de posição para quem se diz ou quer oposição...e isso dá muito trabalho sobretudo agora no Inverno. Dai que se entenda o silêncio do PSD, lamentavelmente, mas é assim que hoje se vive...sem oposição ao governo.
Caro Luís Círio
Li o "rapport" do Parlamento Europeu sobre o assunto, que como de costume fez "slalom" entre as diversas tendências políticas ai representadas, afim de não ferir as susceptibilidades !
Eu fiquei no "report" do Embaixador Britânico no Uzbequistão, Mr. Craig Murray, que afirmou à CSB Americana :- " Neste pais os funcionários encarregados dos interrogatórios utilizavam métodos de tortura tais como o afogamento por sufocação, o estupro e a imersão de membros num liquido a ferver".
Craig Murray informou a CIA que as informações que se puderam obter o foram pela tortura, o que parece não ter incomodado a central Americana.
Aparentemente, após o 9 de setembro, foram detectados mais de 600 voos para 40 países, dos quais alguns autorizaram a pratica de torturas, efectuadas pelos nacionais.
Sem esquecer o caso do cidadão alemão que se encontrava em férias na Macedonia, foi raptado, drogado e levado até Cabul, Bagdade e Guantanamo, e depois libertado, são inúmeros os casos de violação das leis vigentes em certos países, nos quais a colaboração e a cumplicidade com a CIA consistiu em facilitar a aterragem dos aviões -prisão (com nomes fabricados) nos aeroportos nacionais. sabendo que se essas transferências eram assim efectuadas era com um objectivo : praticar a tortura .
Quando penso que os 25 da U.E. assinaram a Convenção Europeia dos Direitos do Homem e a Convenção Internacional Contra a Tortura, e que todos ,ou quase, fecharam os olhos ... A ética dos países civilizados não é assim ?
Eu sei que a objecção não tardará a exprimir-se na forma habitual :- " Eles merecem ! " Só que, procedendo assim, não nos diferenciamos , nos que lutamos por valores superiores, daqueles que não têm ".
Conclusao :- Blair destituiu o Embaixador Craig Murray.
Li algures que Brown é susceptivel de o nomear de novo "soon" ! Assim vai o mundo !
Meu caro Freitas Pereira.
Acredite que comungo e partilho das suas preocupações quanto aos direitos humanos.
E muito especialmente das preocupações acerca dos erros cometidos,ás vezes na melhor das intenções,no combate ao crime e ao terrorismo.
Alias uma das questões que me horroriza na pena de morte,mesmo nnas democracias, é a possibilidade
da condenação e execução de inocentes.
Que infelizmente ja aconteceu e não tão poucas vezes como isso.
O sentido do post que escrevi vai apenas na estranheza de ver dois eurodeputados,um do PSD (por quem tenho até consideração pessoal)e uma do PS (POR QUEM NÃO TENHO CONSIDERAÇÃO NENHUMA !!!)alinharem pelas posições mais extremistas e anti americanas.
E conforme já tive oportunidade de escrever noutra ocasião prefiro os erros das democracias que os acertos das ditaduras.
O envolvimento do PE neste caso, como também já tive oportunidade de referir no "Tempos Interessantes" é perfeitamente despropositado e, penso mesmo, carece de legitimidade.
A verdade é que o PE vale o que vale (que é pouco) e é um palco privilegiado do pan-europeísmo bacoco e de algum anti-americanismo primário.
Ver dois euro-deputados portugueses a liderar o processo é lamentável. Não serem do PCP e do BE, mas sim do PS (ainda estou para conhecer alguém no PS que não deteste a senhora) e do PSD é inacreditável.
É claro que o facto de o PSD ainda não se ter demarcado deste "trabalhinho" é indescritível. É só acumular notas negativas...
O meu comentário situava-se ao nível internacional e à acção da CIA no mundo e não à acção dos dois euro-deputados Portugueses.
Posso, no entanto, compreender perfeitamente , a irritação no interior dum partido quando um membro importante , um deputado, no caso presente, desvia da linha política que caracteriza este partido.
Mas não acham que é próprio dos partidos serem por vezes abanados por alguns dos seus membros quando estes têm convicções que não aderem totalmente à linha do partido ?
A liberdade de consciência existe. Mas a sanção pode ser severa, indo até à exclusão ou a demissão. O que requere muita coragem política.
Recordam-se de certeza do deputado Britânico que se demitiu por não estar de acordo com a política exterior de Tony Blair, no que respeita a guerra no Iraque.
A liberdade de consciência existe, mas oportunismo político é algo de muito diferente. De qualquer forma, os partidos não são elásticos: o lugar de Ana Gomes seria no BE ou coisa similar.
Marta Azevedo: Eu não sou obcecado com os USA embora seja um país que admire e de que goste (não de tudo e todos como é evidente).
Do que eu não gosto é do falso moralismo, da flacidez na política externa e da pretensa e arrogante superioridade cultural de que alguns se arrogam na Europa, especialmente numa certa esquerda bem pensante, por vezes saudosa de outros tempos em que ainda pensava que tinha futuro.
Poderia ainda retorquir-lhe dizendo que talvez a Marta Azevedo seja uma daquelas pessoas que tem uma obsessão anti-George W. e não consegue referir-se-lhe sem recorrer ao insulto gratuito.
Finalmente a liberdade de pensamento: será que quem sempre viveu da política e conseguiu sempre ser deputado ao longo de 20 anos com meia dúzia de líderes diferentes terá essa liberdade toda? Não sei. Eu tenho-a.
Quanta a Ana Gomes, trata-se mais de falta de pensamento do que de pensamento livre.
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