sexta-feira, maio 26, 2006

Rádios e Jornais

Tenho uma longa ligação á comunicação social de carácter regional,que advém do gosto pela escrita,por um lado, e das oportunidades que me tem sido dadas para intervir sob diversas formas na comunicação social regional.
Penso que essa ligação vem do inicio dos anos 80 com alguns timidos artigos de opinião publicados no jornal "Comércio de Guimaraes" e como colaborador de boa vontade do "Jornal do Vitória" que como o nome indica era (era porque extinto ha muitos anos) o orgão oficial do clube.
Alias,a vida tem tantas ironias,a minha colaboração neste ultimo não foi muito duradoura porque ja não sei a que proposito escrevi um texto algo critico sobre o clube e a direcção, já ao tempo presidida por Antonio Pimenta Machado,não achou piada.
Conclusão; vim-me embora porque nao aceitei colaborar condicionado a qualquer tipo de censura.
Depois vieram as rádios locais com todo o entusiasmo que os desses tempos recordarão e lá estive envolvido desde a primeira hora; no inicio na "Radio Guimaraes" que viria a ser extinta ao nao obter alvará e depois na Radio Fundação.
Relatos e comentarios a jogos de futebol,entrevistas,reportagens,de tudo se fazia um pouco com um entusiasmos e um empenhamento que hoje nao vejo em lado nenhum.
A seguir nova aventura através da colaboração numa estação pirata de televisao !
Chamava-se TV Covas (depois Televisao Regional de Guimaraes) e proporcionou meses de inesqueciveis momentos de que ficaram,de facto,grande recordações.
Equipamento artesanal,ilegalidade absoluta,estudios clandestinos,antenas moveis para escapar as buscas,locutores e tecnicos sem nenhuma experiencia,gravaçaõ de programas absolutamente hilariante,mas mesmo assim,uma audiência absolutamente invulgar em toda a região de Guimaraes.
Foi uma experiencia absolutamente fantastica.
Depois,bem depois,a grande aventura de com mais 14 socios fundarmos um jornal regional.
Chamava-se,ao tempo,"Toural" e fez um tipo de jornalismo algo diferente do que á epoca era comum nos outros jornais da região;mais entrevistas,mais reportagens,rubricas novas como a critica gastronómica (feita por mim durante muito tempo nos restaurantes da zona...) enfim um projecto giro.
Por vicissitudes varias os socios foram saindo e o próprio jornal mudou de nome chamando-se hoje "Expresso do Ave".
Periódicamente ainda nele mantenho alguma colaboração mas hoje já muito espaçada no tempo.
Depois as proprias contingências da vida foram-me afastando da imprensa local ao ponto de o contacto se manter apenas através de um outro artigo no "Comércio de Guimaraes","Noticias de Guimarães" ou no ja citado "Expresso do Ave".
Curiosamente,ou talvez não,na area politica fui mantendo uma colaboração regular na "Radio Santiago" num programa chamado "Uns e os Outros" no qual era um dos comentadores dos factos politicos locais e nacionais.
Terminada essa colaboração em finais de 2004 estava na" pré reforma" jornalistica quando dois meses atrás um velho amigo (Joaquim Fernandes director da Radio Santiago e do Comercio de Guimaraes) me desafiou para um programa de radio original
Chama-se "Forum Vitoria" e debate todas as quintas feiras a realidade do Vitoria de Guimaraes.
Com outro comentador,outro velho amigo (Amadeu Portilha),com posiçoes diversas das minhas em muitas areas,até na politica,mas com uma amizade que passa ao largo de tudo isso, o programa pressupoe debate entre os comentadores e telefonemas,em directo,dos ouvintes.
Acompanhamos desde fins de Março a longa agonia do Vitoria rumo á II Liga,com debates acalorados,participações emotivas de ouvintes e um auditório muito para além do concelho de Guimaraes.
Tem sido uma experiência muito curiosa,até porque o Vitória é para mim (como para qualquer vitoriano) uma segunda familia,passe o obvio exagero,e os seus problemas acabam por ser tambem os meus problemas.
O mais fascinante,embora se comece a tornar incómodo,é que muitos ouvintes começam a fulanizar as questões entre o Amadeu Portilha e o Luis Cirilo,como se porventura algum de nós fosse responsável pelo que aconteceu,acontece e acontecerá no clube.
E depois vem os obvios exageros,a radicalização de posiçoes,os (quase) insultos a duas pessoas que se limitam a dar a sua opinião acerca do que se vai passando.
Mas mesmo apesar disso,e agora que faltam apenas duas emissões para o fim do programa,não deixo de reconhecer que este regresso ao activo,embora apenas por dois meses,foi muito saboroso.
Recordei velhas sensações,actualizei conhecimentos,voltei a experimentar a adrenalina dos "directos" sem rede e descobri novas formas de comunicar.
Foi giro.
Depois Falamos

1 comentário:

Anónimo disse...

Por que nao:)