Votos

Eu percebo que Luís Marques Mendes se debate num cenário politicamente complexo. 

A candidatura de Gouveia e Melo lidera todas as sondagens com enorme vantagem e agora na área do centro politico aparece a candidatura de António José Seguro que lhe vai disputar uma boa parte do seu potencial eleitorado. 

E por isso Marques Mendes , e ainda não se sabe o que fará o Chega , tem de segurar os seus eleitores, convencer os eleitores ao centro de que é melhor opção do que Seguro e disputar a Gouveia e Melo os votos da área do PSD e CDS que se perfilam por trás do almirante. 

Percebo que não é fácil e obriga a algumas cedências ideológicas, digamos assim, para tentar captar votos em " águas" em que normalmente não navegaria. 

Mas não percebo estas declarações sobre o conflito entre Israel e Irão. 

Que me parecem mais próprias de Rui Tavares ou da Mortágua que resta no parlamento do que de alguém como Luis Marques Mendes. 

São de um radicalismo que não lhe valerá um voto na extrema esquerda ,que jamais votará nele, e apenas o faz perder votos no eleitorado moderado que sabe bem que não há condições para criar um Estado palestiniano e está ciente que permitir a uma ditadura cruel e fanática como a do Irão ter armas nucleares seria um perigo para o mundo. 

Israel fez o que tinha de ser feito a tempo de o mundo não ter de vir a chorar sobre o leite derramado. 

E nem a necessidade de captar votos em todo o lado devia ter desviado Marques Mendes da percepção disso e da manutenção de uma moderação sensata que foi o espaço político/ideológico onde sempre se situou.

Depois Falamos.