No pequeno universo da nossa política, onde tanto gosta de se discutir a irrelevância passando ao lado do que é verdadeiramente importante, há agora um novo tema que promete agitar as águas nos próximos tempos.
Prende-se com a candidatura presidencial de André Ventura o demissionário líder do partido Chega.
Que faz arrepelar os cabelos à esquerda e ao centro direita, na habital promoção idiota que fazem a tudo que venha desse partido de direita, com receio de que o resultado dessa candidatura seja mais um passo no crescimento e implantação do Chega como se tal fosse privilégio exclusivo dos que por aí andam há muitos anos.
E então resolveram implicar com o facto de Ventura ter anunciado que vai suspender o mandato de deputado para se dedicar à candidatura argumentando que tal não é possível, que é um desrespeito pelos eleitores, que não se pode candidatar a um cargo diferente daquele que actualmente exerce.
Sem surpresa constata-se que BE e PCP são os mais contundentes nas críticas embora também já existam vozes do PS a acompanharem o coro.
De facto no que toca a farisaísmo e hipocrisia a esquerda é absolutamente imbatível.
No que toca a falta de vergonha também!
A imagem que ilustra este texto refere-se às eleições presidenciais de 2006 retratando os seis candidatos que as disputaram.
Cavaco Silva do PSD, Mário Soares e Manuel Alegre do PS, Francisco Louçã do BE, Jerónimo de Sousa do PCP e Garcia Pereira do MRPP.
Três deles não eram deputados em 2006.
Três eram e isso não só não os impediu de serem candidatos como ninguém pôs em causa o direito de o serem.
Quem não era?
Cavaco Silva, Mário Soares e Garcia Pereira.
Quem era?
O então líder do BE Francisco Louçã, o líder do PCP Jerónimo de Sousa e o destacado militante da ala esquerda do PS Manuel Alegre.
Pois é.
Antes de atirar pedras ao telhado do vizinho convém ter a certeza da solidez do seu.
Depois Falamos.
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