O partido Aliança vai realizar no final de Setembro, se a evolução da pandemia não o impedir ( e convém lembrar que embora não esteja representada no Parlamento a Aliança cumpre escrupulosamente todas as leis que lá são aprovadas sem reivindicar estados de excepção), o seu segundo congresso.
Fá-lo cerca de dois anos após a sua legalização e num cenário político interno e externo que não é o mais favorável.
Interno porque o partido não conseguiu cumprir nenhum dos seus objectivos eleitorais dado não ter eleito representação no Parlamento Europeu, na Assembleia Regional da Madeira e na Assembleia da República que foram os três actos eleitorais em que participou neste quase dois anos de vida.
Há razões para isso mas não é agora o tempo de falar nelas.
Externo porque se assiste a um enfraquecimento do centro direita como jamais se vira até hoje e que leva a que todos os partidos à direita do PS mesmo juntos numa grande coligação (que a Aliança propôs há mais de ano e meio já prevendo o que iria acontecer e não se enganou) não conseguiriam hoje ter uma maioria que lhes permitisse governar, a salvo de golpes geringonçistas, caso existissem eleições antecipadas.
É um congresso num tempo difícil mas as coisas são o que são e há que lhes fazer frente.
Não será certamente um congresso com a dimensão e a espectacularidade do primeiro, realizado em Évora em Fevereiro de 2019, mas será igualmente importante porque nele se elegerão os orgãos nacionais, se definirá uma linha estratégica, se tomarão decisões quanto às presidenciais e se procederá à eleição do novo líder do partido dado que o seu fundador, Pedro Santana Lopes, decidiu não se recandidatar.
E substituir um líder, e ainda por cima um líder que é o fundador do partido e cuja imagem está fortemente associada à do próprio partido, é uma tarefa de enorme responsabilidade e que se sobreporá seguramente a todas as outras escolhas que o congresso irá fazer e que são muito importantes.
É importante escolher os orgãos nacionais, nuns casos renovando mandatos e noutros trazendo outras pessoas, é importante escolher a linha estratégica para os próximos anos nomeadamente na abordagem às autárquicas, é importante definir a posição do partido quanto às eleições presidenciais e ao candidato que apoiará.
Do meu ponto de vista, e sem nisso misturar opinião pessoal sobre o mandato do actual Presidente, creio que a Aliança institucionalmente não terá outra opção sensata que não passe pelo apoio à recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa.
Mas o Congresso é soberano e tomará as decisões que muito bem entender.
Nessa e noutras matérias.
Não sei, ainda, se poderei estar presente em Torres Vedras para assistir aos trabalhos do Congresso como é meu desejo.
Mas sei que não me envolverei de forma rigorosamente nenhuma na questão da sucessão do líder do partido!
Há candidatos já no terreno, e por todos sem excepção tenho estima pessoal e a consideração devida a quem partilhou lealmente combates tão difíceis quanto gratificantes, poderão ainda aparecer um ou outro mas nessa matéria e enquanto militante do partido limito-me a desejar a todos a melhor das sortes na expectativa de que o Congresso escolha aquele que for, de facto, a melhor opção para o futuro da Aliança.
Depois Falamos.
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