Para variar vou hoje abordar três temas da actualidade vimaranense que me parecem merecer particular atenção face ao interesse de que se revestem e à história já longa (pelo menos em dois deles) que trazem consigo.
O primeiro tem a ver com a transmissão das assembleias municipais através da internet para a generalidade dos vimaranenses poder ter acesso na comodidade das suas casas às sessões do seu parlamento autárquico.
Foi umas causa do PSD ao longo do mandato anterior, alvo de várias moções apresentadas pelo partido em sede de assembleia municipal para que as transmissões fossem efectuadas e pela qual, causa, me bati enquanto deputado municipal fazendo várias intervenções no plenário nomeadamente em declarações de voto.
Foram quatro anos de insistência e de persistência, quatro anos em que
PSD,CDS e MPT (que formavam a coligação Juntos por Guimarães) e também CDU e BE
se bateram por algo que era do interesse da generalidade dos vimaranenses mas
que esbarrou sempre na teimosia, no conservadorismo e no receio da bancada do
PS que usou (mal) a sua maioria para chumbar sucessivas propostas nesse
sentido.
Ao que vejo, finalmente, o PS caiu na realidade e hoje as transmissões
da Assembleia Municipal na internet, via canal You Tube, são uma realidade que
coloca Guimarães em linha com uma prática democrática e de reforça da transparência
que já existe há muito em muitos outros municípios.
Já não sou, desde Setembro de 2018, deputado municipal nem sequer militante
do PSD mas não deixo de me congratular por ver o triunfo de uma causa pelo qual
me bati convictamente durante anos sabendo que estava do lado da razão.
Escusava era de ter sido uma derrota do PS, que adiou anos o inadiável
e foi várias vezes alertado na AM para a inevitabilidade de ter de ceder na sua
teimosia, mas cada um escolheu livremente seu caminho nesta matéria.
Onde PSD, CDS,MPT, CDU e BE tiveram sempre razão e o PS nunca a teve.
O segundo tema tem a ver com a inevitável (segundo palavras do
presidente da câmara) adesão de Guimarães a uma duvidosa prática chamada “taxa
turística” ou coisa do género e que é mais uma forma de o poder, neste caso o autárquico,
ir ao bolso dos cidadãos buscar mais uns cobres na sua insaciável sede de
arrecadar dinheiro.
É uma prática seguida noutros pontos do país, iniciada em Lisboa
quando o presidente da câmara era o actual primeiro-ministro, que tem na sua
génese o duvidoso princípio de fazer com que cada português se sinta um turista
no seu próprio país cada vez que dorme fora de sua casa numa qualquer unidade hoteleira
de um concelho em que não resida.
Com algum exagero, é certo, mas é mais ou menos isso.
É evidente que se esta taxa aplicada a estrangeiros que nos visitam é
duvidosa mas ainda se percebe já aplicada a quem viaja de férias ou em trabalho
no seu próprio país é completamente condenável e apenas justificada pela tal
ânsia dos governos autárquicos, muito à imagem de alguns governos centrais,
quererem ir ao bolso dos seus concidadãos de toda a forma e feitio.
E se em cidades como Lisboa, onde actualmente resido e constato todas
os dias essa realidade, há um quase excesso de turistas que ainda podem
justificar essa taxa já em cidades como Guimarães que se queixa com razão de
ter um tipo de turista que visita mas não dorme, preferindo ir fazê-lo ao Porto
ou até a Braga, tenho as maiores duvidas que a introdução da taxa tenha outro
resultado do que ainda piorar esse índice de dormidas.
Mas a irresistível vontade de ir ao bolso de quem nos visita aliada ao
desejo quase freudiano de copiar tudo que se faz noutros sítios, ainda que
profundamente errado, tinham fatalmente que dar nisto.
O terceiro tema tem a ver com o anúncio feito na Assembleia Municipal,
pelo presidente de câmara, de que pretende começar as obras na rotunda de Silvares
lá para Julho ou Agosto (prudentemente não referiu o ano mas supõe-se que seja
este de 2019…) depois de anos e anos de incompreensível nada fazer por
sucessivos executivos do PS que tiveram tudo o necessário para arrancarem com a
obra menos a vontade política de a fazerem.
Anuncia-se para Julho ou Agosto a dois ou três meses das eleições
legislativas e com a conclusão da mesma no ano anterior às autárquicas o que
dará sempre jeito a António Costa e a Domingos Bragança exímios em gerirem
calendários eleitorais no superior interesse do PS e não dos cidadãos.
Mas nessa como noutras matérias não há males que sempre durem!
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