O Natal é uma chatice!
Na estrita perspectiva de quem se comprometeu a escrever uma crónica
todas as terças feiras e não gosta de falhar esse compromisso embora por vezes
não consiga cumpri-lo na sua plenitude por razões inultrapassáveis.
Ora acontece que este ano o Natal calha a uma terça feira.
E para quem, como é o caso, não gosta de escrever por escrever e menos
ainda de seguir o politicamente correcto que é nesta quadra natalícia escrever
textos cheios de amor, paz e boas intenções o caso torna-se realmente difícil.
Senão vejam:
Podia escrever sobre política nacional, mais ainda num tempo em que
tenho responsabilidades nacionais num partido muito jovem e para quem todas as oportunidades
são boas para afirmar por todos os meios e em todos os lugares as suas ideias,
projectos e programas de acção.
Mas para escrever sobre política nacional teria de, a par de afirmar
as ideias do partido Aliança, pronunciar-me sobre as política do governo e aí fugiria
seguramente ao espiríto natalício porque se há algo em que não acredito, ao
contrário do governo, é no Pai Natal e menos ainda no Pai Natal todo o ano como
parece ser a crença profunda de António Costa.
E inevitável seria falar também sobre os partidos que apoiam o
governo, crentes que este país abunda em ouro , incenso e mirra e que para
sustentarem esse apoio dão mais coices na lógica e na sua própria coerência do
que os dados pelos camelos que levaram os três reis magos a Belém.
E por isso falar de política nacional tem de ficar fora deste texto de
Natal.
Como?
Falar de outros partidos que nem estão no governo?
Nem pensar.
Porque aí é que o espírito natalício não teria mesmo nenhuma hipótese de se
encontrar em qualquer das linhas do texto.
Portanto de política nacional nem pensar que não gostaria que os
leitores encontrassem no meu escrito qualquer dissonância com o Natal e o
espírito tão próprio desta quadra que todos (menos os que tem de escrever
textos neste dia...) tanto gostam.
Política local?
Pensei nessa hipótese mas concluí que em Guimarães parece ser Natal
todo o ano a avaliar pela extensa lista de “prendinhas” resultantes de cada
reunião camarária,no que toca a subsidios e apoios, a tudo que mexe e não
incomoda o partido no poder.
E portanto um texto exclusivamente de Natal para quem vive numa
espécie de presépio a céu aberto não teria qualquer sabor a novidade e corria o
inevitável risco de ser visto como mais do mesmo.
Portanto política local também não.
E futebol?
Não me pareceu.
E embora o fim de semana anterior ao Natal tenha sido particularmente
agradável para os vitorianos com os triunfos de Vitória e Moreirense e as
derrotas de Braga e Boavista a verdade é que a semana passada foi tão triste
que misturá-la com o Natal seria de muito mau gosto.
Ou não se tem de considerar como triste uma semana em que se assistiu
ao mais inacreditável “sorteio” de toda a História da Taça de Portugal e se viu
a Justiça mandar para julgamento dois intermediários e assobiar para o ar
quanto às pesadas responsabilidades( e consequentes proveitos) do beneficiário
que passa impune na mais espantosa demonstração de como o crime às vezes compensa e mesmo no foro judicial parece
existirem filhos e enteados?
Não. O futebol português nada tem a ver com espiríto de Natal!
E por isso o problema do escriba mantém-se.
Sobre que escrever nesta crónica de Natal?
Olhem com esta falta de inspiração é melhor não escrever nenhum texto
natalício e limitar-me a desejar Boas Festas aos que tem a paciência de me
lerem.
Para o ano há mais!
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