Os partidos políticos democráticos, como felizmente são quase todos os que existem em Portugal, periodicamente renovam as suas lideranças por razões que vão desde a saída dos seus líderes por livre vontade até aquelas que se prendem com derrotas em eleições internas face a candidatos ao lugar que ocupam.
No primeiro caso podemos citar, a titulo de exemplo, Pedro Passos Coelho que depois de ter governado em circunstâncias extremamente difíceis-e mesmo assim ter ganho eleições legislativas- entendeu que a derrota nas autárquicas impunha uma mudança de ciclo e anunciou que uma vez concluído o seus mandato não se recandidataria de novo.
Caso oposto, e também a titulo de exemplo, foi o de António José Seguro que depois de ganhar as eleições europeias – por poucochinho diria na altura quem depois foi estrondosamente derrotado nas legislativas seguintes- perdeu as eleições internas no PS muito por força de traições diversas um pouco por todo o lado.
A verdade é que as perdeu e saiu.
E assim tem sido a história de PSD,PS e CDS que já viram passar pelas respectivas lideranças um vasto conjunto de personalidades (com o PSD a ser recordista nessa matéria) das quais algumas marcaram épocas e outras nem por isso.
Eleitos em congressos, eleitos em directas com ou sem primárias, ou eleitos de outras formas a verdade é que a regra dos partidos democráticos é a não eternização na liderança dos seus militantes escolhidos para o desempenho dessas funções.
Nomes como Mário Soares e Cavaco Silva, no PS e PSD, asseguraram uma década de liderança enquanto Paulo Portas no CDS é o líder dos partidos democráticos que mais tempo se manteve em funções assegurando um longo consulado de década e meia apenas intervalado por uma episódica ausência de pouco mais de ano e meio ou coisa do género.
Na actualidade ,com a casa arrumada nessa matéria para socialistas e democratas cristãos, é o PSD que se encontra em processo electivo interno com as directas marcadas para 13 de Janeiro próximo e com,para já, dois candidatos a disputarem a liderança.
Desde que o partido optou por este método de eleição do lider em 2006, depois de ter sido insistentemente reivindicado por Pedro Santana Lopes e finalmente aprovado por proposta de Luís Filipe Menezes, é a oitava vez que os militantes do partido são chamados a escolher o seu líder por votação directa.
Em 2006, logo após a aprovação das directas, o então líder Marques Mendes foi eleito numa eleição em que não teve concorrência de mais nenhum candidato pese embora ter-se esboçado uma candidatura do militante José Alberto Pereira Coelho.
Em 2007, nas primeiras directas a “sério”, Luís Filipe Menezes derrotou Marques Mendes ficando para a História o facto de pela primeira( e última até agora) vez um líder em funções ser derrotado por um candidato que venceu a “máquina”, a maioria das distritais e o “barões” e “vips” do partido quase todos com Marques Mendes.
Em 2008, depois da abrupta e ainda hoje difícil de perceber demissão de Menezes, Manuela Ferreira Leite derrotou as candidaturas de Pedro Passos Coelho e Pedro Santana Lopes mas ficando a liderar um partido profundamente dividido cujos militantes tinham distribuído o voto pelas três candidaturas de forma muito equivalente.
Em 2010 foi a vez de Passos Coelho vencer as directas derrotando Paulo Rangel, Aguiar Branco e Castanheira Barros e iniciando um relativamente longo período de lideranças em que venceria mais três directas sem oposição.
É agora a vez de Pedro Santana Lopes e Rui Rio disputarem a liderança do PSD.
Dois candidatos sobejamente conhecidos, com currículos políticos construídos de há muitos anos a esta parte, com percursos e Histórias de vida bem diferentes e com uma postura perante o próprio partido também ela muito diversa e que vai da proximidade de Santana ao distanciamento de Rio.
Em qualquer dos casos importa dizer que são duas candidaturas que prestigiam o PSD e dão aos militantes garantias de que vença quem vencer o partido fica entregue a “seniores” e não a perfis romanticamente jovens mas sem o traquejo necessário a ocupar um lugar cujo titular é automaticamente candidato a primeiro-ministro.
São, como o nome indica, eleições directas.
Em que se estabelece uma relação directa entre o militante e o candidato a lider sem necessidade da intermediação paternalista de concelhias, distritais ou qualquer outro orgão do partido que entenda que o militante não sabe pensar por si próprio e queira sugerir-lhe o sentido de voto.
E são, mesmo com essa nuance de o seu vencedor ser candidato a primeiro-ministro, eleições para a liderança do PSD e o partido merece o respeito necessário a alguns não as considerarem como eleições para candidato a primeiro-ministro desvalorizando com isso a liderança do partido.
A seu tempo os militantes e os dirigentes do PSD trabalharão todos juntos para que o líder do partido vença as eleições legislativas e governe Portugal como sempre aconteceu e deve continuar a acontecer.
Eu apoio Pedro Santana Lopes.
E acredito que será o melhor líder para o partido e o melhor candidato do PSD a primeiro-ministro.
Aceito ,com a naturalidade democrática óbvia, que companheiros meus pensem exactamente o mesmo relativamente a Rui Rio.
É da democracia que assim seja.
Não aceito, isso nunca, é que alguns porque pressentem que as directas lhes podem correr mal as queiram transformar na eleição do candidato a primeiro-ministro atirando a eleição para lider do PSD para o caixote do lixo.
Até porque o argumento que usam de que Rio é o preferido dos portugueses para primeiro-ministro é fantasioso, delirante e sem qualquer sustentação credível ,porque cientificamente indemonstrável, e para além de uma óbvia confissão de fraqueza apenas lhes surgiu quando perceberam que as directas não serão o passeio com que sonhavam.
Deixem os militantes votar em paz para elegerem o líder do seu partido.
É isso que está em causa a 13 de Janeiro.
Keep Cool...
2 comentários:
Oh yeah!
Caro Cirilo:
O n/ Pedro consegue galvanizar as massas -ups! devem ser influências do que aconteceu há 100 anos :)- coisa que RR não consegue. Pior RR foi patrocinado por um conjunto de múmias, que o desacreditaram. Agora, elas mantêm-se na retaguarda, mas o estrago, para ele, já está feito. Os militantes aperceberam-se de que eram uma trupe de ressabiados, partidários do bloco central (muitas vezes dos interesses)apenas desejosos das migalhas de quem consideram o dono do regime -o PS.
Claro que os 'socialistas e laicos' já andam a 'rosnar' ao Pedro SL, mas depois de terem dito que os fogos eram postos pelo PPC e pelos laranjinhas para acabar com a geringonça, podem ser desacreditados o povo é estúpido, mas não totalmente.
Cara il:
O grande problema de RR e dos que o apoiam, incluindo esses que refere, é que olhavam as directas como um passeio rumo à S.Caetano à Lapa e agora sabem que não será nada disso.
O que os leva a extremismos bem dispensáveis.
Mas ainda há um longo caminho a percorrer até PSL ser eleito líder do PSD
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