quinta-feira, novembro 23, 2017

G 15

Abaixo deixo transcritas as propostas que o Sporting de Braga levou à reunião do chamado G 15 (que acabou por ser G 11 porque lamentavelmente houve quatro clubes que faltaram)e que agora serão trabalhadas pelos restantes clubes para em próxima reunião-29 de Novembro em Vila do Conde- ser aprovado um documento final com contributos de todos eles.
Creio que é fácil estar de acordo com este documento inicial.
Pessoalmente, neste blogue  noutros espaços, já defendi ao longos últimos anos algumas delas por entender que contribuirão de forma importante para um futebol mais verdadeiro, mais competitivo, financeiramente mais equilibrado e com mais oportunidades para todos.
Creio que qualquer vitoriano que queira analisar o assunto sem palas, e menos ainda agarrado a rivalidades que neste contexto não tem lugar a existirem, estará de acordo que é do interesse do Vitória que sejam aprovadas e rapidamente implementadas.
Até porque já se perdeu demasiado tempo e este "status quo" já dura há demasiado... tempo!
E por isso espero que na próxima reunião o Vitória esteja presente e assuma as suas responsabilidades na liderança do movimento enquanto clube histórico do nosso futebol e aquele que fora do universo dos chamados "grandes" mais adeptos representa.
Depois Falamos.


ORGANIZAÇÃO E COMPETIÇÕES

Proibição dos empréstimos entre clubes do mesmo escalão

A possibilidade de cedência de três jogadores a um clube participante da mesma competição é uma forma indireta de exercício de influência e de condicionamento da verdade desportiva que, por um lado, permite aos clubes mais fortes criar laços e parcerias e, por outro, aumentar exponencialmente os seus quadros sem qualquer relação direta com o reforço das respetivas equipas principais, inflacionando o mercado interno.


Alterações ao sorteio condicionado

O benefício concedido a alguns clubes no sorteio das competições atenta contra os princípios fundamentais das provas e impede a igualdade de tratamento que é devida a todos os competidores. Assim, entende-se que só os critérios de ordem geográfica são relevantes para condicionamento do sorteio.

Conselho de presidentes

Criação de uma assembleia de presidentes das SAD e SDUQ constituintes dos campeonatos profissionais e da qual emana a estratégia que deve ser concretizada pela Direção da Liga. O Conselho de Presidentes deve integrar também o Secretário de Estado do Desporto, comprometendo assim o Governo de Portugal com as grandes decisões que influenciam a atividade e o sector de negócio. Deve integrar também os Presidentes da Liga Portugal e da Federação Portuguesa de Futebol.

Alterações de estatutos para reformulação da direção da Liga

O assento fixo dos três clubes que apresentam melhor somatório de classificações deve ser revisto, bem como a possibilidade de estes mesmos clubes nomearem dois representantes da Liga NOS, logo assim condicionando a atividade da Direção a uma elite. A forma de composição da Direção da Liga deve obedecer a critérios democráticos, espelhando a vontade da maioria.

Antecipação do fecho da janela de transferências de verão

Fecho da janela de transferência coincidente com a semana prévia ao arranque oficial dos campeonatos profissionais, em conformidade com a decisão já anunciada pela Premier League inglesa. A imposição desta medida deve implicar a Liga Portugal e a Federação Portuguesa de Futebol, para que, em sede própria e considerando as relações institucionais com a UEFA e a FIFA, se decida a aplicação da mesma a todos os principais campeonatos europeus.

ARBITRAGEM

Entidade autónoma para gerir a arbitragem

Proposta de criação de uma entidade autónoma, externa aos organizadores das competições, que concentre e comande todo o sector da arbitragem, a exemplo do que já sucede noutras ligas profissionais.

Ex-árbitros de elite para a função de VAR

A confusão de papéis entre os árbitros não contribui para o melhor desempenho das funções, considerando ainda que a classe varia entre os seus membros no que respeita a idade, categoria ou experiência na função. Entende-se como profícua a discussão da proposta de criação de um grupo de ex-árbitros de elite que possa desempenhar a função de VAR, libertando o atual quadro de árbitros para o terreno e inibindo os constrangimentos inerentes à relação entre pares.

Divulgação dos áudios entre árbitro e VAR

Uniformização do critério de divulgação da informação respeitante à arbitragem e à organização dos jogos, respeitando o princípio da igualdade. Assim, a divulgação não pode ser avulsa, antes se verificando para todos os jogos da mesma competição ou para nenhum. Nesse âmbito cabe a divulgação dos áudios entre árbitro e VAR.

As mesmas câmaras em todos os estádios

No âmbito da função de vídeo-árbitro, urge que se defina que e quantas câmaras são necessárias para a capaz avaliação de quem serve de retaguarda aos árbitros, garantindo também que os meios de análise são iguais em todos os estádios. Não é aceitável que o escrutínio seja maior, e logo mais capaz, nuns jogos do que noutros.

Linhas de fora de jogo e tecnologia de linha de baliza

As entidades responsáveis devem forçar a implementação das tecnologias das linhas de fora de jogo e das linhas de baliza. Tais avanços são essenciais para que se possa aferir, através do VAR, situações que são de enorme influência no desfecho de um jogo e que, através dos meios já existentes, podem ser esclarecidos de forma cabal.

RECINTOS DESPORTIVOS

Segurança nos estádios

Necessidade de diligenciar junto das entidades competentes que a segurança dentro dos estádios, e considerando que o futebol é a principal indústria do País e uma bandeira da nação, seja garantida e assegurada pelo Estado, sem custos para os clubes, os quais continuarão a poder complementar esta missão com a presença de ARD (Assistentes de Recinto Desportivo).

Criação de fanzones nos estádios

Na sequência da revisão do regime de segurança nos recintos desportivos, atuar de forma a que seja possível a criação de fanzones, como centro de convívio dos adeptos.

FORMAÇÃO

Salvaguarda dos contratos de formação

Reforço urgente dos contratos de formação, permitindo às entidades formadoras salvaguardar o trabalho desenvolvido ao nível dos escalões jovens e reforçando a abrangência dos contratos de formação, atualmente um fator de diferenciação negativa.

MEDIA E ESPAÇO PÚBLICO

Intervenção sobre a qualidade da discussão do futebol

Criação de uma task force envolvendo todos os principais agentes da atividade futebol (Clubes, Liga Portugal, Federação Portuguesa de Futebol e Secretaria de Estado do Desporto) com o objetivo de restringir as intervenções públicas que lesam a honra dos vários agentes e contribuem para o descrédito do futebol nacional, estudando até a erradicação de dirigentes ou a proibição do exercício de funções de âmbito desportivo.

Promoção das competições e dos jogadores

Discussão alargada, envolvendo também os media, com o objetivo de encontrar uma plataforma comum que permita desenvolver positivamente a imagem do futebol português, garantindo espaço mediático aos seus protagonistas e permitindo a projeção, nacional e internacional, das competições.


6 comentários:

Anónimo disse...

Sejamos claros: é preciso apoioar o António Salvador nesta caminhada.
O homem tem muitos defeitos, desde logo o primeiro de ser presidente do Marrakech, mas lá coragem tem ele.
Ele diz que quer ser campeão e está a trilhar caminho para isso, retirando desde logo alguns benefícios de vária ordem que objectivamente a Liga dá aos 3 ditos grandes.
Espero é que o Vitória apoie e tire o chegue ao título antes do Marrakech.

luis cirilo disse...

Caro Anónimo:
Aí está uma forma positiva de ver o assunto.
Por mim acho que o Vitória devia liderar este movimento e tirar todas as vantagens directas e indirectas disso.
Infelizmente não é o que está a suceder

Anónimo disse...

Estamos de a acordo, mas liderar o movimento é que já não iremos a tempo...
O movimento já tem um líder, o António Salvador. E comotudo na vida, há-de tirar ele alguns benefícios extra com o assunto... para o Marrakech.

Mike_the_Bike disse...

Caro Luís Cirilo,

Entristece-me que o Vitória não esteja neste lote de clubes, principalmente quando acho que deveria ser o Vitória o primeiro a reclamar estas medidas.

Abraço
Miguel

Miguel disse...

Sinto vergonha alheia em não ver o nosso clube nesta luta. Somos uma tristeza. Mais ainda ...somos uns vendidos que por meia dúzia de emprestados duvidosos dos metralhas , não temos a coragem de fazer parte deste movimento. Farto disto tudo!

luis cirilo disse...

Caro Anónimo:
E se assim for ninguém lhe pode levar a mal. Defende o seu clube.
Caro Miguel:
Entristece-o a si e a todos os vitorianos que percebem o que está em jogo. Infelizmente para a SAD as prioridades parecem ser bem outras.
E acredite que esta história dos empréstimos não só nos tem saído cara (basta ver a ridicularia porque venderam Soares,Hernâni,André ou Ricardo) como ainda pode se ra nossa ruína.