Na próxima segunda feira completam-se 37 anos sobre a morte
de Francisco Sá Carneiro.
Crime ou acidente ?
Convicto de que se tratou de atentado,(desde a primeira
hora) tenho pena de nestes 37 anos decorridos o País ainda não ter sabido
resolver esta questão pese embora as inumeras comissões de inquérito
parlamentares que para analisar o assunto foram constituidas.
Apurar a que deveu a morte do seu então primeiro ministro.
Mas não é disso que quero falar hoje.
Prefiro recordar o estadista de excepção,o lider
visionário,o homem livre,o politico que orientou a sua vida pública no sentido
de conseguir o melhor para Portugal.
O homen que aliva como mais ninguém o sentido de Estado e o
distanciamento que tal impõe em relação a determinadas regras e grupos com o
genuino afecto pelos militantes do seu partido e a confiança que neles
depositava.
E que por eles foi sempre retribuida!
Francisco Sá Carneiro prestigiava o país, preservava e
defendia o Estado de Direito, sentia-se bem com os portugueses.
Porque sabia que Portugal merecia.
A ele,ao seu carisma,ao fascinio que exercia sobre quem
contactava,se deve boa parte das razões porque aderi á JSD em Janeiro de 1975.
Numa sociedade portuguesa em ebulição,com o esquerdismo na
moda,com pesados anátemas sobre quem não fosse de esquerda,desde logo senti
profunda admiração por quem,não só pensava diferente,como tinha a coragem de o
dizer.
Incompreendido e rejeitado por muitos dos barões do partido
(tal como todos os líderes que depois dele tiveram sucesso de Cavaco Silva a
Passos Coelho),vitima de cabalas,insultos e invenções,sujeito a cisões no
PPD,nunca se desviou do seu caminho,nunca abdicou daquilo em que acreditava.
Tenho ainda hoje uma profunda admiração por Francisco Sá
Carneiro.
Como português tenho imensa pena que tenha partido tão
cedo.
Tenho a certeza que com ele no governo durante muito mais
tempo,Portugal estaria hoje bem melhor do que está.
Tive a felicidade politica de poder assistir,ao vivo,a
alguns comicios em que Francisco Sá Carneiro foi orador.
Ainda hoje recordo,com alguma emoção,como uma pessoa de
pequena estatura podia "preencher" tão grandes espaços.
Depois a vida ensinou-me que há pessoas assim...
Mas na altura foi uma surpresa,uma descoberta,uma
revelação.
Acredito que hoje,neste Portugal do século XXI,vale a pena
continuar a seguir o exemplo de vida,de pensamento e de acção de Francisco Sá
Carneiro.
No País,e no PSD,ainda não vi melhor.
E por isso num tempo
difícil em que o PSD volta a ser chamado a escolher um líder sabendo esse líder que quando for primeiro ministro
terá, uma vez mais (é sina do partido), de tomar medidas que imponham a ordem
na desordem causada pelo governo da Frente de Esquerda eu “regresso” a
Francisco Sá Carneiro.
Ao seu carisma, ao seu estilo de liderança, ao seu gosto
pela clarificação e pela ruptura quando necessária, à sua coragem de afrontar
lobbys e grupos de interesses, ao seu absoluto desprezo por “barões” e
“baronatos”, à sua fortissima relação umbilical com os militantes do seu
partido.
E esse “regresso” aponta claramente para Pedro Santana
Lopes.
Que é não só dos dois candidatos o único que tem algumas
qualidades políticas e pessoais idênticas às de Francisco Sá Carneiro como
também aquele que mereceu de Sá Carneiro um convite para com ele trabalhar de
perto enquanto primeiro-ministro.
Se Pedro Santana Lopes mereceu a escolha de Francisco Sá
Carneiro como não há de merecer a dos militantes do PSD?
Há alturas na vida dos partidos e das pessoas em que não se
pode dar ao luxo de opções erradas.
E Pedro Santana Lopes é a escolha certa!
4 comentários:
Caro Cirilo:
Concordo consigo nos dois pontos.
Se vim para o PPD foi pelo exemplo de Sá Carneiro.
E gosto de Pedro Santana Lopes pelas mesmas razões que enumera.
RIP ao 1º. E penso que estará em paz se PSL estiver ao leme.
Agora que PSL vai ter uma vida difícil vai -os mesmos inimigos de Sá carneiro: os barões e os gangues de interesses.
Cara il:
Os lideres do PSD eleitos contra os barões tiveram sempre vida difícil.
Mas regra geral sairam-se bem.
Assim será uma vez mais
Caro Dr. Cirilo
Sá Carneiro, para mim foi e (será) sempre o político que mais me marcou.
O que mais me magoa é a hipocrisia demonstrada por quase toda a classe política,
já que e havendo alguém que confessou a trama para o assassinarem, denunciando altas
figuras do estado, e alguns militares, apesar de tantas iniciativas de Comissões de Inquérito,
nunca houve coragem para fazer uma acusação assente em provas mais que concludentes.
A partir da sua morte, nunca mais a política me interessou.
Sou um desiludido da política.
Cumprimentos
S. Guimarães
Caro S. Guimarães:
O crime da sua morte só não está totalmente esclarecido porque há uma cabala de silêncio em volta dele. De que fazem parte pessoas com responsabilidades em vários partidos.
Mas ainda não perdi a esperança de que tudo seja posto em pratos limpos e os culpados punidos.
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