terça-feira, maio 31, 2016

Rumo a França (1)

Portugal fez no domingo o seu primeiro jogo de preparação para a fase final do Europeu de 2016.
O adversário escolhido foi a Noruega dado os responsáveis portugueses entenderem que é uma equipa idêntica à da Islândia que é o nosso primeiro adversário a "sério" na referida competição.
E depois de ver o jogo resta desejar que as parecenças sejam mesmo muitas porque esta equipa norueguesa foi um adversário fácil para uma selecção portuguesa que ainda não estava na sua força máxima dada a ausência essencialmente de Ronaldo.
Mesmo sem Ronaldo, e mais um ou outro que possam vir a ser titulares, Portugal fez uma exibição agradável e conseguiu a sua mais dilatada vitória sob o comando de Fernando Santos com três bonitos golos resultantes da inspiração individual nos dois primeiros e numa boa jogada de conjunto no terceiro.
Sendo mais ou menos certo que o "onze" de Portugal , no Europeu, será constituído por Ronaldo e mais dez sobram bastantes duvidas sobre quem serão os tais dez.
Ou pelo menos alguns deles.
Na baliza será Rui Patrício o escolhido pese embora a forma competente como Anthony Lopes se exibiu a reivindicar mais oportunidades.
Nas laterais enquanto à direita me parece que Vieirinha será titular jà na esquerda há um problema que FS terá de resolver. A jogar como joga (e a marcar como marca) naturalmente que Raphael Guerreiro merece ser titular. Mas a opção, Eliseu, joga no Sport Lisboa e é o único seleccionado desse clube com hipóteses de ser titular. Sabe-se o que isso pesa...
Nos centrais um dos lugares será para Pepe (espera-se que sem as palhaçadas que lhe são habituais...) e o outro será discutido entre Ricardo Carvalho e Bruno Alves.
No meio campo as possibilidades serão muitas até por força da opção de FS em jogar com quatro médios.
Em condições normais João Moutinho e João Mário serão titulares, Danilo e William Carvalho discutirão o lugar de trinco e o outro lugar será,tudo o indica, para André Gomes embora existam outras possibilidades nomeadamente a utilização simultânea de Danilo e William ao sabor dos medos do treinador.
Na frente, nesse esquema destinado ao insucesso de dois avançados móveis e nenhum ponta de lança, Ronaldo terá a companhia de Quaresma ou Nani sendo que o primeiro depois do jogo com a Noruega terá marcado pontos.
Face ao jogo e face ao facto comprovado de ser bem melhor jogador que Nani.
Mas isso com F.Santos pode não querer dizer nada.
Quinta feira em Wembley, face a um adversário bem mais forte e ainda sem Ronaldo, se verá como evoluem as opções do seleccionador.
Depois Falamos.

Senhor da Pedra, Gaia


Ayers Rock , Austrália


segunda-feira, maio 30, 2016

6 Notas

Sobre um jogo do qual tanto já foi dito não haverá muito mais para dizer.
Ainda assim deixo aqui seis notas sobre o que me pareceu de mais relevante nesta final milanesa de uma Liga dos Campeões entre duas equipas de Madrid.
1) Não foi um jogo excepcional mas foi uma partida bem disputada, intensa, cheia de emoção ao longo das duas horas de jogo(e então nos pénaltis...) com dois golos e várias oportunidades para outros. Uma partida digna da final que se disputava.
2) Qualquer uma das equipas podia ter vencido pelo que a vitória do Real aceita-se da mesma forma como se aceitaria o triunfo do Atlético. Pessoalmente gostei mais da exibição colchonera porque acho que foi a equipa que mais procurou o triunfo no jogo jogado enquanto o Real foi mais calculista na forma como geriu o jogo. 
3) Foi uma final mal arbitrada com o erro maior a residir na validação do golo em fora de jogo do Real Madrid. Depois mais alguns erros ora em prejuízo de um ora de outro. Mesmo assim bem melhor trabalho que o produzido por outra equipa de arbitragem na final da Liga Europa entre Sevilha e Liverpool. Em termos de arbitragem a credibilidade da UEFA vai de mal a pior.
4) Ronaldo não fez um grande jogo,longe disso, mas ainda assim foi o mais incisivo dos dianteiros merengues tendo inclusive duas boas oportunidades de marcar. Fica para a História desta edição da Champions não só como o seu melhor marcador mas também como o jogador que marcou o penálti decisivo para a atribuição do troféu. Irá a caminho, assim se espera, da sua quarta bola de ouro.
5) Os centrais do Real Madrid são o elo mais fraco da equipa. Jogadores de uma dureza que raia a violência, sem a classe dos restantes companheiros da equipa e com uma triste propensão para a palhaçada, para provocações  e para as simulações. Nisso das simulações aquele que infelizmente joga por Portugal ainda consegue ser pior que o colega..
6) O Atlético de Madrid é uma obra de "autor". E o autor é um grande treinador chamado Simeone que tira daquele plantel tudo que ele tem e ainda mais se for preciso. 
A forma como lutaram para ganhar, como o treinador os comandou do banco e como os adeptos os apoiaram mereciam bem uma vitória na Champions.
Em suma uma final que ficará na memória como uma das melhores finais dos últimos anos.
Depois Falamos.

P.S Já vi e revi os pénaltis. E continuo sem perceber a atitude passiva de Oblak.

O Génio e o Medroso

Não sou treinador mas vejo futebol há quase cinquenta anos e para mim as coisas são claras.
Quando uma equipa/selecção tem o privilégio de contar com um jogador de categoria mundial, como Cristiano Ronaldo, todo o dispositivo táctico dessa equipa deve ser montado de forma a que esse jogador genial tenha as melhores condições para exprimir no terreno todo o seu talento.
E isso consegue-se (basta ver os jogos do Real Madrid!!!) colocando-o sobre o flanco esquerdo ,com um ponta de lança a prender os centrais e outro extremo a jogar sobre a direita trocando de quando em vez de lugar com Ronaldo.
Nos campeões europeus isso faz-se com Benzema e Bale como todos sabem e dentro de um esquema táctico claramente armado num 4-3-3.
E nesse esquema, jogando como gosta e tirando todo o partido da sua velocidade, poderio fisico e capacidade de remate Ronaldo tem feito mais de 50 golos(!!!) por época em todas seis épocas que leva no clube espanhol.
Número fabulosos.
E o que impede de transpor essa "receita" de sucesso para a selecção portuguesa?
Apenas e só Fernando Santos.
Que medroso como é, limitado tacticamente como sempre foi e não conseguindo convencer-se que Portugal não é a Grécia vai sacrificar Ronaldo e a própria selecção a um esquema de 4-4-2 (um meio campo muito povoadinho como é apanágio dos medrosos) em que o genial avançado vai ser empurrado para posições de que não gosta, tornar-se alvo mais fácil de marcação pelos defesas e "condenado" a ter de tentar resolver em lances de inspiração individual o que devia ser fruto de um trabalho de equipa.
É certo que Portugal não tem Benzema nem Bale. 
Especialmente Benzema porque para jogar no flanco oposto ao de Ronaldo há sempre soluções boas como Quaresma, razoáveis como Nani ou adaptações como João Mário ou Rafa.
Para ponta de lança é que existe apenas Eder entre os convocados.
Porque o medroso que treina a selecção teve medo de levar André Silva ou Hugo Vieira.
Um talvez por ser muito novo (mas ainda assim mais velho do que Renato Sanches...) e o outro porque ao que parece os golos na Sérvia valem pouco devido a usarem balizas com o triplo do tamanho das portuguesas...
Mas mesmo com Éder seria possível construir um esquema táctico que potenciasse Ronaldo dada a capacidade fisíca e a entrega à competição do jogador do Lille que actuando entre os centrais poderia criar os espaços necessário a Ronaldo e Quaresma (ou Nani) poderem dar largas aos respectivos talentos.
Infelizmente não teremos nada disso no Europeu.
E o mais certo (seria uma bela surpresa se estivesse enganado) será ver Portugal a jogar fechado lá atrás à espreita de num contra ataque Ronaldo marcar e depois defendermos o resultado "à grega"esperando que os minutos passem.
O problema será no dia em que o adversário marcar primeiro...
Enfim, como é normal nos adeptos portugueses, tenhamos fé de que tudo vai correr bem.
O meu problema de "fé", neste caso, é haver "Santos" em que não acredito.
Depois Falamos

Ovo de Colombo

Esta tabela de direitos televisivos do campeonato inglês explica, na perfeição, algumas das razões porque é considerado o melhor campeonato do mundo em termos de qualidade média das equipas e do nível de futebol nele praticado.
Explica também, de forma exuberante, porque razão um clube como o Leicester pode ser campeão à frente de clubes com orçamentos brutalmente superiores aos da equipa sensação da última liga inglesa.
É o verdadeiro "ovo de Colombo" que ajuda a explicar tudo o resto.
Porque o pagamento dos direitos televisivos abrange uma parte fixa, igual para todos os clubes que disputam a Liga, que garante a cada um deles um mínimo de 56 milhões de libras um valor considerável e que permite que todos eles possam construir equipas com garantias de qualidade.
Esse dinheiro vem das receitas de transmissão no Reino Unido, das transmissões para outros paises e dos direitos comerciais.
E há uma parte variável que tem a ver com o mérito e com as audiências.
No mérito o campeão é o que recebe mais e depois todos os outros vão recebendo em função da posição na classificação até ao ultimo que é o que recebe menos.
Nas audiências os clubes recebem em função dos jogos visualizados.
Tudo claro ,transparente, equitativo.
Em 2015/2015 o clube que vai receber mais é o vice campeão Arsenal (cerca de 100 milhões de libras) e o que receberá menos é o ultimo classificado,Aston Villa, que receberá cerca de 66 milhões.
Compare-se com o que recebem os clubes portugueses, a diferença entre os primeiros três e os outros quinze, e logo se percebe porque razão em Inglaterra um clube como o Leicester pode ser campeão e em Portugal esse dia ainda vem muito longe por culpa exclusiva dos dirigentes dos tais quinze outros clubes.
Que deviam por os olhos nesta tabela de distribuição de direitos televisivos, deviam estudar as razões do sucesso da liga inglesa e unirem-se para uma verdadeira negociação do dinheiro que gira no futebol português ao invés de competirem na saloia distribuição das melhores migalhas que caem da mesa onde os chamados grandes se banqueteiam!
Mas para isso era precisa uma revolução nas mentalidades e uma enorme remodelação nos dirigentes.
Depois Falamos.

Monte Iwate, Japão


Arminho

Foto: National Geographic

Cartago, Tunisia


quinta-feira, maio 26, 2016

Boa Opção

Com a mesma tranquilidade, assente no pensamento livre, com que há um ano discordei frontalmente da contratação de Armando Evangelista (e depois da de Sérgio Conceição) para treinar a equipa A do Vitória afirmo hoje a minha total concordância com a decisão da SAD em contratar Pedro Martins.
Porque tal como nos dois casos anteriores achei que o Vitória não ficaria bem servido (como se veio a provar) neste acho que é uma opção acertada por um treinador que tem o perfil necessário a dirigir a nossa principal equipa.
É um homem bem formado, sereno e de exemplar educação, com um bom percurso enquanto jogador e uma carreira de treinador que tem sido feita através de passos acertados,sempre ascendentes em termos dos clubes e equipas que treinou.
E tem duas qualidades que o recomendam especialmente para treinar o Vitória.
Jogou cá apenas uma época, é verdade, mas isso é tempo mais que suficiente para conhecer o clube e os adeptos e perceber que o grau de exigência aqui é muito elevado e não admite faltas de ambição ou de espírito de conquista.
E na sua passagem pelo Marítimo treinou primeiro a equipa B e depois a equipa A, com sucesso em ambas, e por isso está particularmente bem habilitado pata treinar um clube como o Vitória que também ele tem as duas faces da mesma moeda (equipas A e B) e em que a compatibilização entre as duas equipas é essencial ao sucesso de ambas.
Estou certo que com Pedro Martins na equipa A Vítor Campelos e a equipa técnica da B vão poder finalmente respirar fundo e trabalharem com tranquilidade depois de um ano em que atingiram o "paraíso" (manutenção) após  penarem entre purgatório e inferno durante toda a época tais as dificuldades que lhes foram causadas pelo ex treinador,
É pois uma boa opção.
No Marítimo e no Rio Ave, clubes que não tem a expressão nem a História do Vitória, fez belos campeonatos e conseguiu meritórios apuramentos europeus que atestam bem a qualidade do seu trabalho e a ambição que transmite ás suas equipas.
Contudo, e estou certo que ele tem isso bem interiorizado, enquanto nesses clubes apuramentos europeus são momentos excepcionais no Vitória são os "serviços mínimos" obrigatórios para quem quer triunfar e merecer o reconhecimento dos adeptos.
Seja como for a contratação de Pedro Martins é um primeiro bom passo para que a próxima época corra como todos desejamos.
Mas tal como uma andorinha não faz a Primavera também um bom treinador por si só não é garantia de êxito.
Precisa de um plantel de qualidade, de uma estrutura eficiente e de um projecto desportivo sólido e ambicioso.
Temas para próximo texto.
Para já fico-me pela satisfação de ver que a SAD vitoriana fez uma boa opção.
Depois Falamos

Guimarães


Torre Eiffel


terça-feira, maio 24, 2016

Nós e Eles

Há textos que gostaria de não escrever.
Como há textos, provavelmente os mesmos, que alguns não gostarão de ler.
Mas não é por nos negarmos a olhar a realidade de frente que ela deixa de existir, nem fazermos de conta que não se passa nada faz com o que se está a passar deixe de ser realidade.
Todos os vitorianos, talvez com excepção daqueles que obstinadamente se recusam a andar de olhos abertos para as realidades,  tem a perfeita noção de que estes últimos dez/doze anos foram quase sempre maus para o Vitória e quase sempre bons para o Sporting de Braga.
Ontem terminou o ultimo ponto que nos dava vantagem sobre o velho rival neste período de tempo.
Nós tínhamos legítimo orgulho de neste período termos vencido uma Taça de Portugal enquanto eles a única que tinham no seu palmarés tinha sido ganha em 1966.
Agora não só eles venceram a Taça como passam a ter duas enquanto nós só temos uma!
Em seis finais que disputamos. Tantas como eles.
No resto as comparações são-nos completamente desfavoráveis não há volta a dar-lhe.
É verdade que fomos o primeiro clube fora de Lisboa e Porto a ir à Liga dos Campeões mas não passamos do play off de acesso à fase de grupos (com o roubo de Basileia à mistura mas isso não conta para as estatísticas) enquanto eles já disputaram três fases de grupos defrontando, e ás vezes com sucesso,algumas das melhores equipas europeias.
Por isso quando vejo manifestações de exacerbada clubite , procurando empequenecer os sucessos deles e hiper valorizar os pequenos sucessos nossos tenho a noção triste de que deve haver muitas vezes em que eles se riem de nós.
Nós chamamos-lhes marroquinos.
Eles ganham a taça da liga que nós nunca ganhamos
Nós dizemos que "Braga é merda".
Eles são vice campeões nacionais lugar que nunca conquistamos
Nós afirmamos que em Braga há mais benfiquistas que braguistas.
Eles vão a uma final da Liga Europa enquanto nós fomos há trinta anos aos quartos de final.
Nós dizemos que eles só tem gente no estádio com borlas.
Eles em 10 campeonatos ficam oito vezes à nossa frente!
Nós, num tempo em que as coisas eram diferentes, andamos anos e anos a disputar o quarto lugar com o Boavista enquanto eles se arrastavam pelo meio/fundos da tabela.
Depois eles cresceram, o Boavista caiu, e passamos a disputar esse quarto lugar com eles.
E agora?
Agora eles olham para cima e veem Porto, Sporting e Benfica com quem disputam lugares e acesso á liga dos campeões.
Nós olhamos para cima e vemos Belenenses, Estoril,Paços de Ferreira, Rio Ave e Arouca ,porque os quatro primeiros já vão tão longe que deixamos de os ver, e nem o acesso à Liga Europa conseguimos.
Eles vendem por milhões, reinvestem em jogadores  fazendo equipas sempre fortes e competitivas e os resultados aparecem com toda a regularidade.
Nós vendemos por "tostões", encharcamos-nos em emprestados que nada acrescentam (na sua maioria) e fazemos campeonatos em regra desoladores com uma ou outra excepção.
É a realidade.
É certo que os mais irredutíveis, ou menos propensos a verem a realidade com a necessária frieza, dirão que temos mais gente no estádio do que eles.
É verdade.
Ainda temos.
Mas a tal realidade para que alguns não gostam de olhar diz-nos que o fenómeno do bi clubismo em Braga atinge cada vez menos as novas gerações, aquelas abaixo dos 40 anos, que são cada vez mais pelo clube da terra e por nenhum outro e a tendência é para manter e até exponenciar face ao que tem sido os desempenhos do clube nesta última década.
E ninguém duvide que a conquista da Taça de Portugal vai dar um poderoso contributo para isso face ao impacto que tem nos mais novos em termos de admiração pelo clube e fidelização ás suas cores.
E por isso se a tendência da última década se mantiver ninguém se poderá admirar se as assistências em Braga tiverem uma curva claramente ascendente enquanto em Guimarães há uma curva claramente descendente que acabará por se cruzar com a ascendente do rival minhoto.
Hoje, em Braga, já se pensa seguramente em novas conquistas enquanto em Guimarães há muita gente que ainda vive agarrada à recordação do Jamor/2013 como se o mundo tivesse acabado aí.
Hoje a realidade é essa.
Que em nada nos tira o orgulho em sermos vitorianos, o amor ao Vitória, a consciência de que somos adeptos de um clube diferente de todos os outros.
Mas é preciso mudar.
Porque enquanto ao discurso ambicioso deles respondermos com o discurso depressivo sobre o passivo que já (quase) ninguém suporta.
Enquanto ás vendas de jogadores por milhões que eles fazem respondermos com a satisfação pelo encaixezinho do milhãozito de euros da ordem(num ou noutro acaso algo mais) pela venda de alguns dos nossos melhores.
Enquanto á valorização dos próprios activos que eles fazem "respondermos" com a valorização de emprestados que findo o empréstimo se vão sem qualquer proveito para nós.
Enquanto tudo isso e muito mais acontecer é escusado pensarmos que podemos competir com o Braga por classificações, apuramentos europeus ou até troféus.
Há ilusões que por não terem qualquer razão de ser ainda se tornam mais perigosas pelo risco de destruição que encerram.
E por isso o Vitória tem mudar de vida.
É bom que a SAD se consciencialize que é preciso apostar seriamente no futebol e que o faça por actos e não por palavras.
Um bom treinador, uma boa equipa, valorização do que é nosso para vendermos quando for do nosso interesse e por valores adequados e não quando aparece quem queira a dar verbas ridículas, um discurso ambicioso e reivindicativo, um inconformismo sem limites quando formos prejudicados pelos poderes ocultos do futebol .
Um projecto desportivo ambicioso, sustentável, que olhe e planifique o médio prazo.
Se assim for, se houver o "rasgo" necessário a mudar o paradigma desta década "maldita", ainda é possível reverter este estado de coisas que tem caracterizado os últimos  anos e devolver o Vitória ao seu verdadeiro lugar de quarto clube do futebol português com a ambição de ainda ser mais do que isso.
E estou absolutamente certo, pela experiência de quase 50 anos a acompanhar o Vitória, que se houver uma liderança mobilizadora, um projecto atractivo e uma equipa que corporize no relvado as nossas aspirações não será pelos adeptos que o o clube deixará de voltar aos seus melhores tempos.
Os vitorianos, agora sim podemos evocar a paixão pelo clube, nunca deixaram o Vitória caminhar só.
E não será agora que vão fazê-lo.
Não podemos é perder mais tempo.
Nós.
Porque eles não vão perde-lo de certeza absoluta.
Depois Falamos

domingo, maio 22, 2016

Uma Final Disputada

André Silva e Marafona: As duas figuras maiores da final da Taça
Dizem os entendidos , entre os quais José Mourinho, que as finais não são para jogar mas sim para ganhar.
E o Braga interpretou bem esse principio.
Entrou melhor no jogo, foi eficaz no aproveitamento de uma falha infantil da defesa adversária, e depois impôs a estratégia que mais lhe convinha e que passava por "arrefecer" o jogo e ir quebrando o ritmo ao adversário numa sucessão de falta e faltinhas.
E durante a primeira parte teve sucesso.
No segundo tempo o Porto entrou francamente melhor (pior também não era possível...) assenhoreou-se do jogo e foi criando alguns lances que faziam prever que o empate podia suceder mais minuto menos minuto.
Mas outra incrível falha da defesa portista "deu" ao Braga o segundo golo (e só não deu terceiro num falhanço caricato de Helton porque...não calhou) e aí pensou-se que tudo estaria decidido porque não se antevia ao Porto capacidade de reacção.
Foi então que, provando que a História ás vezes se repete, o Braga de Paulo Fonseca cometeu exactamente o mesmo erro do Braga de Sérgio Conceição na final do ano passado; recuou em demasia, deu toda a iniciativa ao adversário e refugiou-se num anti jogo completamente inaceitável (então Marafona foi demais) numa competição profissional e só possível com um árbitro sem categoria como Soares Dias.
E o Porto, muito por força da forma acertada como Peseiro mexeu na equipa, começou a criar sucessivas ocasiões que lhe permitiram marcar por duas vezes e levar o jogo para um prolongamento durante o qual foi a única equipa que quis ganhar tendo até construído boas ocasiões para isso.
Mas não marcou.
E nos pénaltis o Braga foi mais eficaz a rematar, e Marafona completou defendendo por duas vezes os remates dos portistas ,permitindo assim a conquista do troféu.
Merecida?
Nem por isso.
Pela segunda parte e pelo prolongamento o Porto merecia ter saído vencedor, pese embora os espantosos erros da sua defesa, até porque o Braga "desistiu" do jogo muito cedo preferindo defender com as linhas muito recuadas e com o tal recurso ao anti jogo que merece a censura de quem gosta de futebol com "fair play".
Mas, lá está, as finais são para ganhar e não para jogar e nisso a estratégia bracarense foi bem sucedida.
Três notas finais.
Uma para André Silva. Grande exibição, dois golos (o segundo simplesmente espectacular) e mais duas oportunidades no prolongamento que podiam ter evitado os penáltis. Para mim o melhor em campo por tudo que fez nas duas horas de jogo. 
E passando um atestado de burrice a Fernando Santos é claro.
Outra para dizer uma verdade de "La Palisse". Numa final devem jogar sempre os melhores e o "sentimentalismo" de fazer alinhar o guarda redes normalmente suplentes nestes jogos saiu muito caro ao Porto. Porque Helton já não está para estas andanças (ainda por cima depois de uma época de banco),porque Casillas é muito melhor e porque, digo eu, ao fim de duas horas de esforço e desgaste os bracarenses encarregados de marcar os pénaltis não gostariam de ter pela frente um guarda redes da categoria mundial do espanhol. Ainda por cima especialista em pénaltis.
A ultima para Soares Dias.
Só um árbitro sem categoria  permite tanto anti jogo sem a correspondente e atempada sanção disciplinar. O Braga usou e abusou das simulações de lesão e o árbitro foi na conversa.
Mas para a História fica quem ganhou.
E esse foi o Braga.
Que tem nesta taça o corolário de uma década em que tem sabido fazer o seu trabalho de casa bem feito.
E nisso o mérito é todo dele.
Depois Falamos.

Académica

Equipa da Académica Vice Campeã nacional em 1966/1967
A Académica faz parte, juntamente com Sporting de Braga, Tirsense e Varzim das minhas mais velhas memórias enquanto adepto vitoriano a acompanhar o Vitória pelos estádios do país.
E embora a Braga e à Póvoa tenha ido muito mais vezes, a Santo Tirso muito menos por força das longas ausências do Tirsense do primeiro escalão, tenho das idas a Coimbra uma memória diferente (de que já aqui falei noutras oportunidades) quer pelo tipicismo de que se revestiram quer por peripécias de alguns jogos a que assisti.
Posso por isso afirmar que a Académica faz parte da minha história enquanto adepto do futebol.
E devo dizer, embora isso possa chocar alguns vitorianos com uma sensibilidade mais exacerbada, que é um clube que sempre olhei com alguma simpatia não só por essas memórias mas também pelo que de diferente representou durante muitas décadas no nosso futebol apresentando equipas compostas por estudantes da Universidade com uma mística muito própria.
Eu sei que há em Coimbra muitos adeptos que não gostam do Vitória por causa do famigerado "caso "N'Dinga" mas esse é problema deles porque não me parece que os vitorianos tenham motivo para não gostarem da Académica por causa disso.
Nesse ano já longínquo a Académica não desceu por causa do "caso N'Dinga".
Desceu porque em campo não conseguiu os pontos suficientes para conseguir a manutenção e depois tentou, sem sucesso, ganhar na secretaria o que não conseguira no sítio próprio.
Mais nada!
E por isso mantenho esse olhar de simpatia sobre a Académica.
Reforçado pelas muitas vezes em que fui a Coimbra ver o Vitória mas também pelas vezes em que, nos tempos em que estudei em Coimbra, ia ao domingo até ao Calhabé ver jogos da Académica com outros clubes.
Aliás, numa perspectiva já extra futebol, Coimbra é uma cidade de que gosto imenso.
Este ano a Académica desceu.
Fruto da má gestão desportiva, fruto dos azares próprios do futebol, a verdade é que uma das mais tradicionais equipas do nosso desporto rei deixa na 1ª Liga um vazio que será difícil de preencher porque outro clube que não a própria Académica.
Mas há uma outra razão que ajuda a explicar esta descida.
A falta de adeptos.
Coimbra é uma das maiores e mais históricas cidades do país mas a Académica nunca teve adeptos em número correspondente a essa dimensão.
Quer porque muitos dos que para lá vão estudar já são adeptos de outros clubes e hoje dificilmente fazem da Académica o seu segundo clube como acontecia no passado.
Quer porque a própria cidade de Coimbra historicamente olhou sempre a Académica como o clube dos "doutores" ,com a inveja bem típica dos portugueses a preponderar, e preferiu durante muito tempo o União de Coimbra que era o clube do "povo".
E finalmente porque Coimbra, como se pôde ver ainda em dois episódios recentes ( a visita a Coimbra do Sport Lisboa e a final da taça da liga), é uma cidade onde os adeptos de sofá e os adeptos das vitórias dos chamados "grandes" existem em número extremamente significativo com enorme prejuízo do clube local.
A Académica desceu.
E penso que infelizmente o seu regresso não estará para breve frutos dos muitos problemas que atravessa.
Mas também porque a "sua" cidade não a ajuda tanto e quanto o podia fazer.
Depois Falamos.

P.S. Espero que apesar de tudo o regresso venha a ser uma realidade.
A 1ª Liga precisa da Académica.

Monte Shokai,Japão


Leoa

Foto:National Geographic

sexta-feira, maio 20, 2016

Observador

Sou, já o disse muitas vezes, um fiel leitor dos jornais em papel um gosto que me acompanha há quase 50 anos e que nunca mudarei.
Jornais na net só por obrigação profissional, curiosidade por algum tema, ou fruto da recusa definitiva em comprar os jornais desportivos que neste país se fazem e que mais não são do que orgãos mal disfarçados de três clubes.
Quando dois anos atrás apareceu um jornal digital chamado "Observador" fui espreitar,pela curiosidade natural de ver o que dali sairia, sem nenhuma intenção de me tornar um leitor diário e entusiasta do jornal.
A verdade é que tornei.
E desde então a primeira coisa que faço todas as manhãs quando abro o computador é ir ver o "Observador".
Desde logo o fabuloso "360º" que é um excelente sumário noticioso do que se passou durante a noite e madrugada mas que deixa também "pistas" para o que se via passar ao longo do dia nas mais diversas áreas.
Inicialmente escrito por David Dinis, o primeiro director do jornal, é agora assegurado por Miguel Pinheiro e Filomena Martins depois da saída do primeiro para a TSF.
Depois o resto.
Os artigos de opinião, os "explicadores", os "live blog" as fotogalerias, enfim tudo um mundo fascinante de informação que me leva a consultar o jornal várias vezes por dia até ao "Macroscópio" e "Hora de Fecho" que de alguma forma estão para o final da tarde como o "360º" está para o inicio da manhã.
Na minha página "política" no facebook partilho quase diariamente notícias  e artigos de opinião do "Observador" tal o interesse que neles encontro e a actualidade do que lá escrevem o José Manuel Fernandes, a Maria João Avillez, o Rui Ramos, a Laurinda Alves, a Maria João Marques, a Helena Matos e alguns outros.
Para mim o "Observador" só tem um enorme defeito:
Não ser em papel.
Pois agora no seu segundo aniversário o "Observador" fez uma incursão no papel e publicou uma excelente revista com quase 150 páginas (a capa é a imagem que encima este texto) na qual fez uma recolha do melhor que o jornal publicou ao longo destes dois anos.
Uma edição de coleccionador para guardar como é óbvio.
Desejando ao jornal uma longa vida e, quem sabe, o regresso periódico ao papel para nos permitir guardar as tais edições de colecção.
Depois Falamos

Rui Bragança


Cartoon de Miguel Salazar

quinta-feira, maio 19, 2016

Vergonha Europeia

Já se sabe que o estádio de Basileia é propenso aos atropelos à verdade desportiva!
O Vitória que o diga.
Mas o que ontem se viu na final da Liga Europa, considerando até a importância do jogo, foi demais e deixa cada vez mais interrogações sobre o que é hoje o futebol.
A história, para quem não viu, conta-se em poucas palavras.
O Liverpool ao intervalo vencia por um a zero e o quinteto de arbitragem já tinha deixado por marcar TRÊS grandes penalidades a seu favor que puniriam claras mãos na bola de defensores sevilhistas dentro da sua grande área.
Infracções cometidas de forma visível (então duas delas nem se fala...)perante o árbitro e nas "barbas" dessa inutilidade a que se convencionou chamar árbitros de baliza.
A verdade é que não foram marcadas.
A lembrar a final entre Sevilha e Benfica em que os espanhóis também contaram com enorme cegueira dos árbitros face a lances idênticos.
Não sei exactamente o poder e a influência que o Sevilha tem junto da UEFA mas imagino que o facto de o espanhol Angel Maria Villar ser o actual presidente interino (desde a suspensão de Platini)da organização não deve ser alheio ao que se passou ontem naquele estádio.
Dir-me-ão, e é verdade, que na segunda parte o Sevilha entrou melhor e fez jus ao triunfo com três golos de excelente recorte perante um Liverpool compreensivelmente atordoado por ter ido para o descanso a ganhar por apenas um golo quando podia ter ido com a final completamente resolvida.
Para mim a competição desportiva terminou ao intervalo e já gravemente lesada na sua verdade.
O que se passou depois foi apenas a sequela de uma farsa montada pela UEFA e que teve como beneficiário o clube espanhol.
Uma vergonha.
E que a um mês do Europeu deixa fundadas preocupações sobre a verdade desportiva dessa competição.
É que com esta UEFA está provado que vale tudo.
Depois Falamos.

P.S: É verdade que o Benfica,como o Liverpool, foi prejudicado numa final europeia com o Sevilha.
Não pensem alguns, eventualmente mais distraídos, que existe da minha parte qualquer pena em relação ao clube de Lisboa.
Foi muito bem feito para saberem o que custa ser prejudicado pelos árbitros.
E enquanto me lembrar, por exemplo, das arbitragens de Carlos Xistra e Bruno Paixão nos jogos entre Vitória e Benfica desta época não terei qualquer razão para mudar minimamente de opinião.

David Beckham


Bagnoregio,Itália


quarta-feira, maio 18, 2016

Deputados de Aluguer?

" O projecto de lei foi uma iniciativa do Bloco de Esquerda mas foram 24 deputados do PSD - incluindo Passos Coelho - que tornaram possível que a gestação de substituição fosse aprovada.
Teresa Leal Coelho é o rosto social-democrata dessa ponte com a esquerda. No fim da votação desta sexta feira,que aprovou as barrigas de aluguer em caso de doença,fez sinal de vitória com o polegar para Catarina Martins. A líder do Bloco cruzou o hemiciclo para lhe dar um beijinho."

(Expresso)

Lembro-me, sem especial dificuldade, das palavras de Passos Coelho após a geringonça assumir o poder dizendo que no dia em que o governo do PS precisasse do apoio parlamentar do PSD teria de pedir desculpa aos portugueses e apresentar a sua demissão!
A realidade não tem sido essa.
E já por três vezes, pelo menos, o PSD deu a mão ao governo e ao PS.
No "caso Banif", na redução das contribuições sobre pensões elevadas e agora nas "barrigas de aluguer".
Se os anteriores são um incumprimento do afirmado, e só por isso já chocam,este último caso é particularmente chocante porque se trata de um assunto sem especial relevância nem qualquer importância para os problemas que afectam Portugal e os portugueses.
Todos já percebemos a estratégia:
Quando há más noticias da economia, quando os desentendimentos na geringonça ameaçam vir ao de cima, quando as fragilidades do governo se tornam por demais evidentes a manobra passa sempre por umas "causas fracturantes" levadas ao Parlamento pela força liderante da maioria -o Bloco de Esquerda- para distrair as atenções do essencial.
Direitos de gays e lésbicas, casamento de homossexuais, co-adopção, adopção por casais gay, eutanásia e agora as barrigas de aluguer tudo serve para desviar atenções do que é essencial.
E, normalmente dentro da anormalidade que é este governo, os votos da esquerda chegam para aprovar essas leis "fracturantes" sempre com o adorno folclórico de uns deputados do PSD que se acham mais progressistas, mais evoluídos e mais cultos (acham eles)que os restantes colegas de bancada.
O que pensa o partido sobre isso e essencialmente o que pensam os eleitores que os levaram para S.Bento sobre essas leis e sobre os seus votos nelas parece importar muito pouco.
O afago ao ego de votarem em "liberdade de consciência" supera tudo o resto!
Neste caso das "barrigas de aluguer" é que a coisa fiou mais fino.
Porque ao natural voto contra do CDS juntou-se o PCP e o voto folclórico de adorno passou a ser voto decisivo para a aprovação de tão "importante" lei pela qual o país suspirava ansioso.
E assim foi.
24 dos 89 deputados do PSD juntaram-se a PS , BE, PAN, PEV e aprovaram a lei das "barrigas de aluguer" enquanto 65 deputados do PSD , PCP, CDS e dois deputados do PS votaram contra registando-se ainda três abstenções de deputados do PSD (um grupo parlamentar verdadeiramente multifacetado...)  naquela que terá sido das mais estranhas votações desta legislatura.
E assim com o voto desses 24 progressistas deputados do PSD a lei passou e a geringonça foi poupada a uma derrota parlamentar.
Resta dizer que o PSD deu liberdade de voto mas a orientação do partido era o voto contra  e entre os deputados que votaram contra a orientação do partido estava o próprio...Pedro Passos Coelho.
Mais uma originalidade dos tempos que correm esta do líder votar contra a orientação do próprio partido!
Que concluir de tudo isto?
Que na verdade, para além dos méritos e deméritos da sua governação, a geringonça vai-se habituando a que quando é preciso há sempre uns deputados de "aluguer" para viabilizar as leis que dividem os partidos que sustentam o governo.
Triste mas é verdade.
E por isso o caminho das "pedras" para o PSD ameaça ser muito mais longo do que aquilo que alguns optimisticamente pensavam meses atrás.
Basta ver as sondagens...
Depois Falamos

P.S. Os "polegares vitoriosos" de Teresa Leal Coelho e os beijinhos de Catarina Martins fazem parte de um lixo político que me recuso a comentar.
Direi apenas que para "cavalo de Troia" das esquerdas no PSD já bastava Pacheco Pereira.
Com a vantagem de ser muito mais inteligente e muito mais culto que essa senhora que passou de vice presidente de Vale e Azevedo no Benfica para vice presidente de Passos Coelho no PSD!

terça-feira, maio 17, 2016

Os Meus 23

Daqui a poucas horas o seleccionador Fernando Santos divulgará os 23 escolhidos para o Europeu de França levando,como sempre, em consideração o peso das camisolas e a importâncias dos empresários de cada jogador.
É normal que cada adepto também tenha os "seus"convocados e eu não fujo à regra.
Por mim iam estes:
Guarda redes:Rui Patrício-Anthony Lopes-João Miguel Silva.
Laterais: Vieirinha-Cédric- Antunes-Raphael Guerreiro
Centrais: Ricardo Carvalho-Pepe-José Fonte-Paulo Oliveira.
Médios: Adrien-João Moutinho-André Gomes-Danilo-João Mário-Tiago
Avançados: Ronaldo-Quaresma-Nani-André Silva-Hugo Vieira-Rafa
Eu explico:
Rui Patricio: Tem sido o titular e não sendo um "grande",como Vitor Baía,Damas ou Bento, dá garantias.
Anthony Lopes: Experiência no futebol internacional e uma boa época no Lyon.
João Miguel Silva: A grande revelação do campeonato, e uma das melhores dos ultimos anos no posto, iria como terceiro guarda redes para ganhar experiência dos grandes palcos que mais cedo ou mais tarde pisará.
Vieirinha: Sempre que chamado correspondeu e fez uma excelente época.
Cédric: nas poucas oportunidades deixou boas indicações. O futebol inglês deu-lhe competitividade.
Ricardo Carvalho: Foi durante anos um dos melhores centrais do mundo e ainda hoje joga a alto nível.
Pepe: Titular do Real Madrid e com grande experiência internacional.
José Fonte: sucessivas excelentes épocas no melhor campeonato do mundo. Dá poder de choque e sobriedade.
Paulo Oliveira: Não acabou a época a titular,também por força de uma lesão, mas tem aquele "pormenor" de nunca jogar mal e sempre que chamado...corresponde.
Antunes: Com vasta experiência internacional,jogou em vários campeonatos, e dá todas as garantias.
Raphael Guerreiro: Um jovem talento que brilha em França. Dá velocidade e profundidade ao corredor.
Adrien: Um grande campeonato a comandar o meio campo do Sporting.
João Moutinho: Vem de lesão mas dá classe e experiência numa zona nevrálgica.
André Gomes: Bela temporada no Valência. Jovem, talentoso e já muito experiente.
João Mário: O melhor jogador português da Liga agora terminada.
Tiago: Vem de longa paragem e só agora recomeçou a jogar. Muito experiente e líder de balneário. Uma presença importante no grupo.
Danilo: Um dos poucos que brilhou na desastrosa temporada do Porto.
Ronaldo: Este nem precisa de explicação.
Quaresma: Enorme talento que tem sido decisivo nos últimos jogos da selecção.
Nani: Algo irregular mas com inegável talento fez uma época que justifica a chamada.
Hugo Vieira: Nunca foi internacional vá-se lá saber porque. Campeão da Sérvia pelo  Estrela Vermelha fez 21 golos no campeonato.
André Silva: O mais talentoso ponta de lança português aparecido nos últimos largos anos. "Entre" Ronaldo e Quaresma pode ser letal.
Rafa: Um enorme talento que fez um grande campeonato pelo Braga. Alternativa natural para qualquer dos flancos ou até para jogar a "10".
Seriam as minhas escolhas.
Admito que discutíveis, algumas polémicas até, mas eu penso pela minha cabeça e não pela dos empresários, jornalistas, paineleiros e afins.
Depois Falamos.

Ocelote

Foto: National Geographic

Lampião


domingo, maio 15, 2016

Parabéns Vitória B

A equipa B do Vitória está de parabéns.
Depois de um longuíssimo campeonato (46 jornadas) alcançou plenamente os dois objectivos que lhe foram pedidos e que são sempre os objectivos de uma equipa B.
A manutenção e a preparação de jogadores para a equipa A.
Não foi tarefa fácil dadas as muitas dificuldades com que a equipa técnica teve de se debater ao longo de uma época extensa e em que bastas vezes teve de defrontar adversários que chegavam aos jogos em melhores condições físicas e com um fio de jogo que não era possível ao Vitória B ter.
Vítor Campelos e a sua equipa técnica tiveram de conviver com muitos problemas:
A utilização de 56 (cinquenta e seis jogadores), mais de cinco equipas, fruto da enorme rotação no plantel e das exigências da equipa A.
A necessidade,ao que se diz por imperativos financeiros, de a equipa muitas vezes ter de se deslocar nos próprios dias de jogo com tudo o que isso significa em termos de desgaste dos jogadores.
A impossibilidade de ensaiarem ao longo da época uma equipa base fruto da constante chamada de vários jogadores ao treinos da equipa A sem que depois em muitos casos fossem utilizados nos jogos dessa equipa.
A falta de colaboração de Sérgio Conceição que em muita ocasiões só na véspera do jogo da equipa B comunicava que jogadores podiam ser utilizados nessa equipa porque apesar de terem treinado durante a semana com a A não iam ser utilizados.
O facto, várias vezes repetido, de jogadores importantes da B serem convocados para a A (nas famosas convocatórias de 21 ou 22 jogadores) e depois irem ver o jogo para a bancada não jogando nem por uma nem por outra.
A imposição de jogadores da A terem de jogar na B, ao sabor das decisões de SC, sem o mínimo de rotinas e entrosamento com os colegas.
A forma como a equipa foi penalizada em variadíssimos jogos com grosseiros erros dos árbitros que lhe tiraram no mínimo uma dúzia de pontos que lhe permitiram uma classificação bem mais acima na tabela.
Naturalmente que na denúncia desses erros Vítor Campelos e/ou Marco Aves estiveram sozinhos porque a SAD nunca se mostrou minimamente incomodada com o assunto a exemplo, aliás, do que fazia na equipa A.
A equipa B face a tudo isto, e apesar de tudo isto, fez um belo campeonato e conseguiu todos os objectivos a que se propunha.
No campeonato "particular" das equipas B ficou atrás do Porto B (campeão da II liga) e do Sporting B mas à frente de Braga B e Benfica B e na segunda volta não perdeu nenhum jogo com estas equipas.
Venceu em casa o Porto e o Braga, foi empatar ao Benfica (apesar de uma das tais arbitragens de encomenda) e vencer ao Sporting o que tem de ser considerado como muito bom.
João Miguel Silva, Pedro Henrique, Dalbert, Phete, Alexandre Silva, entre outros, foram jogadores da B que quando chamados à A deram boa resposta e nalguns casos até nela se mantiveram face à qualidade das suas prestações com especial realce para o jovem guarda redes.
E por isso a equipa B e os seus responsáveis estão de parabéns.
Cumpriram!
Depois Falamos.

Ganso Patola


Farol de Howth Head,Irlanda


sexta-feira, maio 13, 2016

Sorte & Azar

Não sou nada dado a superstições, "azares", ou crendices em volta de determinados dias ou determinados números pese embora respeitar quem pensa de forma diferente e até condiciona a sua vida a essas crenças.
A sexta feira é um dia como os outros (até mais agradável por ser à porta do fim de semana), o 13 é um número tal e qual todos os outros números e a sua conjugação nada tem de especial e não significa rigorosamente nada em termos de correrem melhor ou pior os dias em que sexta feira e 13 se juntam.
Mas há quem pense diferente.
E tenha uma profunda aversão, receio até, ao número 13 e faça tudo par ao evitar desde sentar à mesa com esse número de pessoas (parece que vem do facto de na última ceia Jesus Cristo se ter sentado com os 12 apóstolos e depois foi o que se sabe...)a usar esse número em camisolas ou em qualquer outro lado.
Pessoalmente nunca tive nada contra o 13 e no tempo em que jogava no totobola desejava todas as semanas acertar nos 13 jogos do boletim.
Uma vez até acertei mas o único azar foi terem acertado mais umas centenas de apostadores pelo que o prémio,coitado, foi de quatro contos na moeda antiga!
No futebol então a superstição comanda.
E são tantas e tão variadas que ultrapassam a capacidade de um mero cidadão as imaginar.
Por mim que gosto imenso do futebol ,e que já o vivi por dentro em períodos diversos em que integrei orgãos sociais do Vitória, e que não acredito nada em crendices, galinhas pretas, sapos, sal, benzeduras e rezas, patas de coelho e afins devo dizer que tenho apenas uma "superstição"relacionada com o futebol:
Marcar golos dá sorte e sofrer golos dá azar!
Parágrafo.
Um dia, muitos anos atrás, disse isto a um treinador do Vitória.
Riu-se, deu-me  razão e passado um minuto já estava aos gritos com o motorista do autocarro porque  estava a fazer marcha atrás e isso ia dar azar....
Por acaso perdemos esse jogo!
Depois Falamos.

Via Láctea

Foto: National Geographic

Tossa de Mar, Espanha


quinta-feira, maio 12, 2016

Palmas & Assobios


Foram bem audíveis no passado domingo as vaias dos adeptos vitorianos a Vitor Andrade e a João Teixeira aquando das suas entradas em campo e depois no desenrolar do jogo.
Pela primeira vez , desde que me lembro,  golos do Vitória (apontados por esses jogadores) foram recebidos com um misto de aplausos e assobios e a insatisfação dos adeptos foi claramente perceptível.
A que a atitude lamentável de Vitor Andrade ao atirar a camisola ao chão em nada ajudou e levou a que fosse vaiado até ao final do jogo sempre que tocava na bola.
Com o à vontade de quem nunca assobiou equipa ou atleta do clube há duas ou três coisas a serem ditas.
Os adeptos tem o direito de manifestarem a a sua insatisfação porque quando se trata de apoiar estão sempre lá e não faltam nunca. Os jogadores, como profissionais, tem de aceitar com humildade essas manifestações dos associados que seguramente não tem gosto nenhum em vaiarem a equipa e/ou jogadores. Tomaram eles que tudo corresse de outra forma.
As vaias que tiveram como alvo Andrade e Teixeira tinham um alcance muito mais vasto e os jogadores (especialmente Teixeira que nada fez para as merecer ) foram de certa forma os "bodes expiatórios" da insatisfação perante uma época fracassada e em que o Vitória ficou muito longe dos lugares habituais.
Mas foram também a reprovação por uma política de empréstimos que não é do agrados dos sócios nem das tradições do clube e que contribuiu pela negativa para o insucesso desportivo da equipa A em todas as frentes.
E se jogadores como Otávio,à cabeça ,e Licá ainda deram um contributo bem positivo há que reconhecer que os emprestados por Benfica e Sporting em Janeiro o único problema que resolveram foi o de excesso de jogadores nos seus clubes de origem.
Porque no Vitória nunca mostraram ser melhores que aqueles que já cá estavam, nomeadamente na equipa B, e o unico efeito que a sua vinda teve foi o de atrapalhar a sua afirmação na equipa A.
É pois essa a grande lição a retirar das vaias do passado domingo.
Emprestados por clubes com quem disputamos as mesmas competições não são bem vindos nem a estratégia desportiva do Vitória deve  passar por esse tipo de opções.
Esperemos que quem de direito tenha percebido isso.
Depois Falamos

P.S: Em relação aos dois "vaiados" devo dizer o seguinte.
Vítor Andrade não deixará saudades.
João Teixeira se for como jogador do Vitória, e não como emprestado, pode perfeitamente continuar porque me parece um jovem com talento e boa margem de evolução.

quarta-feira, maio 11, 2016

Cores


Cisnes


Castelo, Escócia


Preocupante

O futebol português continua a perder espectadores ano após ano.
As razões são fáceis de perceber.
Por um lado as dificuldades económicas das pessoas e das famílias tornam a ida ao futebol algo de cada vez mais supérfluo face a outras necessidades bem mais urgentes.
E por isso a opção pela televisão, em casa ou no café, vem ganhando terreno às idas aos estádios e a alguns preços que neles se praticam.
Por outro lado a qualidade do jogo é abaixo do exigível, com muitos dos jogos a convidarem mais ao sono do que ao entusiasmo, com as equipas a praticarem um futebol excessivamente defensivo e o anti jogo a ser cada vez mais uma estratégia de ...jogo.
E as pessoas não gostam de comer gato por lebre.
Finalmente o futebol português não tem verdade desportiva fruto de estar enxameado de Xistras, Capelas, Paixões, Soares Dias e afins que deturpam a verdade dos jogos e inclinam os relvados a favor de Benfica,Porto e Sporting prejudicando sem qualquer rebuço todos os outros clubes em benefício dos três do "sistema" e muito em especial o Sport Lisboa e Colinho.
E pagar bilhete, cota, lugar anual para ser "roubado" é cada vez mais um acto de masoquismo que merece repúdio dos que gostam dos seus clubes e do futebol mas não gostam de aldrabices.
Em traços gerais é este o "retrato".
No caso específico do Vitória, clube sedeado numa Terra onde a paixão pelo clube da ...Terra é bem superior ao que se passa no resto do país, há mais algumas razões que contribuem para a perda de espectadores.
Ressalvando que ainda assim o Vitória foi o quarto clube em número de espectadores bem acima de alguns que se classificaram à nossa frente.
A verdade é que em números redondos perdemos cerca de 60.000 espectadores em relação à época transacta o que dá dois estádios D. Afonso Henriques cheios.
Penso que além das razões nacionais atrás referidas há algumas locais.
Uma época desportiva fracassada em que todos os objectivos falharam.
Duas escolhas de treinadores que se revelaram erradas e que dividiram os adeptos.
Uma politica de comunicação incompreensível optando por enigmáticos silêncios quando se exigia a denúncia frontal de quem nos prejudicava.
Uma gestão desportiva errática baseada na quantidade(em Janeiro foram 10 os supostos reforços para as equipas A e B) das contratações sem correspondência na qualidade da maioria dos contratados e sem resolver as lacunas realmente existentes.
Uma política de empréstimos junto dos chamados "grandes" difícil de entender, contrariando o prometido em campanha eleitoral, e de que o adeptos manifestamente não gostam.
Tudo isso afastou muitos vitorianos do nosso estádio.
Há que os recuperar, conquistar ainda mais adeptos, voltar a encher o estádio com alguma regularidade e , no mínimo, ultrapassar os 20.000 espectadores em todos os jogos.
Mas para isso há muita coisa que tem de mudar.
Muita mesmo,...
Depois Falamos

Não Pode Acabar!

O Vitória a época passada foi vice campeão nacional de basquetebol atrás do Benfica que tinha um orçamento mais de dez vezes superior.
O Vitória duas  época atrás foi vice campeão nacional de basquetebol atrás do Benfica que tinha um orçamento mais de dez vezes superior.
O Vitória três épocas atrás venceu a Taça de Portugal de basquetebol (pela segunda vez depois de em 2008 a ter ganho frente ao Porto) ao derrotar na final o Benfica que tinha um orçamento dez vezes superior.
São apenas três exemplos referentes à equipa sénior masculina (porque depois há a equipa feminina que acaba de subir à 1ª Liga e os escalões de formação masculinos e femininos com títulos e troféus)e que demonstram bem o quanto o basquetebol tem sido importante para o Vitória reforçar a sua dimensão eclética e enriquecer o seu palmarés.
É pois uma modalidade que, como todas as outras deve ser acarinhada, por adeptos e dirigentes porque só há um Vitória de que todas as modalidades fazem parte.
Incluindo o futebol que por ser a mais importante não merece mais nem menos respeito que as outras.
São todas Vitória.
Foi por isso com enorme tristeza, misturada com uma indignação em crescendo, que li ontem umas declarações de Pedro Guerreiro sobre a incerteza da continuidade do basquetebol masculino na Liga Profissional face à falta de apoios por parte de direcção do clube, Câmara e patrocinadores.
Deve dizer-se, antes de mais e por ser verdade, que Pedro Guerreiro é um excepcional dirigente e um dos "pais" (o outro é Fernando Sá) do milagre que tem sido as conquistas do basquetebol vitoriano.
Com o acréscimo de Pedro Guerreiro além de dirigente ser também o principal financiador do basquetebol através dos patrocínios e apoios que as suas empresas tem dado à modalidade ao longo dos últimos anos.
E por isso quando se chega a este ponto de se pôr a hipótese de nem inscrever a equipa por falta de apoios há que apurar responsabilidades e encontrar soluções no imediato.
A Câmara, ao que sei, já apoia as modalidades através de protocolos e portanto há é que perceber se o dinheiro chega realmente ao destino ou se se perde pelo caminho nalgum...relvado!
Quanto aos patrocinadores,de uma modalidade que conquista títulos e tem mercado televisivo, há que perceber se há falta de motivação das empresas vimaranenses para apoiarem o basquetebol ou se não foram adequadamente solicitadas nesse sentido pelo clube através nas necessárias acções e contactos para as sensibilizarem para o interesse e vantagem de apoiarem a modalidade.
Mas o que é totalmente inaceitável é o referido apoio por parte da própria direcção do clube!
Inaceitável!
Especialmente quando passamos os tempos recentes a ouvir falar de milhões por tudo e por nada.
Milhões do investidor Mário Ferreira, milhões do contrato com a MEO, milhões de um anunciado aumento de capital da SAD.
Milhões para tudo...menos para as modalidades e neste caso para o basquetebol.
Quem sem milhões de nenhuma espécie já conquistou títulos nacionais  com um apoio de milhares certamente ainda conquistará mais titulos incluindo o de campeão nacional.
É inaceitável a que direcção do clube tenha deixado chegar o basquetebol do clube a este ponto.
Renegando a nossa dimensão eclética, ignorando o que o basquetebol tem dado ao Vitória, esquecendo que a nossa sala de troféus tem muito maior contributo do basquetebol, do voleibol e de outras modalidades do que do futebol.
O Vitória Sport Clube actualmente só tem modalidades ,porque o futebol está na SAD como é sabido, e portanto se a direcção do clube não se preocupa com elas garantindo-lhe as condições para competir preocupa-se com quê? Dirige o quê?
A direcção do Vitória não pode assobiar para o ar, fazer de conta que o problema é da secção e não do clube, deixar acabar o basquetebol.
Exige-se que esteja presente com soluções para o problema.
Como soube estar presente em Fafe, em 2013, quando havia uma Taça de Portugal para receber.
Esta modalidade, como as outras, tem de continuar.
O basquetebol "é" Vitória!
Depois Falamos.

P.S. Infelizmente desconfio que a situação no voleibol, a outra modalidade de equipa que tanto tem dado ao clube, não deve ser muito diferente.

segunda-feira, maio 09, 2016

Pôr do Sol


Fantástica Premier League

Fantástica Liga inglesa que em quatro anos teve quatro campeões diferentes!
Manchester United, Manchester City, Chelsea e Leicester.
E que se na próxima época for ganha pelo Liverpool (assim espero...), pelo Arsenal, pelo Tottenham ou por qualquer outro que não os referidos (sim,está provado que em Inglaterra qualquer clube pode ser campeão) terá o quinto campeão diferente em cinco anos, ou seja, tantos como Portugal em quase cem anos!
Não é certamente por acaso que Inglaterra já teve vinte e quatro clubes campeões enquanto Portugal apenas os tais cinco e dois deles por uma única vez.
 Inglaterra , todos sabemos, é um país muito maior que Portugal, tem mais clubes, mais adeptos e disputam-se campeonatos e taças desde o século dezanove o que faz com seja o país em que o futebol tem competições oficiais organizadas há mais tempo pelo que a tradição e cultura futebolística são muito maiores.
Há muito mais dinheiro envolvido, as receitas televisivas não tem comparação, a forma de o povo inglês viver o futebol não tem paralelo em lado nenhum, os estádios estão cheios e com ambientes fantásticos em volta dos jogos, há grandes treinadores e grandes jogadores, clubes com História e carisma.
Mas se tudo isso ajuda a explicar a quantidade de campeões ,e a alternância entre eles, não explica tudo.
Falta um detalhe mas que faz toda a diferença.
Em Inglaterra as pessoas são pelos clubes das suas terras sem bi clubismos de má consciência ou a parolice assolapada de apoiarem clubes de outras terras apenas porque ganham mais vezes e conquistam mais títulos.
É impensável no futebol inglês assistir-se ao triste espectáculo que se vê semanalmente em Portugal com pessoas a acorrerem aos estádios das suas terras para apoiarem os visitantes mesmo sabendo que o triunfo deles pode ter funestas consequências para os clubes seus conterrâneos.
Ainda ontem, na Madeira, se viu mais um "reality show" de gente sem brio, sem bairrismo, sem amor ao clube da sua terra babando-se de gozo porque o clube de Lisboa, que veem na televisão e com o qual não tem nenhum tipo de afinidade que não o gosto por ganharem muitas vezes (algumas delas sabe-se bem como...), está prestes a ser campeão e isso vai torná-las as mais vitoriosas dos sofás em que se sentam a vê-la jogar e dos cafés onde vão vangloriar-se de serem adeptas de um clube que fica a milhares de quilómetros de distância.
Cada vez gosto mais do futebol inglês.
E, por tabela,menos do português.
Que infelizmente ainda vive no antes do 25 de Abril.
Em termos culturais e de verdade desportiva.
Depois Falamos.

O Nosso 14

Era para cumprir calendário...e foi o que se fez.
Com cinco golos, dois deles bem estranhos, algum futebol e a confirmação de que o Vitória tem muito a mudar para o ano que vem.
Individualmente:
João Miguel Silva: Sofreu um dos tais golos "estranhos", sem culpas, e no resto cumpriu com segurança.
João Afonso: Não brilhou nem comprometeu. Um jogo de nível regular.
Josué: Jogou apenas primeira parte e de forma tranquila pese embora as deambulações de Rafael Martins.
Pedro Henrique: Sempre de olho no melhor cónego (Iuri Medeiros um promissor jogador mas já com tiques de vedeta que no seu interesse deve corrigir) compensou as subida de Dalbert.
Alexandre Silva: Numa posição nova para ele terá sido o melhor vitoriano na primeira parte com várias jogadas de bom nível. Na segunda parte desceu de produção mas fez um jogo positivo.
Dalbert: Sempre de olhos postos no ataque deu algum espaço nas suas costas aos adversários. Nada que com a ajuda de Pedro Henrique não se resolvesse.
Phete: Discreto como trinco foi a central que deixou, curiosamente, melhores apontamentos. Talvez seja jogador a rever nessa posição.
Cafú: Percorreu várias zonas de terreno procurando levar a equipa para a frente. Exibição positiva.
Otávio: Numa fase de menor fulgor mas isso não obsta a que a classe se evidencie. Nas assistências, nos remates, na condução de jogo. Justamente aplaudido aquando da substituição.
Hurtado: Muito discreto. Apenas se viu quando com alguma falta de jeito tentou "cavar" um penálti e viu o justo amarelo.
Dourado: O melhor vitoriano no jogo de ontem. Dois golos de excelente recorte, assistência para o golo de João Teixeira e a entrega habitual. Será um "crime" se não continuar de Rei ao peito.
João Teixeira: Entrou ao intervalo e tentou dinamizar o jogo. É um jogador em que se nota qualidade e até será interessante continuar no Vitória se for em termos definitivos e não como emprestado.
Vítor Andrade: Nada trouxe ao jogo  e,uma vez mais, foi uma aposta falhada. Um golo a meias com o guarda redes e duas atitude reprováveis atirando a camisola ao chão e pontapeando a bola na direcção dos adeptos. Que , em bom rigor, o assobiaram desde que entrou e até ao fim da partida. Mas esses assobios tem de ser repartidos com SAD e treinador.
Moreno: Em campo nos últimos minutos recreando-se a fazer circular a bola com a mestria habitual,
Pensava-se que seria ele a substituir Josué mas o imaginativo treinador do Vitória resolveu inventar uma vez mais.
Douglas, Arrondel, Valente e Vigário não foram utilizados.
E assim acabou a época no D. Afonso Henriques.
Com os adeptos tristes, desiludidos, frustrados com uma equipa (não só os jogadores...) que falhou todos os objectivos e fez uma época muito abaixo do que é exigível no Vitória Sport Clube.
E também por isso esta temporada o estádio teve 70.000 espectadores a menos (mais de dois estádios cheios) em relação ao ano anterior.
Um número que assusta e que deve fazer os responsáveis pensarem seriamente no que vão fazer no futuro porque a situação é deveras preocupante,
Depois Falamos

Cumprir Calendário

Era apenas um jogo para cumprir calendário dado que Vitória e Moreirense não lutavam por nada em termos classificativos (havia apenas a curiosidade de os visitantes caso vencessem poderem igualar os visitados) com a equipa da zona sul do concelho a ter cumprido o seu objectivo de manutenção e a equipa vitoriana a ter falhado todos os seus objectivos nesta época.
Uma curta nota apenas para dizer que se há alguém que pensa que a manutenção é um objectivo para o Vitória é porque conhece muito mal o clube e pior ainda os adeptos.
Mas mesmo sem outro interesse mais "substancial" este jogo deu para confirmar algumas coisas:
O divórcio dos adeptos face ao actual estado de coisas com as bancadas muito aquém do normal.
A insatisfação perante a gestão desportiva consubstanciada nas vaias,ao intervalo, ao presidente da SAD e do clube quando foi anunciada a sua presença no relvado.
O repúdio dos adeptos face aos empréstimos de Janeiro de jogadores do Benfica bem audível em vários períodos da segunda parte, em especial relativamente a Vítor Andrade, desde que a sua entrada em campo foi anunciada.
A incompreensível gestão da equipa feita por um treinador que não deixará saudades (se for embora...) e que deixou os 90 minutos no banco jogadores como Valente e Vigário que estarão cá na próxima época e são "activos" do clube para dar minutos a Hurtado, João Teixeira e Vítor Andrade que estão a 90 minutos de ir embora e também não deixarão saudades.
Porque o seu  rendimento em nada justificou tantas oportunidades que lhes foram dadas embora deva reconhecer que João Teixeira pode vir a ser um jogador interessante se continuar a evoluir como o tem feito.
E, entre outras coisas, que é absolutamente prioritário manter Dourado no plantel.
Diria até que a equipa da próxima época deve ser pensada em torno deste goleador e de forma a potenciar as suas capacidades.
Quanto ao jogo propriamente dito podemos dizer que foi de fim de época entre clubes amigos,do mesmo concelho, com oportunidades de ambos os lados fruto de algumas jogadas interessantes de parte a parte e que teve nos dois golos de Dourado os seus melhores momentos de futebol.
Em relação à equipa vitoriana o esquema foi o dos últimos jogos, desta vez com Alexandre Silva a fazer (bem) o corredor direito enquanto Dalbert fazia o esquerdo e Otávio tentava pautar o jogo a meio campo.
Três centrais, a novidade de Phete recuar para essa posição depois da saída de Josué, Cafu a "8" a tentar transportar jogo e na frente Dourado letal como excelente ponta de lança que é enquanto Hurtado passou ao lado do jogo.
Nas substituições, como quase sempre, a equipa não melhorou.
Deixando de lado a troca de Otávio por Moreno para o brasileiro receber o justo aplauso por uma boa época (este,embora emprestado, vai deixar saudades) as outras duas nada trouxeram de positivo e ainda aborreceram os adeptos por entrarem dois emprestados que estão de saída enquanto permaneciam no banco jogadores do clube que vão ficar.
Enfim valeu pelo triunfo, pelos golos de Dourado, por alguns períodos de bom futebol mas muita coisa terá de mudar para que os vitorianos olhem para a próxima época sem o cepticismo e descrença que neste momento os domina.
Depois Falamos.

domingo, maio 08, 2016

Em Boa Hora

Fiquei muito satisfeito, como adepto do futebol, com o regresso hoje consumado do G. D. de Chaves à primeira liga depois de longos dezassete anos de ausência.
Desde logo porque é um clube do interior, de uma região já desfavorecida em tanta coisa, que no passado teve uma meritória passagem pelo escalão superior do nosso futebol tendo até participado nas competições europeias.
Mas também porque durante anos e anos me habituei a participar em autêntica "romarias" vitorianas a Chaves das quais regressei quase sempre com boas memórias em termos de resultados mas também do acolhimento recebido.
A ultima vez, dez anos atrás, recordo-me que estava uma tarde de invernia tremenda mas foram milhares os vitorianos que rumaram a Chaves para apoiar a equipa vitoriana que comandada por Manuel Cajuda tentava (e viria a conseguir) o regresso à 1ª Liga depois de no ano anterior se ter verificado uma ainda hoje inacredítável descida.
Chovia imenso mas o topo sul do estádio estava repleto de adeptos do Vitória que apoiaram a equipa de forma incansável  e a ajudaram a vencer esse jogo (1-0 golo de Flávio Meireles), primeiro de Emílio Macedo da Silva como presidente do clube, e a dar um passo importante no regresso ao "seus" escalão.
Foi, creio, a última vez que os dois clubes se encontraram num jogo oficial entre as principais equipas dado que posteriomente apenas o Vitória B defrontou os flavienses no campeonato da segunda liga.
Reencontro marcado para a próxima época.
E por muitas épocas assim se deseja..
Por agora é apenas tempo de dar os parabéns ao Chaves e congratularmo-nos com o seu regresso a um lugar que, em boa verdade, nunca devia ter deixado de ser seu.
Depois Falamos.