domingo, junho 26, 2011

Danças de Élites

Nota prévia: Espero que este post seja bem percebido. Se não for...é pena!
A formação de um governo e respectivas escolhas, quer de ministros quer de secretários de estado,obrigam sempre as direcções partidárias a umas curiosas danças de...elites para a escolha acertada(pelo menos assim se deseja) dos titulares de cada cargo.
Especialmente,como agora,quando se trata de um governo de coligação.
Entra este ,sai aquele, mexe este desta para aquela pasta, enfim um verdadeiro bailarico de lugares.
Trabalhei, em tempos idos (não é saudosismo,apenas memória!),com um líder do PSD que me dizia que cada vez que fazia uma escolha arranjava um potencial ingrato e dez despeitados.
Assim é.
Daí que perceba as naturais dificuldades nas escolhas, as alterações motivadas por recusas, as aparentes perplexidades neste ou naquele escolhido.
Há contudo um reparo que devo fazer.
Sendo militante do PSD acredito que o meu partido tem as melhores ideias, o melhor programa e as pessoas mais habilitadas para o porem em prática.
Não defendendo que todos os membros do governo sejam do PSD (já sabemos que também há o CDS) ,e percebendo o recurso a um ou outro independente, é com alguma dificuldade que percebo(mas perceberei mesmo?) esta paridade entre ministros social democratas e ministros independentes.
E o facto de o PSD ter apenas mais um ministro que o CDS.
Porque quem ganhou as eleições foi o PSD.
Não foram os independentes nem o CDS.
E ainda percebo menos este quase "horror" a escolher militantes do partido para as secretarias de estado, esta vontade obsessiva de dizer por tudo e por nada que o PSD não vai "tomar de assalto " o aparelho de estado, este "chega para lá " ao partido.
Repito:
Foi o PSD quem ganhou as eleições.
O seu líder e os seus dirigentes nacionais,sem duvida, mas essencialmente as distritais, as secções e acima de tudo os militantes que com o seu trabalho conseguiram angariar para o partido o votos de muitos indecisos , muitos descontentes com o PS, de muitos tradicionais abstencionistas.
Eu não tenho vergonha de ser do PSD.
Nunca tive.
E acho, a terminar, que dará muito mau resultado a persistência em olhar para o partido como "um burro de carga" que só serve para trazer os votos quando eles são precisos.
Repito pela ultima vez:
Foi o PSD quem ganhou as eleições.
É ao PSD que se vai pedir, em 2013, a vitória no seu mais dificil desafio de sempre.
Numas autárquicas que vamos disputar numa situação complicadissima.
Com dezenas de presidentes de câmara carismáticos a não poderem recandidatar-se e com o país a fazer um tremendo esforço para sair da crise.
Não defendo "jobs for the boys" nada de ilações nesse sentido.
Mas exijo, do "alto" dos meus 36 anos de militância na JSD e depois no PSD, que o partido seja respeitado.
Nas palavras, nos actos e nas escolhas.
Depois Falamos

12 comentários:

Anónimo disse...

O meu caro Amigo, para lá da constatação, já se interrogou sobre as razões?

Anónimo disse...

o PSD «ganhou» as eleições?! «ganhou»?!

Caro Luís Cirilo, as eleições não são um campeonato de futebol. Na verdade, o PSD não ganhou nada! Limitou-se, sim, a ser o partido mais votado. O PSD para «ganhar» teria de ter 116 deputados o que não aconteceu.

Defreitas disse...

Em Portugal, a Democracia falou ! Pena foi que só metade do povo se tivesse exprimido, porque isso enfraquece a Democracia.

Mas o mesmo sucede em toda a parte, salvo raras excepções. Como dizia o grande Soljenitsyne :
“ Na URSS reina a censura, mas no ocidente vocês podem falar, exprimir-se, mas não serve para nada”.

Porque a partir do momento em que somos governados por oligarquias, que agem só no seu próprio interesse, e isto sem ser pessimista, o sistema porta nele mesmo o fermento do fracasso, porque os sistemas sociais que se apoiam nele estão condenados a desaparecer, depois de uma grande resistência das oligarquias.

Vê-se bem que estamos a chegar à fase terminal, na qual o sistema dominante, económico, financeiro e político estão a ficar sem fôlego. As grandes mudanças de paradigma vão-se impor. Mas não antes que todas as “construções” das oligarquias se desmoronem: EURO, ONU, EU, FMI.

Então, talvez os valores reais que se fundam na liberdade e na prosperidade dos homens poderão voltar.

Depois Falamos !!

Freitas Pereira

Anónimo disse...

Com um tempinho tão bom, com umas meninas cada vez mais boas, com muita coisa boa para papar, com umas passeatas para dar, e até respirar a brisa do mar, e o Senhor Luis Cirilo, continua com politiquices acima e abaixo...
Abaixo a politica e a quem a apoiar.
Os ricos que paguem a crise.

Guimarães em Vila Nova de MilFontes

Saganowski disse...

Meu Caro:

Ao ver a imagem que ilustra o teu post até fiquei a pensar que o assunto era outra coisa...

Mas, em relação ao teu post, apenas digo que compreendo tanto a opinião do vosso líder, como a tua. Cabe-vos agora chegar a um consenso, para que tudo vos corra bem, sem mostrar para o exterior feridas ou fracturas que vos possam enfraquecer, tanto perante o outro parceiro da coligação, como perante o parlamento ou perante o povo.

Anónimo disse...

Um autêntico tratado e apologia ao TACHISMO este seu post.
Luís Cirilo, o senhor está a ficar ultrapassado, a sua maneira de ver os partidos acabou, não há mais lugar para tachos, o povo não deixa.

alfacinha disse...

o trabalho sujo já foi feito pelo governo de Sócrates.

luis cirilo disse...

Caro JM Ferreira de ALmeida:
Confesso que já reflecti sobre o assunto. E acredito que entre outras razões (que não interessa publicar)estará o facto de ser mais "fácil" convidar um independente. Implica menos "negociação".
Caro Libertas:
Por essa ordem de ideias muitas eleições havia sem vencedor. Claro que teria sido melhor a obtenção de uma maioria absoluta.
Caro Freitas Pereira:
Sendo verdade o que diz é também verdade que votar ou não fazparte de um exercicio de liberdade individual.
EMbora ache que votaram bastante mais de metade.
Acontece que vergonhosamente os cadernos eleitorais tem mais de meio mihão d eleitores fantasma que distorcem bastante a realidade dos votos.
QUanto ao resto també acredito que faz falta uma 2ª revolução francesa.
Duvido é que seja para os nossos tempos.
Caro Anónimo:
Boas férias.
Caro Saganowski:
Num partido como o PSD todas as opiniões são admissiveis.
Sendo que a que conta é a de quem está mandatado para liderar.
O que não funciona como um certificado automático de razão.
Caro Anonimo:
Na primeira linha do post manifestei o desejo de que ele fosse bem percebido.
Não foi o seu caso.
Paciência.

luis cirilo disse...

Caro Alfacinha:
E bem sujo por sinal

esquilo no deserto disse...

Caro amigo estou completamente de cordo com o seu post. para ajudar a festa lembro apenas onde estão os TSD, a porta de ligação aos trabalhadores.......

il disse...

Pois é a convocatória de 'independentes' foi, em tempos idos, um modo de alguns militantes levarem para o estado/governo uns amigos, encontrados sabe Deus onde, e juntos fazerem o que lhes apetecia, destruindo o partido e a sua matriz -business first.

Por isso é que eu, tenho urticária a certas 'amizades' e 'independências'. Assim sendo entendo o que o Cirilo diz. Basta ver os nomes, são sempre os mesmos -paasam as gerações, mas os rebentos são sempre (cof, cof) melhores do que os outros. E isto é uma impossíbilidade real.

luis cirilo disse...

Caro esquilo no deserto:
É uma boa questão.
Penso que se prenderá com alguma falta de capacidade reinvindicativa do TSD.
Que vem de longe.
Cara il:
Pois é.
E mesmo correndo o risco de ser mal entendido escrevi um post, em que como diz p JF Ferreira de Almeida,faço uma constatação.
Mas não aprofundo aquelas que são do meu ponto de vista as razões disso acontecer.
Conhecendo,como a minha Amiga,muitas delas.
Mas,lá está,sou do PSD...
Aliás quando for conhecido o painel final de secretários de estado,veremos se aquilo que vem sendo escrito se confirma ou não.