terça-feira, janeiro 22, 2008

Tio Patinhas


Serenamente,sem polémica,apetece-me dizer o seguinte.
Vivemos em Portugal,um país pobre com uma economia débil e muito dependente da conjuntura exterior.
O fosso entre ricos e pobres não tem vindo a diminuir,antes pelo contrário,e a classe média tende cada vez mais a diluir-se nos pobres e a afastar-se dos ricos.
Ainda assim,ou talvez por causa disso,os lucros da banca privada não param de aumentar e,relatório de contas após relatório de contas,constatamos que cada vez é uma actividade mais lucrativa.
O BCP,instituição de referência e pioneira em Portugal da banca privada pós 25 de Abril,após muitos anos de excelência encontra-se mergulhado em convulsões internas que ainda vão demorar a resolver.
Consequência de guerras entre gestores, de disputas entre maçonaria e opus dei ,ou de outras razões quaisqueres,a verdade é que a imagem se detiorou,o valor das acções caiu brutalmente e quem pagou a crise foram os pequenos accionistas.
Que por alguma razão votaram massivamente,embora debalde,em Miguel Cadilhe.
Em muitos casos,estimulados pelo próprio Banco,esses pequenos accionistas endividaram-se para comprar acções na perpspectiva de realizaram posteriores mais valias.
É a desgraça que se sabe.
Sem oportunidade de recorrerem ao crédito criativo,como por exemplo o especulador bolsista Joe Berardo,hoje muitos deles atravessam situações bem dificeis.
E assistem,atónitos e revoltados,a um dos responsáveis da instabilidade interna sair do Banco com uma indemenização de 10 milhões de euros (dois milhões de contos) e um ordenado vitalicio mensal de 35.000 euros (sete mil contos).
Após dez anos de trabalho no BCP !
É uma empresa privada, é certo ,pertença dos seus accionistas.
Mas a moral não tem fronteiras entre publico e privado.
E embora estas remunerações sejam legais são profundamente imorais.
É um caso em que,como diria alguém,a a debandada das élites compensa...
Depois Falamos

9 comentários:

Anónimo disse...

Alguém afirmou que os inventores da Bolsa foram ricos que se queriam apropriar das poupanças dos pobres. Quem gastou o dinheiro que tinha no BCP -perdeu-o; quem gastou o que não tinha -terá de o pagar.

Quem tomou conta do BCP fê-lo com dinheiro que pediu na CGD -são donos com o MEU DINHEIRO. Como já consegtuiram deitar fora os mentores do banco, agora vão rapidamente desfazer-se das acções -logo vão fazer uma alta especulativa de preços; os 'patetas' do costume compram; no outro dia as acções perdem o valor; os pobres, mais uma vez vão ficar a arder.

Aposto em como vai acontecer assim! Eu só não acerto nos números e estrelas do Euromilhões...

Tiago Sousa Dias disse...

Acho que é a primeira vez que comento no "Depois Falamos". Gostei dos conteúdos que vi e concordei com uns discordei de outros.
Este provoca-me uma reacção...

1- "Quaisqueres" não existe. "Qualquer" talvez seja a única palavra do diccionário português cujo plural não tem "s" no fim. É quaisquer.

2- Quando se fala do Vinho português e dos maravilhosos lucros, é um orgulho nacional; quando se fala do Cristiano Ronaldo e Mourinho como exemplos de sucesso no exterior, é um orgulho; fala-se da banca portuguesa que, já agora, é das mais avançadas do mundo se se excluir mercado de capitais e é um escândalo. Não percebo.
3- Eu no lugar do Dr. Paulo Teixeira Pinto só teria pena de em vez de 10M + 35m/mês não me terem pago 100M + 70m/mês. Acusem do que quiserem, de imoralidade ou ilegalidade é que não. O homem teve sucesso na vida, de um jeito ou de outro, trabalhando 50 ou 10 anos no Banco, com ou sem influências externas, chegou onde muitos não chegaram nem chegarão (note-se que não me estou a pronunciar quanto ao mérito do seu mandato).
Bem sei que resssalvou a legalidade, mas já houve quem o dissesse noutros locais. Quanto à moralidade vivemos num mundo de capital em que cada um de nós gostaria sempre de ter mais um pedaço e é de certa forma demagógico acusar alguém por receber muito.
Resumindo: Mourinho tem em comum com Paulo Teixeira Pinto, o mesmo que o Vinho do Porto tem com o BCP. São casos de sucesso.

Tiago Sousa Dias disse...

Acho que é a primeira vez que comento no "Depois Falamos". Gostei dos conteúdos que vi e concordei com uns discordei de outros.
Este provoca-me uma reacção...

1- "Quaisqueres" não existe. "Qualquer" talvez seja a única palavra do diccionário português cujo plural não tem "s" no fim. É quaisquer.

2- Quando se fala do Vinho português e dos maravilhosos lucros, é um orgulho nacional; quando se fala do Cristiano Ronaldo e Mourinho como exemplos de sucesso no exterior, é um orgulho; fala-se da banca portuguesa que, já agora, é das mais avançadas do mundo se se excluir mercado de capitais e é um escândalo. Não percebo.
3- Eu no lugar do Dr. Paulo Teixeira Pinto só teria pena de em vez de 10M + 35m/mês não me terem pago 100M + 70m/mês. Acusem do que quiserem, de imoralidade ou ilegalidade é que não. O homem teve sucesso na vida, de um jeito ou de outro, trabalhando 50 ou 10 anos no Banco, com ou sem influências externas, chegou onde muitos não chegaram nem chegarão (note-se que não me estou a pronunciar quanto ao mérito do seu mandato).
Bem sei que resssalvou a legalidade, mas já houve quem o dissesse noutros locais. Quanto à moralidade vivemos num mundo de capital em que cada um de nós gostaria sempre de ter mais um pedaço e é de certa forma demagógico acusar alguém por receber muito.
Resumindo: Mourinho tem em comum com Paulo Teixeira Pinto, o mesmo que o Vinho do Porto tem com o BCP. São casos de sucesso.

Anónimo disse...

"quaisqueres"?!?!?! sai um corrector ortográfico pra este bolg, sff!

Anónimo disse...

É óbvio que esta situação é imoral.

Pode ser legal e até consentânea com lógica da economia de mercado capitalista.
Mas é imoral
E falta saber mesmo assim se não é abusiva em relação aos accionistas do banco. Uma vez que correram com PTP, parece que é mesmo abusiva.


P.S. Os comentários em relação a gralhas de ortografia, além de deselegantes, são presunçosos
Tenho dito

Anónimo disse...

E mais presunçosos quando têm gralhas (bolg )e erros ortográficos (pra). a 2ª palavra não está no prontuário, éi, ou nã éi? -como se diz no Oeste.

Tiago Sousa Dias disse...

Nã eí sóice. Gralhas há mais até no próprio texto e haverá em todos os "comentEIrioS" que alguma vez colocar em "quaisqueres" "bolgs" na net. Isto não foi uma simples gralha e não acho deselegante se não for em tom jocoso. O simples facto de o autor do blog ter aceitado o meu comentário só demonstra a sua humildade (ainda bem que não me esqueci aqui do L). Reconheço-lhe aí uma qualidade que pelo que vejo V. Exa. não terá.
Já quanto ao tema do post, em última instância os accionistas é que aprovam as contas. Além dos valores para Paulo Teixeira Pinto sabem-se já os valores indemnizatórios para os restantes membros do anterior CA. Salvo erro 70 Milhões de Euros que serão rubricados nas contas de 2007 e aprovados pelos accionistas. Se os accionistas acharem imoral, ilegal, ou outroalqualquer, que votem contra.
Defende-se por que é accionista? Ou defende os accionistas?
Na primeira hipótese sugiro que vá à AG e vote contra. Estará feito o seu papel. Na segunda sugiro que cacique junto dos accionistas para obter procurações suficientes a produzir um voto em bloco.
Que se lhe antolhe estranha a ríspidez das minhas palavras, sou assim mesmo.
Um abraço.

Anónimo disse...

Tiago, parece que o menino não tem sentido de humor e leva-se 'demasiado a sério'. E é mal formado por pensar que sou analfabeto, ou que não sei accionar o corrector automático! Por isso é tão, vou usar a expressão, deselegante. Sabe que a boa educação cabe em toda a parte e abre todas as portas excepto as dos bancos?

Quanto ao caso BCP, diz que os accionistas aprovaram as contas e a nova direcção. Certo! Mas esses accionistas usaram o n/ dinheiro Que eu saiba, a CGD é propriedade do Estado=de todos os portugueses.

Não sou accionista, porque sei como funciona o mercado...Mas o meu/seu dinheiro foi usado para fins privados e isso eu não tolero. José Berardo queria mandar no BCP? Tem todo o direito, mas com o dinheiro dele! Assim também eu seria dono do BCP -só precisava que me emprestassem o dinheiro. E seguidamente só tinha de pôr um qualquer da minha confiança/eu próprio, na direcção, que me emprestava/emprestava a mim próprio o dinheiro para 'comprar' outro banco. Como vê o esquema é simples e eficaz, quando os reguladores não regulam...

Como vê não uso 'palas', infelizmente. Se usasse não veria este (e outros) esquema (-s). Sei que em certos meios quando alguém diz o que 'não interessa' insulta-se de modo a produzir constrangimento. Comigo não funciona.

Tiago Sousa Dias disse...

Acho que não insultei ninguém. Disse apenas que o Blogger aqui tem uma qualidade (elogio) que não lhe reconheço a si. Isto não é um insulto...terá V.Exa. outras qualidades de certeza. Esta é que não.
Olhe, desde logo preocupar-se com assuntos de Estado é uma virtude sua. Digo de Estado e não DO Estado propositadamente. Porque sinto que devo dar um pequeno contributo a esta discussão (que podia estar a ser mais saudável). Na verdade o que está em causa é uma instituição que está sujeita ao regime de direito privado independentemente da sua natureza. Pelo que, a situação sendo (não conheço tão profundamente os termos em que se passou) crime, está na esfera do direito privado e não público. Claro que V.Exa., tal como eu, nos preocupamos com a vida pública e faz muito bem em dar a sua opinião. Como eu dou a minha e só espero que concorde ou discorde e não que me insulte especialmente com a capa de anónimo.
Mas esclareça só isto: ao dizer "não accionei o corrector automático" fiquei com a ideia que o anónimo é o Blogger. Já viu as confusões que pode causar o simples facto de se esconder o nome?!
Resumindo não se pronunciou sobre o post e fiquei sem saber se um cidadão que desconheço concorda ou não comigo.