quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Vitória, Que Futuro ?


A 3 de Março realizam-se eleições para os orgãos sociais do Vitória.
Depois de três anos de presidência de Vitor Magalhães (VM),os dois ultimos de pesadelo absoluto,a familia vitoriana vai ser chamada a escolher o novo rumo.
Sãos três as listas candidatas o que ,num clube mergulhado em problemas,revela uma saudável dinâmica associativa.
Importa contudo,para que os erros não se repitam,recordar como chegamos a este estado de coisas.
Após quase 25 anos de presidência,Pimenta Machado (PM) desgastado por problemas vários,sem uma equipa dirigente á altura e com muitos sócios desejosos de mudar, deixava o Vitória.
Entre esses problemas contavam-se denúncias á Judiciária feitas por sócios,uma longa quezilia com um importante grupo de comunicação social local(Grupo Santiago) e uma permanente e localizada agitação interna com base em sectores conhecidos.
Contavam-se também,e de que maneira,erros do próprio PM nomeadamente no relacionamento com os sócios.
Marcadas as eleições apresentaram-se duas listas: a de VM e a de Manuel Almeida.
Á volta de VM juntou-se uma enorme coligação ,constituida pelo poder municipal,pelo PS,pelo PSD e pelo tal grupo de comunicação social que há mais de dois anos andava a promover a imagem de VM.
Basta olhar para as listas apresentadas então por VM para comprovar este leque de apoios.
Foram todos largamente responsáveis pela vitória eleitoral de VM.
São todos responsáveis pelo Vitória estar hoje na II Liga !
"Venderam" aos sócios a ideia de que VM era um gestor de excepção,um lider á maneira e um grande democrata para opôr á imagem do "ditador" PM.
O problema é que, como qualquer idolo com pés de barro,VM falhou estrepitosamente.
Nunca foi tão bom como PM,naquilo que em que PM era bom,e conseguiu ser pior naquilo em que PM era mau.
Uma completa tragicomédia !
Descartada convenientemente a carta VM,sem ninguém fosse Câmara,PS,PSD ou Grupo Santiago ter ao menos dito "mea culpa,mea culpa",ai estamos em novo periodo eleitoral.
E ai está de novo a grande coligação reconstituida á volta de uma candidatura.
A Câmara,o PS e PSD locais,com outras caras mas os mesmos propósitos lá estão, na sua ânsia de partilha de poder,de protagonismo,de controle da maior instituição de Guimarães.
Pouco lhes importa a certeza de que a grandeza do Vitória,de 1922 a 2004,com variados presidentes e estilos de liderança,foi sempre a sua completa autonomia em relação ao poder politico.
Fosse na ditadura,fosse em democracia.
E nisso,honra lhe seja feita,PM foi sempre eximio.
Utilizou a politica em prol do clube e jamais o contrário.
Por isso,e porque conheço a realidade vimaranense e vitoriana,olho para estas eleições sem grande esperança que delas saia a solução necessária ao relançamento do Vitória.
Penso,sem grande margem de erro,que o vencedor dificilmente deixará de ser aquele que a grande coligação apoia.
E embora ache que o candidato a presidente é bem melhor que VM,também acho que as tensões internas entre os seus directores,para além de uma notória falta de qualidade da esmagadora maioria dos seus membros,não augura nada de bom.
Para já não falar do vitorianismo tardio de alguns deles...
Mas a palavra pertence aos sócios.
E termino como iniciei;atendendo ao estado actual do clube qualquer um dos candidatos revela coragem e amor ao clube.
Ao menos isso.
Depois Falamos

3 comentários:

Carlos Vilafanha disse...

Foi uma pena o Vitória ter descido de divisão. Como diz no post os principais responsáveis foram os seus dirigentes mas, na minha opinião os sócios também têm alguma culpa pois era previsível o que veio a acontecer. Desde os tempos de Pimenta Machado.
.
http://toxicidades.blogspot.com

ribeiro de guimarães disse...

excelente leitura da realidade vitoriana, denotando conhecimento.

o grave é que há outros interesses jornalisticos pelo meio a tentarem imitar o que de mau foi feito pelos senhores da sociedade santiago e isso é que é muito grave.

basta que pensem muito bem nas frequências de rádio que ainda faltam - uma seria para o vale de vizela a outra temática para guimarães. a coragem destes candidatos denota também um vimaranensismo que parecia estar arredado de algumas atitudes recentes.

mas o cancro real mantém-se, a história do vitória foi sempre uma história de autonomia e independência. e isso já não acontece.se olharmos á volta neste país os exemplos maus de mistura de futebol e política são quase iguais aquilo que o gato fedorento caricaturou no último fim de semana entre o bragaparques e os negócios que arrastam o zé povo.

Rui Miguel Ribeiro disse...

Para completar o post, ficou a faltar o sentido de voto do Blogger...